Qualificação combate o desemprego

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Uma reunião realizada no dia 7 (sexta-feira), em Belém, com representantes do governo federal, Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), classe trabalhadora e governo estadual discutiu os desafios e ações que estão sendo e serão tomadas para frear o desemprego. O encontro contou com a presença do secretário de Relações do Trabalho, do Ministério do Trabalho, Carlos Cavalcante Lacerda.

Segundo ele, o governo federal vem transmitindo a mensagem de que o Brasil só sairá da crise com desenvolvimento regional, principalmente as regiões Norte e Nordeste. ‘’Com produtos regionais. O Pará, por exemplo, tem seu potencial no minério. A solução tem que vir daqui. É preciso investir no potencial do Estado, com qualificação profissional’’, afirmou.Em novembro, o governo federal lançará um projeto nacional de qualificação profissional e o Pará, ainda de acordo com Carlos, será beneficiado. Ele ainda não podia informar, porém, o número de profissionais que devem ser qualificados no Estado e nem quanto será investido nessa ação, porque os números ainda estão sendo fechados.

Para esse trabalho, haverá o apoio do Dieese, que deve repassar os dados por segmento econômico. ‘’Essa qualificação é primordial e achamos importantíssima a união das regiões, dos trabalhadores, dos governantes e empresários em prol disso’’, disse Carlos Lacerda.De acordo com o supervisor técnico do Dieese, Roberto Sena, entre 2012 e 2014, houve recorde de emprego, com mais de 400 mil postos de trabalho criados ao ano. Em 2015, os números começaram a cair. Esse ano, tudo leva a crer que não serão criados mais de 300 mil postos. ‘’O saldo vai ser negativo. Se chegarmos a 300 mil, estamos no lucro. Estamos admitindo menos e desligando mais. Nos últimos 12 meses, houve um saldo negativo de 50 mil postos de trabalho’’.

Sena afirma que, para voltar a ter equilíbrio no emprego, não basta abertura de vagas, mas qualificação profissional. ‘’O desemprego está generalizado. O setor da construção praticamente parou, comércio está com dificuldade. Prioritariamente, deve-se olhar os setores que mais necessitam de mão de obra, para que eles possam voltar a crescer. Entre as áreas em destaque no Estado, temos o turismo e o extrativismo, mas de maneira geral, todos os setores necessitam de atenção’’, completou.

Qualificação

Presidente da Força Sindical-PA, Ivo Borges de Freitas também participou da reunião. Ele é metalúrgico e conta que várias empresas do setor fecharam no território paraense. ‘’Nosso segmento perdeu mais de dez mil postos de trabalho. Então, essa relação com o secretário é boa para trazer a qualificação pra cá e garantir a empregabilidade. 2016 está perdido, mas estamos montando o time para 2017’’.

O Governo do Estado, por sua vez, tem a expectativa de qualificar, apenas esse ano, 3 mil trabalhadores. ‘’E vamos reforçar a qualificação no Estado com esse projeto anunciado pelo secretário Carlos Lacerda’’, destacou o secretário adjunto do Trabalho, Emprego e Renda do Estado, Everson Luiz Moraes Costa.No Pará, há em andamento o Plano Estadual de Qualificação Social e Profissional, voltado a setores como extrativa mineral, indústria da transformação, construção civil, comércio, serviços, agropecuária, turismo e empreendedorismo e economia solidária. No tal, serão 842 turmas atendendo os 144 municípios paraenses, com o objetivo de qualificar, até 2019, 16.790 trabalhadores da área urbana e rural. ‘’O Governo precisa e vem dialogando. A Amazônia precisa ser olhada não só no âmbito de quem vive dela. Nos interessa o desenvolvimento e a geração de emprego e, nesse sentido , todas as parcerias são bem-vindas’’, disse Everson.

Norte e Nordeste são considerados essenciais na retomada do desenvolvimento

Durante a reunião também foram discutidas essas novas parcerias, o fortalecimento do Sine (Sistema Nacional de Emprego) e rotina de atendimento do Sine no Estado.

Fonte: O Liberal