Exposição 1.000 TONS, do artista plástico Afonso Camargo, será lançada dia 13 de maio

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O artista plástico Afonso Camargo Fona é um dos ícones do movimento cultural de Parauapebas. Seu trabalho é reconhecido na cidade e sua contribuição no processo de formação do segmento é indiscutível. O artista veio residir em Parauapebas ainda na década de 80, à convite da então Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), com a proposta de trabalhar no Centro de Atividades Culturais (CAC), em Carajás.

Desde então, Afonso Camargo se envolveu profundamente com a cidade, atuando no projeto Barriga Cheia, realizado pela Prefeitura por meio da Secretaria de Assistência social, onde promovia diversas atividades culturais com crianças e adolescentes, e seguiu contribuindo até então em praticamente todo o processo de construção do movimento cultura de Parauapebas, ora trabalhando em eventos como o carnaval, ora em sala de aula, ora atuando no desenvolvimento de políticas culturais para o município.

Mas, antes de se instalar em Parauapebas, Afonso Camargo vivenciou ricas experiências culturais. Filho de artesões, começou sua produção aos nove anos de idade, quando já pintava e desenhava muito bem, a partir dos aprendizados adquiridos na oficina de seu pai, o mestre Pedro Fona.

Entre as pinturas de cuias e telas, seu trabalho ganhou dimensão e reconhecimento, experimentou a escultura com o mestre Renato, quando iniciou o estudo do barroco, que ainda reflete sobre os trabalhos do artista em obras sacras e religiosas que produz. Afonso Camargo participou de várias exposições e salões. Em uma delas, ele ficou em terceiro lugar, no Arte Pará, logo na sua implantação. O artista também fez exposições nos Estados Unidos, o que lhe abriu portas para atuação no Brasil, especificamente no Amazonas.

“Manaus foi uma porta que me abriu muitas oportunidades. O Estado do Amazonas me acolheu – minha produção – primeiro como aderecista do Caprichoso e depois também o Garantido, na época em que estava no auge as festas dos Bumbás, então a mão-de-obra nessa época era muito qualificada”, relatou o artista sobre sua experiência na cidade de Parintins.

A partir do seu envolvimento e trabalho com as festas em Parintins, inclusive como carnavalesco, novos desafios para o artista surgiram e ele foi trabalhar, em seguida, como cenógrafo, no teatro Amazonas, atuando nas grandes companhias da época, creditando prestígio e renome em suas atividades artísticas.

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De Manaus o artista retornou para sua cidade de origem. “Depois dessa temporada voltei para Santarém, onde cuidei de produzir algumas exposições também. Estive intensamente ligado ao movimento cultural e artístico da cidade, quando então veio a proposta de trabalhar aqui em Parauapebas. Me identifiquei com a cidade”, informou Afonso Camargo.

Desde então o artista tem desenvolvido várias atividades artísticas. Atuou como professor de arte e ofício; foi Secretário de Cultura do município; e foi escolhido como Mestre da Cultura Popular na epígrafe artesanal pelo programa do governo do Estado do Pará.

Afonso Camargo realiza mostra e exposições, tanto local quanto internacional e seus trabalhos são reconhecidos nos EUA, Canadá, Portugal e na Itália, onde sua produção chegou através da obra missionária do Padre Robertinho, que fez a doação de uma de suas obras ao Papa Bento XVl e hoje está exposta no Vaticano, por ocasião das bodas Papais.

Na sua avaliação sobre o movimento cultural de Parauapebas, ele diz que “a criação da secretaria de cultura e respectivamente do fundo foi um ganho. Se a gente for observar, ainda existem municípios em nossa região que não contam com uma secretaria de cultura. Temos também um Conselho, que está trabalhando, afiadamente, juntamente com o governo, para tentar levar um trabalho de coletividade, um trabalho sério voltado para a gestão da cultura”.

No entanto, ele critica o foco das políticas culturais voltado para as massas. “Vejo a cultura hoje focada em políticas de massa, não vejo atividades voltadas verdadeiramente para os produtores culturais do municípios. Isso é muito ruim, pois se formos verificar, temos uma agenda a ser construída e essa agenda não está sendo cumprida. Um dos embates que estamos tendo é a questão dos editais, isso vai proporcionar aos produtores culturais, que vivam da sua arte, para que tenham recursos para sua produção. É melhor termos um produção local intensa aqui, do que termos grandes shows”.

Exposição 1.000 TONS

A partir do dia 13 de maio, no espaço cultural do Partage Shopping, iniciará a vernissage da Exposição 1.000 tons, de Afonso Camargo Fona.

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“Agradeço muito a direção do shopping por essa abertura, não só para mim mas para outros colegas da área de cultura também. Isso e muito importante, dar esse espaço para os artistas locais, isso aquece as vendas, dá visibilidade ao nosso trabalho, enfim, todos ganham”, afirmou o artista.

“Essa exposição é um trabalho voltado à pintura acadêmica e está dividida em coleções. A primeira é sobre família, onde retratamos companheiros e amigos, colocamos pintura de época neles, ficou muito bacana. A segunda é a coleção natureza morta, onde retratamos um pouco da técnica de cavalete. Já na terceira são obras de paisagem, que é o meu carro chefe de trabalho, inspirado principalmente pelas belezas por nossa região amazônica.