Movimento Sem Terra exige retomada de negociação com a Vale e fecha três pontos em Parauapebas

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Com uma pauta extensa de reivindicações feitas a Vale, o Movimento Brasileiro dos Sem Terra (MBST), por meio da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), interdita desde as primeiras horas desta segunda-feira (27), a Portaria que dá acesso a Floresta Nacional de Carajás (FLONACA), a Rodovia Faruk Salmen (próximo ao Parque de Exposições) e a Estrada de Ferro Carajás, no Km 854.

Entre as solicitações do movimento estão a implantação de torre de comunicação, para atender cerca de 10 mil famílias assentadas; implantação de unidade de derivados de leito; aquisição de três farinheiras; construção de sete quadras poliesportivas cobertas; construção de quatro galpões para implantação das agroindústrias; construção de escola técnica; caminhões para transporte de leite; repasse de parte da Compensação Financeira pela exploração de Recursos Minerais (CEFEM) a ser aplicado na área do Contestado, entre outras solicitações.

“Ainda no dia 12 de setembro, em Brasília, foram fechados vários acordos com representantes da Vale. E por infelicidade, parece que o pessoal está levando na brincadeira, pois, depois disso, não tivemos nenhum retorno. Enquanto a Vale não se pronunciar, para que a gente resolva essa situação, a gente vai ficar aqui”, disse João Batista, um dos coordenadores do movimento.

João explica ainda que a negociação deverá ser feita via Brasília. Portanto, não há uma previsão para liberação dos espaços ocupados pela FNL. “Aqui, o pessoal da Vale de Carajás não vai resolver nada. Essa negociação deve ser feita via Brasília. É uma coisa simples, social”, esclareceu.

Segundo informações, o fechamento da linha férrea já começa a comprometer o abastecimento de combustível na região, além de ter provocado o cancelamento das viagens do trem de passageiros. Hoje, novamente, o transporte via Estrada de Ferro Carajás foi cancelado.

Carajás

Uma moradora de Carajás teve a rotina modificada e não entende como esse tipo de protesto consegue melhorias. “Aguardo sempre minha diarista que chega na faixa de 7h30, mas quando acordei já vi a mensagem de que a portaria estava fechada desde a madrugada. Já temos um combinado de que, quando tem protesto, eu desço para buscá-la e ela passa pela lateral. Mas muda nossa rotina. Minha sorte é que meu esposo não trabalhou e ele foi buscá-la. E ainda deu carona para um morador que trabalha em Parauapebas e estava sem transporte para descer. Eu fui cuidar dos meus filhos para irem para a escola”, relatou. “Não entendo esse tipo de protesto, que afeta o direito do outro de ir e vir. Além do mais, não vejo resultado nesse tipo de intervenção. Eles pedem tanta coisa, querem tantos direitos, mas ferem o nosso direito de acesso. Infelizmente o povo brasileiro não enxerga a ditadura velada que estamos vivendo…”, concluiu.

Br-155

A Agência Pará informou que na BR-155, a Polícia Militar atende, na manhã desta segunda-feira (27), a solicitação de apoio policial para cumprimento de liminar expedida pelo juiz da 3ª Região Agrária de Marabá, Amarildo José Mazutti, que determina a reintegração de posse das fazendas Cedro e Fortaleza, localizadas à margem da BR-155, em Eldorado dos Carajás.

Equipes da Polícia Rodoviária Federal bloquearam as duas vias da BR-155 para garantir a segurança da operação. O fluxo de veículos já foi liberado às 9h da manhã. O efetivo da PM conta com cerca de 100 militares do Comando de Missões Especiais, do Comando de Policiamento Regional II e reforço do Grupamento Tático Operacional dos municípios de Marabá e Parauapebas.

A ação está sendo realizada de forma pacífica e segue até o final da tarde da próxima quarta-feira, 29.

Faruk Salmen

A Estrada, que dá acesso à Zona Rural de Parauapebas e ao Projeto Salobo, está interditada desde as primeiras horas da manhã e faz parte da estratégia do movimento de paralisar as operações da mineradora Vale na região.

EFC

A estrada de Ferro Carajás vem sendo palco de interdições desde a semana passada, quando foi interditada no Maranhão por moradores que exigiam uma máquina para um Assentamento próximo da cidade de Santa Inês. Hoje, está interditada no km 854. As constantes interrupções no tráfego já provocam a falta de combustível nas distribuidoras, em Marabá.

Nota do Blogger

Sem entrar no mérito dos que está sendo reivindicado, já que sou daqueles que pensa que às vezes é melhor ouvir porcarias do que ser surdo, me atenho às manifestações. O direito de manifestação está previsto na Constituição Federal, no artigo 5º.

Mas, como tudo nessa vida, há de ter um mínimo de bom senso por parte dos manifestantes. Não é possível que toda a população de Parauapebas tem de se submeter aos caprichos dos manifestantes porque a mineradora não cumpriu a promessa (se é que foi prometido) de construir, por exemplo, sete quadras poliesportivas cobertas. O direito de ir e vir é garantido pela mesma Constituição que garante o direito deles se manifestarem.

A população já está esgotada de tantas interdições de estradas, de bloqueios aos acessos aos projetos da Vale na região. Tenho certeza que boa parte da população até comunga com algumas das solicitações dos manifestantes, mas pra tudo há um limite, e o movimento já ultrapassou a todos. Tem razão os manifestantes em tentar garantir a execução dos acordos? Sim. Mas é impreterível que eles busquem novas formas de “incentivar” a Vale a cumprí-los. Interditar? Já deu!

6 comentários em “Movimento Sem Terra exige retomada de negociação com a Vale e fecha três pontos em Parauapebas

  1. Marcos Responder

    Ao Jorge Brasileiro
    Não se iluda, Bolsonaro não passará, procure outro candidato porque esse já era. Ja começou a cair e muitos dos seus eleitores estão já vendo outra pessoa. Bolsonaro está sendo somente um barulho de uma metralhadora, so barulho, entende, ou quer que desenhe?

  2. Jackson Responder

    Luta pela qual roubam terras, para depois vender e viver sempre assim… essa é a luta? Pq não vão trabalhar para ganhar seus dinheiros honestamente? A VALE não tem nda q pagar por luxo d vcs… pega o dinheiro q vc vendem as terras q invadem e faz o q vcs querem… pq teria q repassar dinheiro do cefem aos ” sem o q fazer” não sem terra… vao trabalhar e depois eixa a gente trabalhar bando de vagabundo.

  3. DOMINGAS Responder

    MUITO BONITO SENHOR ZE DUDU, VC NAO CONHECE NOSSA LUTA PARA TOMAR PARTIDO POR A OU B SEM TER CONHECIMENTO DE CAUSA E MUITO FACIL AGIR COMO PICARETA, DEFENDENDO OS INTERESSES DE QUEM LHE PAGA, QUERO VER SE FOSSE VOCE QUE FOSSE VITIMA DAS FALCATRUAS E DAS MENTIRAS DA EMPRESA E DO GOVERNO, COMO IRIA FAZER, CERTAMENTE IRIA USAR O BLOG PARA ESCREVER UMAS BESTEIRAS EM CAUSA PROPRIA.

  4. jorge Brasileiro Responder

    Bolsonaro vem aí… lara lara lara… bolsonaro vem aí! Quero ver os vermelhinhos fazer baderna e atrapalhar a vida dos trabalhadores.

  5. Rafael Lima Responder

    ZD, suas reportagens andam cheias de entrevistados anônimos. Essa é a sua assinatura da falta de credibilidade? Poupe-nos de sua nota parcial.

    • José Eduardo Autor do postResponder

      Rafael, tenho notado que constantemente tem vindo à caixinha de comentários para tentar descredibilizar as matérias. Feio isso, muito feito. Se não está satisfeito com o teor das matérias ou a forma como elas são abordadas no Blog fique à vontade para não lê-las mais. O uso de depoimentos nas matérias serve para mostrar as opiniões das pessoas, partes ou não e faz conluio ao bom jornalismo. Se as citações não lhe agradam o problema não é do Blog. Passar bem!

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