Sindicatos e Vale voltam a discutir reajuste salarial e benefícios para funcionários

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Mais uma rodada de negociação entre os sindicatos que representam os funcionários da Vale e a mineradora ocorre nesta quinta (03) e sexta-feira (4), em Belo Horizonte. O novo encontro foi marcado depois da rejeição, por parte dos sindicatos, à contraproposta apresentada pela empresa, em reunião realizada na última quinta-feira (27).

A empresa apresentou um reajuste de 6,5% a partir da assinatura do acordo, a manutenção dos demais benefícios, sem acréscimos, o pagamento do 13º do cartão-alimentação dez dias após a assinatura do acordo e a limitação do cartão-alimentação e auxílio-educação aos empregados afastados por doença, por seis meses.

Os sindicatos exigem uma discussão da inflação acumulada pelo INPC e mais ganho real, lembrando que no ano passado os trabalhadores não tiveram qualquer percentual de reajuste, tendo recebido uma compensação de R$ 7.100,00 como abono. O Metabase Carajás faz parte do grupo de sindicatos que integram as negociações a nível nacional.

“A grave crise enfrentada no ano passado, com milhares de demissões em todo o país, começa a ser superada e o prejuízo de mais de R$ 44 bilhões anunciados pela Vale em 2015, já foi revertido em lucro de mais de R$ 6,3 bilhões no primeiro semestre e mais R$ 1,84 bilhão no terceiro trimestre deste ano”, afirmou o presidente do Metabae Carajás, Raimundo Nonato Alves Amorim, mais conhecido como Macarrão.

“Os trabalhadores exigem a recuperação do valor real dos salários, pois a economia familiar vem sendo comprometida e perdemos a capacidade de arcar com os nossos compromissos”, relatou Macarrão, destacando a expectativa de avanço nas negociações. “Os trabalhadores não devem ficar ansiosos e nem aceitar pressão da empresa para fechar acordo que não contemple a recuperação dos nossos salários”, orientou.

Ao ser questionado durante a reportagem se o Metabase Carajás batalharia por um percentual diferenciado de aumento para os funcionários que a instituição representa, pois os mesmos atuam nas minas com maiores resultados para a empresa, Macarrão esclareceu que “as negociações ocorrem a nível nacional, por que é uma empresa só, e os impactos de produção e financeiros atingem a todos. Para atender às demandas regionais, são realizados os Acordos Coletivos Específicos”.

A assessoria de comunicação da Vale informou que a empresa não comenta assuntos relacionados à negociações em andamento com os sindicatos.

Proposta Metabase

A proposta apresentada pelo Metabase contempla um reajuste com base na inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) até outubro de 2016, além de um ganho real na ordem de 5% e o aumento do cartão alimentação de R$ 620,00 para R$1.067,82. Além disso, a entidade argumenta que o arrocho salarial enfrentado pelos trabalhadores chega a 19,5%, já que a empresa não concede reajuste há 23 meses.