“Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”

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No dia 1º de novembro de 1755 a cidade de Lisboa, em Portugal, foi impactada um por terrível terremoto que atingiu magnitudes entre 8,7 a 9 na escala de Richter e a destruiu quase que completamente.

Dizem que, sem saber o que fazer, o Rei D. José I perguntou ao Marquês de Pombal, que era seu secretário de estado dos negócios estrangeiros e da guerra, o que se havia de fazer. Ele respondeu ao Rei: “Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”.

Essa resposta simples, franca e direta tem muito a nos ensinar. Primeiro porque não adianta ficar chorando os mortos, que na metáfora podemos dizer que é o passado e este deve ser esquecido. Depois é preciso cuidar dos vivos, do presente. Em seguida é necessário fechar os portos, não deixar as portas abertas para que novos problemas possam surgir.

Em Parauapebas, parte do secretariado de Darci Lermen deveria pensar muito a respeito dessa reflexão. Em vez de encarar os problemas e resolvê-los, insistem na afirmação de que receberam uma prefeitura quebrada e ingovernável. Isso é praxe de políticos fracos, já que proclamaram aos quatro cantos durante a campanha eleitoral que o governo Valmir Mariano teria sido o pior na história de Parauapebas. Ora, se já sabiam que  o governo VQM foi tão ruim assim deveriam esperar receber a prefeitura com as contas em dia e funcionando perfeitamente?

O caso é que entra gestor e sai gestor e a falácia não muda. A culpa da aparente incompetência cai sempre em cima da gestão anterior. Não que eu esteja defendendo o governo anterior, mas é preciso que o “governo da oportunidade” dê início às ações que vão trazer Parauapebas de volta ao crescimento. Tudo bem, são apenas 70 dias de governo. Mas é preciso que o discurso de que a culpa por todos os males que imperam hoje em Parauapebas é da gestão anterior deve dar lugar ao enterro dos mortos, do trato dos vivos e do fechamento dos portos. Só assim, realmente, Parauapebas vai sair dessa grande crise.

Darci Lermen completa no próximo dia 21 seu 3.000º dia como prefeito de Parauapebas. Três mil dias lhe garantem a experiência necessária para não culpar o governo anterior, já que ele recebeu e entregou o cargo de prefeito e sabe que a culpa até pode ser de quem saiu, mas a responsabilidade de ajeitar as coisas é de quem está no governo.