Foram 875 mil em maio, 274 mil em junho e 140 mil em julho. Esse é o batalhão de paraenses que relataram a pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter sentido sintomas conjugados de síndrome gripal que podiam estar associados à Covid-19, tais como perda de cheiro ou sabor ou febre, tosse e dificuldade de respirar ou febre, tosse e dor no peito. A boa notícia é que o número de doentes potenciais por infecção do coronavírus está em franco declínio no estado.
É o que acaba de revelar a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) específica para Covid realizada pelo IBGE. O Blog do Zé Dudu debruçou sobre os números do levantamento e concluiu que 1,29 milhão de paraenses já devem ter tido contato com a Covid-19, o que representa 15% da população. O Pará é o campeão em pessoas com síndrome gripal associada à infecção por coronavírus, seguido de perto por São Paulo, onde 1,28 milhão podem ter tido Covid até final de julho. Maranhão, com 697 mil casos, é o terceiro colocado.
Quando são analisados os números de pessoas que sentiram sintomas isolados, tem-se que 3,097 milhões de paraenses tiveram gripe entre maio e julho. O número também está em queda: 1,84 milhão de pessoas griparam em maio; 777 mil em junho; e 480 mil em julho. Dessas pessoas, apenas 742 mil procuraram atendimento médico, o correspondente a 24% do total. Entre as que apresentaram sintomas mais característicos de Covid, o recorte das que foram parar na emergência das unidades de saúde salta para 33%.
60 mil dos positivos têm comorbidade
Até julho, segundo o IBGE, 641 mil paraenses fizeram teste para saber se estavam com Covid e 221 mil (34%) testaram positivo. Esse dado chama atenção porque se contrapõe aos números oficiais do Governo do Pará, segundo os quais o estado tinha 157 mil casos até o final de julho. A diferença numérica é significativa e revela o tamanho da subnotificação.
Além disso, quando comparado o total de casos até o final de julho com o volume de 1,29 milhão de paraenses que reportam ter sentido sintomas conjugados e típicos de Covid, independentemente de diagnóstico positivo, verifica-se que número real de contaminados pelo coronavírus pode ser oito vezes maior que os dados do governo. Assim, os números do IBGE estão em linha com dados do levantamento Epicovid19, realizado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em todo o país a pedido do Ministério da Saúde.
O IBGE registra que, no Pará, 128 mil fizeram o exame do tipo RT-PCR, o mais preciso para diagnosticar a doença no momento, e 35 mil testaram positivo. Outras 398 mil fizeram o teste rápido, com furo no dedo, e 123 mil positivaram. Também 161 mil fizeram o exame sorológico, com furo na veia do braço, para checar se tiveram Covid em algum momento da vida e 75 mil descobriram que tiveram a doença. Entre os 221 mil que tiveram resultado positivo, 60 mil são do grupo de risco — do qual fazem parte, aliás, 1,3 milhão de paraenses com diagnóstico médico de alguma comorbidade. O Pará tem o segundo maior volume de positivados do país, atrás de São Paulo (532 mil) e à frente do Rio de Janeiro (209 mil), Ceará (182 mil) e Maranhão (178 mil).