Copa do Mundo: Seleção brasileira em campo é sinônimo de família reunida

Na Capital do Minério, o comércio amanheceu de portas fechadas, trânsito tranquilo, mas bares e residências onde acomodavam muitos torcedores com o coração na mão

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O grito ficou preso na garganta até os últimos minutos do segundo tempo, mas bem antes dos pupilos do técnico Tite entrar em campo, o que tinha de gente lotando as padarias e supermercados para garantir o “lanche nosso de cada jogo”, não estava no gibi. Filas longas, correria, pernas balançando pra lá e pra cá eram o sinal de que o jogo estava para começar e ninguém queria chegar em casa depois das 9h da manhã.

Assim foi durante as primeiras horas da manhã desta sexta-feira (22), em Canaã dos Carajás. Torcedores ansiosos para ver o menino “Ney” entrar em campo junto com a Seleção Brasileira e garantir a permanência na Copa do Mundo em busca de, enfim, trazer pra casa o hexa.

Na Capital do Minério, o comércio amanheceu de portas fechadas, trânsito tranquilo, ruas sem movimentação, um cenário típico nas demais ruas do país nos dias em que a seleção brasileira entra em campo. Mas, a calmaria que toma conta das ruas não se aplica a bares e residências, com o coração na mão, e o grito, muitas vezes, preso na garganta, a Copa do Mundo também representa uma boa oportunidade de reunir a família, amigos e agregados e torcer juntos a cada nova partida. Foi assim na residência do casal Fátima Sousa e Antônio Cláudio, de verde amarelo até a alma, estavam todos juntos de dedos cruzados, atentos ao monitor na expectativa de gritar, aplaudir, abraçar, sorrir, valia até chorar durante do gol dos camisa, dessa vez, azul. “Eu não gosto muito de futebol, não sou de sentar pra assistir, mas quando o assunto é Copa do Mundo, eu tenho que colocar minha camisa verde e amarela e torcer pela nossa seleção. Os dias de jogo são uma boa oportunidade de reunir a galera aqui em casa pra gente torcer juntos e secar o time adversário”, disse a recepcionista.

Em um jogo acirrado, de um lado, a seleção do técnico Óscar Ramírez mostrava que não estava para brincadeira quando o assunto era a permanência dos costa-riquenhos no maior Campeonato Mundial de Futebol. Do outro, os jovens brasileiros tentando superar a mancha negra dos 7×1 contra a Alemanha de 2014.

A ansiedade para ouvir o Galvão Bueno gritar o gol do Brasil tomava conta de todos, ameaça daqui, ameaça dali, e nada do gol sair estufando ainda mais o peito do torcedor, que prestes a enfartar de tanta emoção, somente com os acréscimos que o meio-campo Philippe Coutinho, enfim, conseguiu sacudir a rede do adversário. E já no finalzinho o camisa 10, Neymar, aumentou o placar, garantindo a vitória de 2×0 do Brasil sobre a Costa Rica nessa segunda fase.

Com a eliminação da Costa Rica, agora é preparar o coração para a próxima rodada na quarta-feira (27), contra a Sérvia.