Greve recrudesce, postos têm “pane seca” e Marabá paralisa em vários setores

Vários voos não chegaram a Marabá por falta de combustível na cidade de origem. Na Rodoviária, ônibus também estão com problemas para chegar e sair da cidade

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Muita gente não foi trabalhar nesta sexta-feira, 25, em Marabá. Logo nas primeiras horas do dia, a desculpa era que não havia combustível para ir trabalhar. A sexta passou a ter cara de feriadão e muita gente já espera o sábado em casa. Os postos entraram na “pane seca”, e a maior parte deles está sem nenhum combustível. Nos supermercados, a falta de produtos nas prateleiras, sobretudo frutas e verduras, também aparece como reflexo da greve.

Duas das quatro entradas rodoviárias da cidade estão bloqueadas, impedindo até mesmo a chegada de produtos hortifrutigranjeiros da zona rural do município. A BR-230, Transamazônica, na altura do Km 8, sentido Itupiranga, o número de caminhões parados passa de 120. Mas o local de maior concentração de manifestantes em Marabá, cerca de 250 caminhoneiros, é no km 3 da BR 155, próximo ao Parque de Exposições Agropecuárias. “A greve não acabou, a manifestação continua. Nós estamos aqui para reivindicar algumas coisas para a nossa categoria. O óleo, o pedágio, não tem condição de trabalhar. Lá não foi aprovado, quero dizer para a população que nós ficaremos aqui o tempo que for necessário. Temos que vir aqui para mudar. Vamos ficar aqui, as condições de trabalho são precárias”, disse Carlos Eduardo Cunha, que veio de Minas Gerais buscar aço no Distrito Industrial de Marabá.

Produção local
Para André Lustosa, gerente de um supermercado de uma rede internacional, esta é “uma situação preocupante. Os nossos caminhões estão muito longe daqui. O que tem aqui hoje é graças à produção regional e local. Os comerciantes estão preocupados”, disse.

Em apoio à greve dos caminhoneiros, Marabá teve algumas manifestações de motoristas de táxi lotação na tarde desta sexta-feira. Eles saíram em protesto pela Rodovia Transamazônica até chegar ao movimento da BR155. “Estamos paralisando nosso trabalho para fortalecer um movimento justo. O preço do combustível tem aumentado nas últimas semanas e nosso serviço não é reajustado há muito tempo”, lamenta o taxista Roberval Carvalho.

Alimentos de consumo diário como hortaliças e carnes estão em falta em vários pontos do município. “O problema maior foi a falta de produtos. Infelizmente, são problemas pontuais que nós vimos, mas mantivemos preço normal. Sexta e sábado normalmente são dias de maior movimento nos supermercados”, disse Carlos Henrique Dias, gerente de uma rede de supermercados atacadistas em Marabá.

Transporte público
Os ônibus do Sistema Urbano já não circulam normalmente em Marabá nesta sexta-feira, por conta da falta de combustível e ainda do desaparecimento dos passageiros, que foram trabalhar hoje mais tarde que nunca.

Aeroporto de Marabá
Desde ontem, quinta-feira, vários voos não chegaram a Marabá por falta de combustível e em função da greve dos caminhoneiros. Ainda não há informação sobre novos cancelamentos de voos. Azul, Gol e Latam não emitiram nota sobre o cancelamento. O blog levantou que há pouco combustível nos postos da BR e Shell localizados dentro do aeroporto.

Rodoviária
Curiosamente, as viagens por via rodoviária também têm registrado cancelamentos em Marabá por conta da falta de combustível. Ônibus de várias empresas e vans não conseguem cumprir a rota, mas não é por falta de passageiros, e sim de óleo diesel.

Ulisses Pompeu – de Marabá