Um em cada quatro jovens paraenses, na faixa etária de 18 e 24 anos, está de cara para cima, sem emprego e sem qualquer perspectiva de arranjar ocupação. São ao todo 143 mil indivíduos, o suficiente para encher duas cidades do tamanho de Redenção. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu a partir de números recém-divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio de sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PnadC-T).
No trimestre encerrado em março, o Pará tinha 441 mil desocupados, que correspondiam a 11,5% de toda a população em idade de trabalhar. Todavia, a taxa de desocupação entre os jovens paraenses é de 24%, mais que o dobro da taxa média do estado. De cada dez desempregados do Pará, ao menos três tem entre 18 e 24 anos. Ao todo, o estado possui 1,08 milhão de jovens nessa faixa etária e mesmo quem trabalha ganha remuneração média (R$ 876) muito inferior à do estado (R$ 1.486).
A Unidade da Federação mais populosa e rica da Amazônia é a 9ª do Brasil em número de jovens sem oportunidade. Em contrapartida, o Pará é um dos mais letais da nação para jovens. Segundo dados divulgados no início deste mês pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no “Atlas da Violência 2019”, a taxa de homicídio juvenil paraense chega a estarrecedores 105,3 registros para cada grupo de 100 mil indivíduos e salta para 195 registros entre as vítimas de sexo masculino.
Embora em bandejas de mensuração distintas, a chance de um jovem ser assassinado no estado é imensa e proporcionalmente maior que a de esse mesmo jovem encontrar emprego e ajudar a movimentar a economia. Está tudo fora de ordem, inclusive na capital do Pará, onde 33 mil de seus 152 mil jovens também estão sem ocupação. Em Belém, a taxa de desemprego entre os jovens crava 36,2%, a 5ª maior entre as capitais, só superada por Rio Branco-AC (44,6%), Macapá-AP (40,5%), Manaus-AM (37,9%) e São Luís-MA (36,9%).