20 empresas levaram R$ 142 milhões no Governo Aurélio Goiano; saiba quem são

E isso nem é o xis da questão. Desafio do prefeito neófito é se controlar e parar de fazer empenhos exagerados com orçamento, pois, na velocidade que vai, terá dificuldades para honrar compromissos, quitar dívidas com prestadores de serviços e, principalmente, pagar salário dos servidores até agosto

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Dos R$ 466,59 milhões que o prefeito Aurélio Goiano pagou em seus três primeiros meses de gestão, uma bolada de R$ 142,33 milhões foi parar na conta corrente de apenas 20 CNPJs. Esse seleto grupo de sortudas e abençoadas empresas responde por 30,5% de todos os pagamentos que a administração de Goiano fez, o que inclui débitos herdados do governo anterior e incontáveis dívidas novas, já feitas no atual mandato. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

A maior parte dos medalhões que mais embolsaram milhões nesse curto período de governo são construtoras, algumas delas agrupadas em consórcios para vencer licitações e levar contratos retumbantes. Mas há a presença também de empresas do ramo de prestação de serviços nas áreas de saúde e locação de veículos.

A campeã é a Organização Social de Saúde (OSS) Aselc, que detém o contrato de gerenciamento, operacionalização e execução de ações e serviços de saúde no Hospital Geral de Parauapebas (HGP). Já o segundo lugar é da empresa A & L Engenharia, que presta serviços de abertura, recuperação, manutenção e pavimentação de vias urbanas, o famoso tapa-buraco. O pódio é completado com a empresa Transcidade, que se ocupa da prestação dos serviços de manejo de resíduos sólidos e limpeza pública.

O Blog identificou que a gestão de Goiano pagou cerca de R$ 47,85 milhões em despesas deixadas pelo ex-prefeito Darci Lermen em exercícios anteriores. A maior parte das dívidas estava na Secretaria Municipal de Obras (Semob), que pagou no primeiro trimestre R$ 26,42 milhões, seguida da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), que pagou R$ 14 milhões, e da Secretaria Municipal de Educação (Semed), que pagou R$ 4,477 milhões.

Despesas sem freio

Pode parecer coisa de outro mundo, mas todo gestor deixa dívidas de um mandato para outro, seja para ele mesmo, quando assume uma reeleição, seja para o sucessor. Exemplos de dívidas são rescisões de trabalhadores não estáveis (contratados e comissionados) e de prestadores de serviços com contrato vigente. Exatamente por isso, o município tinha inicialmente em seu orçamento de 2025 dotação de R$ 81,36 milhões para fazer frente esse tipo de despesa. Mas não são as dívidas deixadas pela gestão passada que preocupam, e sim os gastos do governo atual.

Aurélio Goiano praticamente ainda não começou a desembolsar pelos megacontratos que já firmou via dispensas de licitação e adesão a atas. São montantes que ultrapassam R$ 100 milhões, em contratos cheios de polêmicas e alguns dos quais questionados judicialmente.

Os R$ 466,59 milhões que ele pagou nos primeiros três meses são nada perto do valor que ele empenhou no período: R$ 887,76 milhões. No primeiro trimestre, 37% do orçamento de R$ 2,393 bilhões — para durar o ano inteiro — já havia sido empenhado. É o pior desempenho orçamentário de um primeiro trimestre da história de Parauapebas.

Incertezas pós-agosto

O governo de Goiano empenha despesas numa média mensal de R$ 295,92 milhões, velocidade muito superior à arrecadação líquida efetiva da Prefeitura de Parauapebas, atualmente em R$ 200 milhões por mês — ou nem isso, como em março, quando a arrecadação não chegou sequer a R$ 175 milhões. Desse jeito, as contas não fecham, e o prefeito, que empenhou até sua palavra a apoiadores e financiadores de campanha, terá um problemão com fornecedores, não tardará.

Se continuar a fazer compromissos financeiros nessa rapidez, Aurélio Goiano verá seu governo completamente travado na primeira semana de agosto, com uma avalanche de cobranças de todos os lados e sem dinheiro para pagar até mesmo os salários de agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro dos servidores. Aliás, terá de optar: ou paga o funcionalismo, ou paga prestador de serviço.

Parece exagero, mas o prefeito que diz não dar “seta para a esquerda” precisa ligar o pisca-alerta, desacelerar e encontrar a direção a fim de tornar sua gestão mais eficiente em um cenário delicado de queda de receitas e de pressão por cumprimento de promessas de campanha. Se insistir em seguir como vai, na contramão dos gastos públicos, empurrará o município ladeira abaixo antes de concluir o primeiro ano de mandato.

2 comentários em “20 empresas levaram R$ 142 milhões no Governo Aurélio Goiano; saiba quem são

  1. Pedro Responder

    Esse desgoverno foi a pior coisa que pudemos eleger. Cabra mentiroso. Estelionato eleitoral. Fora, Aurélio!!!

  2. João Batista Responder

    Brincadeira Zé,o cara deixou uma dívida de um bilhão e cem milhões só com o INSS,vc quer o quê?

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