Vale e credores da D’Service se reúnem na ACIP. Empresa diz que notificou Vale que poderia deixar o contrato.

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Não se tem dados precisos que correspondem o número exato da dívida entre D’Service Engenharia e seus fornecedores de Parauapebas, mas especula-se que passa de R$ 20 milhões, valor suficiente para promover a quebradeira em massa.

Empresários buscam na Vale uma solução

A pedido das empresas vítimas dos calotes, a ACIP – Associação Comercial, Industrial e Serviços de Parauapebas – reivindicou à mineradora Vale que fizesse reunião para esclarecer sobre o assunto.

A reunião ocorreu na tarde de ontem, 24, terça-feira, e contou com a presença dos diretores da Vale, Maurício Gasparine e Mozart Ventura; além do diretor da Sandvik, Mário Takeshi, gestor de contrato da Linha de Embarque da Cilo 4.

Os empresários de vários seguimentos ouviram da Sandvik que a D’Service não tem saldo a receber o que dificulta a intervenção da mineradora nos trâmites.

Segundo Mário Takeshi, desde o início de agosto deste ano a D’Service Engenharia começou a precisar de aporte financeiro mensal para custear o contrato e que não tem nenhum saldo a receber. “Nosso prejuízo é de pelo menos R$ 18 milhões”, afirmou Mário, se dizendo triste quando soube que a D’Service desmobilizou o canteiro.

Os empresários pediram uma ação concreta da ACIP e Vale para resolver o problema, e ficou agendado que em três semanas se trará uma proposta.

Entre as propostas apresentadas para a prevenção de calotes esteve a da ACIP, apresentada por seu assessor jurídico, Manoel Chaves, que sugere a criação de uma certidão de nada consta a ser emitida pela entidade às empresas que pretendem fechar contrato com a mineradora.  

Enquanto esta medida não é aprovada e entre em vigor, os diretores da Vale afirmam que a empresa não tem nenhum poder de intervenção na relação entre fornecedores e contratadas, cabendo aos empresários procurar a ACIP que por sua vez acionará a Vale para bloquear os recursos.

Oriovaldo Mateus, presidente da ACIP, pediu aos diretores da mineradora mais transparência e relação comprometida com as empresa. “Estamos fazendo nossa parte, mas somos incapazes de resolver sem o apelo intenso da Vale que precisará entender de fato o que está acontecendo.

Outro lado
A D’Service informou que em 31 de agosto de 2013 encaminhou aos senhores Galib Chaim, Jamil Sebe e Maurício Gasparini, todos diretores da Vale, uma notificação extrajudicial comunicando que o contrato 3054145, no valor de R$33.499.800,00 enontrava-se com uma notória onerosidade excessiva (art. 478 CC), que comprometia sobremodo a equação e o equilíbrio econômico-financeiro dos vínculos contratuais, havendo a necessidade de requerer, em sede administrativa, uma vez mais e em caráter definitivo, a reparação financeira no valor de R$ 21.020.191,16, valor este que a Vale faz questão de não reconhecer e que teria culminado com a desistência por parte da D’Service e consequente desmobilização. Confira o inteiro teor da notificação encaminhada à Vale:

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Nota do Blogger
Mais uma reunião onde nada se resolveu. Enquanto a Vale insistir em manter essa política de multar indiscriminadamente as empresas quando os contratos estão em fase final, assim como a de não rever os valores de tais contratos, empresas como a D’Service e tantas outras sairão dos contratos com a mineradora completamente quebradas. O pior disso tudo é que, em consequência, quebrarão também o comércio local.

Alguma ação deve ser construída entre ACIP/Vale/Empresários para que tais fatos não voltem a acontecer. A desculpa de que a Vale não pode reter medições para a consequente quitação dos débitos em Parauapebas não cola, já que ela pode reter medições para quitar as milionárias multas que aplica às empresas.

Não custaria nada à Vale relatar em contratos futuros que retenções mensais de um percentual das medições passarão a ser feitas como forma de quitar possíveis débitos com o comércio local. Assim, ao final do contrato ou quando acontecer um fato como o da D’Service, a mineradora não poderá alegar que as empresas não detém créditos para a quitação do empresariado local. Em demonstração de que realmente se preocupa com o que acontece em Parauapebas, seria bom que a Vale mencionasse nos futuros contratos que do percentual retido os débitos com o comércio local teria prioridade em relação às multas que por venturas vierem a ser aplicadas por ela contra as contratadas.

A Vale poderá até alegar que isso não pode. O que não pode é que contratadas continuem deixando Parauapebas quebradas e quebrando o comércio local. Se há uma parte, entre contratada, contratante e comércio, cujo o prejuízo é menor, este é da Vale, que, no mínimo, fica com a obra pronta, e com a mesma  poderá aumentar os seus já exorbitantes lucros.

9 comentários em “Vale e credores da D’Service se reúnem na ACIP. Empresa diz que notificou Vale que poderia deixar o contrato.

  1. Ricardo Correa Responder

    Na hora de fechar contrato com a Vale, todo mundo aparece ouriçadinho oferecendo os menores preços… Ou seja, apresentam uma proposta irreal de preços, trazem atestado de bom pagador, dizem que são lindos e maravilhosos só pensando em meter a faca. Depois não aguentam o rojão e quebram, dando prejuizo principalmente pros pais de família que trabalham nas empresas e dependem do salário pra viver. De quem é a irresponsabilidade?

  2. Luiz Responder

    Zedudu, parabéns pela nota.

    Precisamos de uma associação mais atuante, chega de velhos costumes e velhas palavras, precisamos de mudança, precisamos de pessoas que realmente nós represente. Chega de ficar vendo empresários geradores de emprego e renda da cidade chorar. O minério vai acabar um dia, o que vai ficar para nossos filhos e netos ? Um grande buraco e um monte de empresários falidos? Temos que mudar o tom de conversa com a Vale, precisamos dar nosso grito de independência. O minério não é da Vale, o Minério é do povo brasileiro. Quando lermos que os acionistas da vale tiveram um lucro de bilhões, vamos lembrar que nosso dinheiro esta lá no meio do bolo, dinheiro dos produtos e serviços que foram vendidos para Dservice e não recebemos.

  3. Jose Santos Responder

    Fico indignado quando vejo a frase “os diretores da Vale afirmam que a empresa não tem nenhum poder de intervenção na relação entre fornecedores e contratadas”. A Vale sim é responsável, pois os materiais e serviços foram adquiridos no mercado local e aplicados nos projetos da Vale que é a beneficiada direta pela a aplicação dos mesmos em suas operações e projetos, é muito simples trazer várias empresas de fora da Cidade, terem as obras prontas e a cada 6 meses deixarem milhões em dívidas no mercado local. Os empresários da cidade e região precisão de unir forças e buscar alternativas eficazes para impedirem de vez estas situações. Os empregados da Dservice e das outras empresas que quebram a Vale corre e paga a rescisão de todos, mas o comércio fica sem receber. Lembram-se do caso Hidelma, se não fosse alguns empresários peitarem a Vale e fecharem a portaria até hoje ninguém teria recebido, mas como houve enfrentamento direto, fecharam a Portaria a Vale pagou todo mundo. Cadê os homens da cidade?

  4. João Saldanha Responder

    “Mais uma reunião onde nada se resolveu. Enquanto a Vale insistir em manter essa política de multar indiscriminadamente as empresas quando os contratos estão em fase final, assim como a de não rever os valores de tais contratos, empresas como a D’Service e tantas outras sairão dos contratos com a mineradora completamente quebradas. O pior disso tudo é que, em consequência, quebrarão também o comércio local.”

    FALOU TUDO E MAIS UM POUCO.

    ATÉ QUANDO??????

  5. MP Responder

    Este fato é recorrente !
    Em um ambiente empresarial sem transparência , onde os atore estão preocupados em garantir suas espertezas e mostrar serviços com resultados de curto prazo dando satisfação aos chefes sem importar com as pessoas e transparência nos contratos o resultado não pode ser outro!
    A ACIP só atua depois que a vaca vai para o brejo !
    Muita incompetência acumulassem todos estes anos!
    Vale sempre esta responsabilizando terceiros por suas mazelas e gestão precária !
    Seus executivos são PHD nesta disciplina !

    • PARA O TAL DE MP Responder

      A maioria dos empresários so procura a ACIP quando já estão na pior. e olha que a maioria não é associado ou não paga mensalidade. Só sabem criticar, e na hora da quebradeira a ACIP tem que resolver?

  6. E o povo....???? Responder

    Essa não é a primeira e também não sera a ultima. Neguim chega mostrando um contrato de prestação de serviço com a vale a maioria dos comerciantes entregam até os balções…. ai depois vão ver como recebem… ja é tarde…. quebrou dentro!

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