Trabalhadores se negam a pagar taxa de fortalecimento sindical para o Metabase

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Termina na próxima quarta-feira (30) o prazo para os trabalhadores da área de mineração, não associados ao Metabase, se manifestarem contrários ao pagamento da taxa de fortalecimento sindical. Na manhã desta segunda-feira (28), dezenas de trabalhadores fizeram fila em frente à sede da entidade para entregar suas respectivas cartas, escritas a próprio punho, negando o desconto de 6% dos seus salários, referente à taxa.

De acordo com o sindicato, a cobrança da taxa é constitucional e foi aprovada na primeira assembleia realizada com os trabalhadores para a elaboração das pautas de negociação do acordo coletivo, em meados de setembro deste ano. Os valores recebidos deverão ser utilizados para cobrir as despesas decorrentes do processo de negociação do acordo coletivo, que foi assinado no dia 23 de novembro, entre a entidade e a Vale.

A taxa se difere da contribuição sindical anual obrigatória e das mensalidades pagas pelos associados. O valor poderá ser divido em três parcelas e será cobrado automaticamente dos funcionários que não entregarem a carta na sede do sindicato dentro do prazo.

“Eu não concordo com essa taxa e não vou permitir esse desconto em meu salário, que no caso, seria em torno de R$ 100,00. Eu trabalho há 05 anos na mineração e durante os três primeiros anos fui sócio do sindicato, mas, me desvinculei porque acho pouco demais o trabalho que eles desenvolvem por nossa classe”, informou um dos trabalhadores presentes na fila, que não quis se identificar.

Justificativa para a cobrança da taxa

“Tivemos muitos gastos durante o processo de negociação do acordo coletivo de trabalho, principalmente em comunicação, para informar aos trabalhadores sobre o andamento das negociações, assessoria jurídica e viagens”, informou Eurides Pinheiro, administrador do Metabase.

O sindicato não informou os valores gastos decorrentes do processo de negociação para acordo coletivo, pois ainda não fechou o balanço contábil anual. Também não foi possível, até o fechamento desta matéria, repassar informações sobre a receita mensal da entidade, originada a partir das contribuições efetivadas pelos associados, por meio de desconto em folha de pagamento.

De acordo com as informações passadas pelo administrador do Metabase, são aproximadamente três mil associados, em um universo de 13 mil trabalhadores. O salário médio do trabalhador da mineração, calculado pelo sindicato, é de R$ 2.800,00. Quem é associado, contribui mensalmente com 2% do seu salário base para a entidade. Dessa forma, pode-se concluir que a receita mensal é de aproximadamente R$ 168.000,00.

Quando questionado sobre a real necessidade da taxa, o administrador do Metabase informou que a arrecadação do sindicato não é suficiente para atender todas as demandas da entidade, principalmente, às relacionadas a processos coletivos que beneficiam trabalhadores em diversas situações.

“Estamos com um processo coletivo na justiça, por exemplo, para tentar conseguir o adicional de periculosidade para profissionais que atuam na área do Salobo, como mecânico, operador de perfuratriz, entre outros. Caso a gente consiga essa conquista, vamos beneficiar mais de 300 trabalhadores com o adicional de 30% em seus salários. Todos esses processos coletivos demandam trabalho de advogados, temos um custo muito elevado com assessoria jurídica e contratos com vários escritórios de advocacia no município para atender a demanda”, explicou Eurides Pinheiro.

1 comentário em “Trabalhadores se negam a pagar taxa de fortalecimento sindical para o Metabase

  1. WESS Responder

    Demostração de que eles não tem apoio da classe que representam.
    Deveriam refletir e pesarem em sair e dar oportunidade para outros.
    Deveriam pensar em sair com o sentimento de já terem feito muito.
    A mudança é necessária.

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