Projeto sobre desperdício de água em bebedouro de escola vai à Brasília

Aluno de 14 anos sensibiliza colegas a evitar desperdício e ganha respaldo em conferência estadual

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No dia 14 de junho próximo, Ronaldo Brito Simões Filho, de 14 anos de idade, vai viajar para Brasília, levando na bagagem um projeto simples, mas representativo para participar da V Conferência Nacional Infantojuvenil do Meio Ambiente. O delegado estadual vai mostrar para pessoas de todo o País como ações educativas básicas estão contribuindo para mudança de comportamento que envolve colegas de sua escola (Heloísa Souza Castro) e ainda sua família.

Para chegar a Brasília, o projeto de Ronaldo venceu uma etapa municipal durante a Conferência Infantojuvenil do Meio Ambiente no início deste ano letivo, depois foi a Belém, em março, onde foi selecionado para representar o Pará no evento nacional.

A coordenadora pedagógica da Escola Heloisa Souza Castro, Edilene Dias Fernandes, vibra com o alcance do projeto e diz que a participação daquela instituição foi estimulada por uma formação ofertada pela SEMED (Secretaria Municipal de Educação) em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Cosanpa, tendo como base o fato de 2018 ser o ano mundial da água.

“Junto com o professor José Anasion Moreira, de Ciências, participei daquela formação e decidimos desenvolver um projeto em nossa escola, onde contamos com o envolvimento do professor de Geografia, Antônio Batista. Deu certo, porque aliamos essa temática à 5ª Conferência Infantojuvenil e inserimos duas turmas”, relembra.

Os educadores elaboraram junto com os alunos o projeto “Água Viva para a Vida”, com o objetivo de mostrar para a comunidade escolar a grande importância da água, que embora ainda seja abundante na Amazônia, corre o risco de acabar um dia. “Este projeto está contribuindo com a formação de jovens cidadãos conscientes, aptos a tomarem decisões e atuarem diante da realidade em que o planeta terra e a nossa região vem enfrentando com a poluição e escassez da água, provocada pelo comportamento humano”, diz a coordenadora.

ÁGUA DO BEBEDOURO
Na primeira etapa do projeto, professores e Ronaldo voltaram a atenção para o bebedouro da escola, onde há três torneiras com água gelada e alguns copos. Ali, os cerca de 900 alunos revezam o uso desses copos plásticos e aqueles que não queriam fazer uso do mesmo utensílio, usavam as mãos como concha e bebiam, derramando muita água.

A partir dessa observação, Ronaldo começou uma campanha nas salas de aula para que todos os alunos trouxessem de casa seu próprio copo, o que garantia a não transmissão de várias doenças. Além disso, o desperdício de água no bebedouro caiu bastante. “Ao compartilhar um copo, é possível pegar herpes, hepatite A, amigdalite e também viroses respiratórias”, observa Edilene Fernandes.

SOU JOVEM MULTIPLICADOR
Ronaldo Simões, apesar da pouca idade, sabe que tem responsabilidade de sensibilizar outros colegas da escola a evitar o desperdício da água. Revela que precisou, primeiro, mudar o próprio comportamento, e isso refletiu também em sua casa, onde sua família passou a gastar menos água no chuveiro e na pia. Ele revela que na escola, os alunos das séries iniciais assimilam as informações mais facilmente e mudaram de comportamento, levando os próprios copos para a escola e usando quando necessário no bebedouro. “Parece uma coisa simples, mas a gente deixa de desperdiçar água potável e tratada. Eu e outros colegas somos jovens multiplicadores dessa mudança de atitude”, comemora.

Na continuação do projeto, professores e alunos estão mobilizados para construir uma horta hidropônica na escola para contribuir com a merenda escolar e compartilhar com os estudantes um conceito simples de sustentabilidade.

Paralelamente, outros projetos importantes estão sendo desenvolvidos na Heloisa de Souza Castro, como “Judiciário na Escola” e “Xadrez Inclusivo”, por exemplo.