Animais peçonhentos fazem quase 50 vítimas em Jacundá

Nos últimos 18 meses, quarenta e quatro casos de picada de cobra e de escorpião foram registrados no Hospital Municipal

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O trabalhador rural Antonio Francisco dos Santos, 55 anos, convive há mais de um ano com um ferimento na perna esquerda provocado por uma picada de serpente da espécie jararaca. Ele e outros 43 pessoas foram vítimas de algum animal peçonhento no ano passado e nos primeiros seis meses deste ano no município de Jacundá. Os dados são do Departamento de Vigilância Sanitária, setor de Investigação de Acidentes por Animais Peçonhentos (Sinan Net), que registrou nos 18 meses 44 casos. As vítimas residem no meio urbano e rural. Em 217 foram 27 casos e 17 somente no primeiro semestre de 2018.

A diretora do Hospital Municipal “Maria Cecília de Oliveira”, Ray Silva, explicou que as vítimas são atendidas no setor de Emergência e, depois de uma avaliação clínica, recebem soro indicado à picada do animal. “Os soros antiofídicos específicos são o único tratamento eficaz e, quando indicados, devem ser administrados em ambiente hospitalar e sob supervisão médica”, lembra a diretora.

Das 44 vítimas, apenas seis casos na área urbana. E as serpentes, como a cobra jararaca, são as que fazem mais vítimas. Desse universo os escorpiões fizeram duas vítimas. O departamento não dispõe de outras informações sobre vítimas de outros animais, mas é possível que muitos optem pelo tratamento doméstico, o que não é indicado.

No caso do trabalhador rural Antonio Francisco, ele trabalhava no roçado quando uma cobra o picou. “Cheguei ao hospital algumas horas depois, mas o estrago já estava feito”. O ferimento na perna há mais de seis o tem deixado impossibilidade de trabalhar. “Estou pedindo ajuda até mesmo para comprar arroz e feijão”, desabafou. Ele vem recebendo atendimento médico na rede pública.

Como prevenir acidentes

O uso de botas de cano alto ou perneira de couro, botinas e sapatos pode evitar cerca de 80% dos acidentes;

Usar luvas de aparas de couro para manipular folhas secas, montes de lixo, lenha, palhas, etc. Não colocar as mãos em buracos. Aproximadamente 15% das picadas atingem mãos ou antebraços;

Cobras se abrigam em locais quentes, escuros e úmidos. Cuidado ao mexer em pilhas de lenha, palhadas de feijão, milho ou cana. Cuidado ao revirar cupinzeiros;

Onde há rato, há cobra. Limpar paióis e terreiros, não deixar lixo acumulado. Fechar buracos de muros e frestas de portas;

Evitar acúmulo de lixo ou entulho, de pedras, tijolos, telhas e madeiras, bem como não deixar mato alto ao redor das casas. Isso atrai e serve de abrigo para pequenos animais, que servem de alimentos às serpentes.

O que fazer em caso de acidente

Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão;

Manter o paciente deitado;

Manter o paciente hidratado;

Procurar o serviço médico mais próximo;

Se possível, levar o animal para identificação.

O que NÃO fazer em caso de acidente

Não fazer torniquete ou garrote;

Não cortar o local da picada;

Não perfurar ao redor do local da picada;

Não colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes;

Não beber bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos.

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