Mineração: Pará receberá US$ 47 bilhões de investimentos e vai ultrapassar MG

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O Estado do Pará pode receber investimentos de US$ 47 bilhões na cadeia produtiva de mineração, no período de 2014 a 2018, segundo estimativas do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral). A maior parte desses investimentos virá da indústria privada, sendo 72% em mineração e o restante em infraestrutura, transformação mineral e outros negócios ligados ao setor.

Mineração

A estimativa de investimentos no setor de mineração, do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), para o país, no mesmo período, é de US$ 53 bilhões.

O presidente do Simineral, José Fernando Gomes Júnior, citou como o principal gerador de investimentos no setor de mineração no Pará, o projeto de minério de ferro da Vale, S11D, na região de Carajás.

Segundo o dirigente do Simineral, só esse projeto será responsável por injetar cerca de US$ 22 bilhões no Estado. Também investirão no Pará a Votorantim, com o projeto Alumina Rondon, de bauxita, em fase avançada de implantação; a Belo Sun, que extrairá ouro com o projeto Volta Grande, na região do Xingu, entre tantos outros.

investimentoSegundo dados da Vale, serão investidos cerca de US$ 20 bilhões em todo o projeto, dos quais US$ 8,04 bilhões vão para instalação da nova mina e da usina. De 2011 a 2013, foram gastos aproximadamente US$ 2,5 bilhões. O projeto se encontra na fase de montagem eletromecânica.

A parte de logística do projeto envolve a duplicação do Estrada de Ferro Carajás, sendo a maior parte no Maranhão; a construção de um ramal de 101 quilômetros, no Pará; e a ampliação do Terminal Portuário de Ponta da Madeira, em São Luís (MA), vão consumir quase US$ 12 bilhões, sendo que pelo menos US$ 2,6 bilhões foram gastos de 2011 a 2013.

De acordo com Gomes Júnior, o Estado deverá superar Minas Gerais na produção mineral no Brasil a partir de 2018. “A priori é que até 2017 e 2018 a gente se iguale a Minas Gerais”, explicou. Segundo ele, projetos como os da Vale, colocarão o Pará, que já é o segundo maior produtor de minério do país, em primeiro lugar no ranking a partir de 2018.

“Nós vemos Minas Gerais como um grande parceiro e buscamos sempre aprender com ele. O Pará ainda é um bebê na mineração, pois temos apenas 30 anos de história nesse setor, enquanto Minas Gerais tem mais de 300 anos nessa indústria”, diz o presidente do Simineral.

O carro-chefe do Pará é o minério de ferro, principal mineral extraído também de Minas Gerais.

Gomes Júnior diz que um dos principais desafios é formar profissionais na área. “Hoje a indústria de mineração gera 231 mil empregos diretos e vamos precisar gerais mais 99 mil até 2018”, disse. Segundo ele, já há esforços em parceria com empresas privadas de formação de profissionais para atender a essa demanda.

Estão sendo formados não só profissionais para atuarem diretamente no setor de mineração, mas também em áreas como hotelaria, e serviços como o de salão de beleza, comércio, entre outros. “A indústria de mineração está no interior do Estado e os municípios tem que ter estrutura para atender às famílias dos mineradores que vão trabalhar nessas cidades”, afirma.

Na última quinta-feira (13), aconteceu o lançamento da terceira edição do Anuário Mineral do Pará, com o tema Mineração Sustentável. O anuário pode ser baixado gratuitamente no website do Simineral.