10 municípios já pagaram cerca de R$ 3,5 bilhões em salários este ano; veja quem

Enquanto gasto com funcionalismo por habitante se aproxima de R$ 4 mil em Canaã, valor não passa de R$ 522 em Ananindeua. Despesa bruta de Belém fica nanica diante de Parauapebas.

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A maior das despesas das prefeituras do Pará não parou de crescer nem mesmo diante da pandemia de coronavírus. Em 2020, os dez municípios do estado que arrastam as folhas de pagamento mais pesadas já computam quase R$ 3,42 bilhões em despesa com pessoal no período de janeiro a outubro, cerca de R$ 250 milhões a mais que o mesmo período do ano passado. Há município em que o custo do servidor por habitante chega a quase R$ 4 mil.

As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou os gastos com o funcionalismo público praticado pelo conjunto das prefeituras mais bem-sucedidas financeiramente no estado e que, por isso, conseguem ter fôlego para gastar mais. Por não ter apresentado as contas de execução orçamentária do 5º bimestre, nem mesmo hoje 12 dias após findado o prazo estipulado pelo Tesouro Nacional, o município de Tucuruí ficou de fora.

Até o momento, a despesa bruta com pessoal da Prefeitura de Belém, de R$ 1,172 bilhão em dez meses, é insuperável. Os belenenses gastam, em média, R$ 785 para manter os servidores públicos municipais vinculados à administração da capital. Mas, do ponto de vista proporcional, a despesa encarada por Belém é fichinha perto da folha de pagamento da Prefeitura de Parauapebas, que já despejou R$ 541,35 milhões na praça em salários de seus cerca de 9.000 servidores. Em Parauapebas, o custo médio per capita com servidor público é de R$ 2.599, o triplo de Belém e o dobro do registrado em Marabá.

No mais importante município do sudeste do Pará, aliás, a despesa com pessoal chegou a R$ 346,06 milhões em outubro, numa média de R$ 1.239 por habitante. Marabá tem população menor que Santarém e Ananindeua, ainda assim sua folha supera a dos conterrâneos com folga: Santarém gastou R$ 285,37 milhões e Ananindeua, R$ 276,83 milhões no mesmo período.

Apesar disso, nenhuma das folhas de pagamento das prefeituras do Pará é tão potente quanto à da Prefeitura de Canaã dos Carajás, cuja despesa chegou a R$ 146,26 milhões em dez meses e ergueu o município ao pelotão dos que mais gastam com o funcionalismo — embora, no momento, tudo dentro do respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal. A média de gasto com pessoal por habitante em Canaã é de R$ 3.944, a mais elevada de toda a Região Norte, quase oito vezes a despesa média registrada em Ananindeua (R$ 522), município com gasto per capita mais “fraquinho” do grupo.

Entre as 52 prefeituras paraenses que prestaram contas do 5º bimestre, três não gastaram sequer R$ 10 milhões com servidores: Brejo Grande do Araguaia (R$ 9,54 milhões), Peixe-Boi (R$ 8,5 milhões) e São João da Ponta (R$ 7,06 milhões). No recorte de despesa por habitante, além de Ananindeua, que é lanterninha até o momento, Ourilândia do Norte também acompanha (R$ 697 per capita). No extremo oposto, além de Canaã e Parauapebas, que lideram o ranking, aparecem as prefeituras de Curionópolis (R$ 1.987 per capita) e Senador José Porfírio (R$ 1.879).

Confira o ranking preparado pelo Zé Dudu das que mais despejaram dinheiro na praça com servidores até o momento, em valores brutos!

PREFEITURAS QUE MAIS GASTARAM COM FUNCIONALISMO ATE OUTUBRO

1º Belém: R$ 1.172.025.062,11 (R$ 785,15 per capita)

2º Parauapebas: R$ 541.349.270,12 (R$ 2.599,23 per capita)

3º Marabá: R$ 346.057.912,76 (R$ 1.238,80 per capita)

4º Santarém: R$ 285.336.286,65 (R$ 936,79 per capita)

5º Ananindeua: R$ 276.827.802,85 (R$ 521,73 per capita)

6º Barcarena: R$ 192.420.034,61 (R$ 1.543,31 per capita)

7º Castanhal: R$ 167.453.507,96 (R$ 833,96 per capita)

8º Altamira: R$ 147.633.168,32 (R$ 1.288,31 per capita)

9º Paragominas: R$ 147.458.675,70 (R$ 1.303,27 per capita)

10º Canaã dos Carajás: R$ 146.263.120,13 (R$ 3.944,00 per capita)