Sem Temer, Canaã dos Carajás recebe o S11D, maior investimento privado do Brasil nesta década

Continua depois da publicidade

Depois de 15 anos, o tão esperado Projeto S11D foi inaugurado em Canaã dos Carajás, durante breve cerimônia, neste sábado (17).

Segundo a mineradora Vale, que aplicou U$ 14, 3 bilhões no empreendimento, é o maior investimento da iniciativa privada no Brasil nesta década. Integrantes do conselho de administração da empresa, funcionários e os presidentes do Bradesco e do Grupo Mitsui marcaram presença no evento, além do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que representou o presidente Michel Temer, impedido de comparecer devido ao mau tempo.

O empreendimento inicia de fato em 2017. Quando estiver em plena operação, previsto para 2020, o S11D deverá produzir 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Somada à produção de Carajás, essa marca será de 230 milhões de toneladas. O custo de produção será bem menor, a estimativa é que se produza gastando apenas U$ 7,7 por tonelada. Hoje o custo médio de produção gira em torno de U$ 18,8. Um dos fatores para alcançar esse baixo custo de produção é o número de postos de trabalho. Apenas 2.700 vagas de emprego, incluindo os terceirizados, serão gerados durante a operação. Em Carajás, por exemplo, passa de sete mil postos.

De acordo com o presidente da Vale, Murilo Ferreira, a implantação do projeto foi um grande desafio e uma decisão ousada, pois a empresa iniciou o ano de 2016 comercializando a tonelada do minério de ferro a 37 dólares, preço 80% menor que o valor praticado em 2011, quando se decidiu pela implantação do projeto.

“Enfrentamos com coragem e perseverança os altos e baixos do mercado e a volatilidade no preço do minério. Aceitamos o desafio de implantar uma das maiores operações de minério de ferro do mundo, mesmo diante de um cenário externo de incertezas. Com a confiança em nossa gestão estratégica e nosso capital humano, seguimos adiante na missão de tirar da planta um dos projetos mais ousados da nossa empresa e colocá-lo em operação”, destacou o Murilo Ferreira.

“Quando o preço do minério de ferro caiu drasticamente no início do ano, pensávamos que o S11D iria parar”, disse o prefeito de Canaã dos Carajás, Jeová Andrade, destacando a importância do projeto para o desenvolvimento do município e região. “É inegável todos os benefícios gerados a partir da implantação desse projeto, mas também é inegável o aumento das demandas sociais que temos em nosso município, por isso precisamos nos unir e trabalharmos juntos cada vez mais”, acrescentou o prefeito.

Diferenciais do S11D

A tecnologia empregada no projeto marca o início de novos caminhos para a mineração, que parece ter a pauta ambiental como um dos principais guias, além da busca pela lucratividade.

No S11D o minério será extraído e conduzido para a usina de beneficiamento graças a um sistema inovador e pioneiro nas grandes minas de ferro: o truckless, um conjunto de estruturas composto por escavadeiras e britadores móveis interligados por correias transportadoras, que possibilita o mínimo possível de desgaste ao meio ambiente, já que não será necessário o uso de caminhões para realizar o transporte do minério, como é realizado, por exemplo, nas minas do Sistema Serra Norte, em Carajás.

Sem os caminhões a Vale diminuirá em cerca de 70% o consumo de diesel, o que implica na redução significativa de resíduos tais como pneus, filtros de óleos e lubrificantes. O sistema truckless é mantido por energia elétrica, ainda assim, a empresa diz que terá uma economia de 18 mil MWh/ano de eletricidade, equivalente ao consumo de 10 mil residências.

Uma das falas do presidente da Vale em seu discurso de inauguração, “a responsabilidade socioambiental orientou nossas ações”, é endossada pelo histórico do projeto, que foi iniciado em 2001 e sofreu muitas alterações desde então para atender, principalmente, as demandas condicionadas pelo IBAMA e ICMbio para emissão das licenças de instalação e operação.

“No projeto inicial não estava previsto todo esse avançado sistema. Fomos pesquisar e estudar o que tinha de melhor no mercado para implantar neste projeto, visando menos impacto ambiental e economicidade”, destacou para a imprensa o diretor de Operações Ferrosos Serra Sul, Josimar Pires, durante uma visita realizada ao Projeto um dia antes da inauguração.

Características do S11D

O sistema sul, denominado pela Vale como S11, integra o maior complexo mineral de ferro do mundo, localizado na Floresta Nacional de Carajás. Sua estrutura física é composta por quatro grandes blocos que foram denominados de A, B, C e D e tem um potencial de 10 bilhões de toneladas de minério de ferro. No serra sul o S11D é o único bloco explorado atualmente. Sua estimativa de vida útil é de 30 anos e, somado ao bloco C, tem reservas de 4,24 bilhões de toneladas.

Logística

Após o beneficiamento, o minério de ferro de S11D será transportado por ferrovia até o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM), em São Luís. Para viabilizar o transporte, foi preciso construir toda uma logística, que irá consumir quase 55% do investimento de US$ 14,3 bilhões, orçados para o empreendimento. O chamado S11D Logística consiste na construção de um ramal ferroviário, com 101 quilômetros de extensão; na expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC); e na ampliação do TMPM.

Iniciadas em fevereiro de 2014, as obras do Ramal Ferroviário do Projeto S11D já foram concluídas e a Licença de Operação foi emitida no dia 14 de setembro. Foram construídos túneis, pontes e viadutos, que tinham como objetivo garantir a menor interferência possível na Floresta Nacional de Carajás. A maior parte do traçado do ramal passa em áreas de pastagem. Do total dos 101 quilômetros, apenas três quilômetros estão dentro da Flonaca. Neste trecho, foram adotadas soluções de engenharia que tornarão possível a circulação da fauna durante períodos de cheia. Além disso, por toda a extensão, foram instaladas 32 passagens para permitir a circulação de animais silvestres em área de floresta. As travessias incluem até passagens para primatas.

O ramal do S11D se conecta à Estrada de Ferro Carajás, em Parauapebas, no Sudeste do Pará. Considerada uma das ferrovias mais eficientes do mundo, a EFC tem 892 quilômetros de extensão. A partir do entroncamento do novo ramal ferroviário do projeto S11D com a EFC, 570 quilômetros de novas linhas férreas estão sendo implantadas ao lado das existentes, interligando 48 pátios de cruzamento.  Além disso, 220 quilômetros de linhas férreas em 55 pátios de cruzamento estão sendo remodeladas para permitir o trânsito de trens na velocidade de projeto.  Cerca de 60% das obras de duplicação da EFC estão concluídas.

Atualmente, circulam na Estrada de Ferro Carajás 56 composições simultaneamente, somando trens de minério, de carga geral e passageiro. Entre as composições, está um dos maiores trens de carga do mundo em operação regular, com 330 vagões e 3,3 quilômetros de extensão. Nele, é possível transportar 33 mil toneladas de minério de ferro de uma só vez, o equivalente a mil carretas. Com a duplicação da ferrovia, será possível aumentar a circulação para 69 composições simultâneas, o que permitirá atender ao aumento de produção de minério de ferro que virá com o S11D e com os projetos de expansão do Complexo Minerador de Carajás.

4 comentários em “Sem Temer, Canaã dos Carajás recebe o S11D, maior investimento privado do Brasil nesta década

  1. José Alberto L. Neto Responder

    O que tem de erro nessa reportagem não está escrito no gibi… inacreditável que no site da Vale havia tanta informação desencontrada. s11d não demorou 15 anos e o custo operacional atual de Carajás não é o que está informado na reportagem. Outra coisa é que s11 e sistema sul não são a mesma coisa. sistema sul é lá em MG. Zé preste mais atenção porque seu site é muito lido.

    • Romulo Responder

      José Aberto.

      01-Quando se diz 15 anos no texto é claro, compreende ao tempo de planejamento, estudos de todos os tipos quanto ao projeto desta magnitude, análises e compreensões de como projetar uma das maiores extrações de minério do Planeta e juntamente com o fim das suas obras.
      02-O valor do custo de produção pode ocilar, assim como o valor da tonelada vendida pela empresa.
      03-Se você não foi a escola quando a sua Mãe lhe mandava ir, não deve ter observado que o texto fala duma minha Chamada S11D, na qual fica localizada no Município de Canaã Dos Carajás no sudeste do Pará, más específico na Floresta Nacional de Carajás onde no platô da floresta a mina S11D se localiza no bloco denominado “SUL” fazendo parte do COMPLEXO MIMERADOR DE CARAJÁS juntamente com sistema “NORTE” localizado no município de Parauapebas.

      Deu pra entender que você só falou merda e que o desinformado aqui é Você?

      • FREITAS JR. Responder

        O TEXTO ESTAVA ERRADO MESMO, EU TINHA LIDO E ATÉ TINHA UMAS LETRAS ERRADAS, E TROCARAM DEPOIS SISTEMA SUL POR SERRA SUL, DEPOIS DA IDIOTICE. VÁ LÁ NO SITE DA VALE E VEJA QUE NÃO SÃO 15 ANOS, ESTA TUDO DETALHADO NA PAGINA ESPECIFICA SOBRE S11D. ISSO É FALTA DE ATENÇÃO. OS ESTUDOS DE VIABILIDADE COMEÇARAM EM 2006, E SE ESTAMOS EM 2016… KKKKKKKKKKK E OUTRA O CUSTO HOJE E DE 13 DOLARES. COLAGEM MUITO MAL FEITA. DEIXE DE SER BURRO E PRESTE ATENÇÃO!!

Deixe seu comentário

Posts relacionados