2º Turno: Candidatos de Belém e de Santarém voltam ao embate em 27 de outubro

Quem conseguir atrair mais eleitores dos candidatos derrotados, tiver melhor postura na TV, for mais convincente no rádio e usar as melhores estratégias de marketing, leva a prefeitura. A sorte está lançada!

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No dia 27 de outubro, os eleitores de Belém e Santarém voltam às urnas no Pará. Com a disputa acirrada contabilizada neste domingo (6), os candidatos que conseguirem atrair os votos dos derrotados, e convencer o eleitorado com uma melhor comunicação, visto que o tempo no rádio e na TV no 2º Turno será igual para os finalistas, pesarão na decisão de escolha do melhor candidato. Com a disputa mais curta, os candidatos que passaram ao 2º Turno, voltam as ruas nesta terça-feira (8).

A tarefa de Igor Normando (MDB), com 44,89% (359.904) votos, que enfrentará o deputado federal Delegado Éder Mauro (PL), que obteve 31,48% (252.455) votos, é o maior desafio político do governador Helder Barbalho (MDB), que também conseguiu passar para o 2º Turno, Zé Maria Tapajós (MDB), que obteve 49,73% (94.321), que definirá o pleito com o vereador JK do Povão (PL), que era então, o favorito nas pesquisas eleitorais.

Em Belém, a disputa é ainda mais estratégica para o governador e seu grupo político, porque o prefeito derrotado que tentou a reeleição, Edmilson Rodrigues (PSOL), que obteve somente 9,78% (78.401) dos votos, está com a autoestima abalada. Acusa o governador de traição e não quer nem ouvir falar do candidato que chama de genocida, por sua aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Outro fator é a realização da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP). A 30ª edição do megaevento internacional será em Belém, e não está nos planos de Helder e Lula, a cidade ser governada por um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A avaliação é que isso seria uma “desmoralização”.

Há ainda um terceiro fator: o futuro político do próprio governador. Em 2026, ele tem de decidir se deixa o governo sem concluir seu mandato, com o objetivo de disputar a única vaga ao Senado, em outubro daquele ano, correndo o risco de abrir a guarda para a ofensiva de seu principal adversário político no Estado, o prefeito de Ananindeua, Dr. Daniel (PSB), reeleito com 83,48% (229.930) votos, e que poderá disputar o Governo do Estado.

Marketing político

A tarefa da equipe de maketing dos quatro candidatos finalistas no Pará será um caso a parte. O peso da influência de uma propaganda eleitoral no rádio e na TV, ainda são preponderantes para influenciar a opinião dos eleitores no Pará, uma vez que a facilidade de acesso à internet e consequentenente, às redes sociais, tem sérias restrições em muitos municípios no segundo maior Estado em área territorial do país.

O eleitorado de Belém e de Santarém guarda algumas semelhanças no que se refere aos aspectos ideológicos. Belém e Santarém, não podem ser definidas como cidades de maioria socialista, embora essa ideologia política, tenha a maior preferência do eleitorado, o que representa uma vantagem aos candidatos apoiados pelo governador Helder Barbalho, que agora pode angariar também a ajuda de corpo presente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pelo menos para convencer o PT, a marchar com Igor Normando na fase derradeira da disputa.

A controvérsia fica ainda mais exacerbada quando se analisa a composição das Câmaras Municipais eleitas.

Belém

Confira como ficou a composição das 35 vagas e quais os partidos comporão a Câmara Municipal de Belém:

MDB – 9 vagas (13,3%)
PSD – 4 vagas (3,75%)
PL – 3 vagas (3,56%)
UNIÃO BRASIL – 3 vagas (2,59%)
PDT – 2 vagas (2,68%)
REPUBLICANOS – 2 vagas (1,93%)
PSOL – 2 vagas (1,95%)
PP – 2 vagas (1,83%)
PT – 2 vagas (1,36%)
PSB – 1 vaga 1,14%)
REDE – 1 vaga (0,99%)
PV – vaga 1 vaga (0,88%)
PSDB – 1 vaga (0,73%)
PCDOB – 1 vaga (0,72%)
PRD – 1 vaga (0,7%).

Das 35 cadeiras, 23 serão ocupadas por partidos do Centrão. A esquerda definhou em Belém conseguindo apenas 10 cadeiras, e o PSDB só não desapareceu porque conseguiu uma cadeira.

Santarém

Os eleitores também mudaram a cara da Câmara Municipal de Santarém, e nas rodas de conversas, um dos assuntos de maior controvérsia é quem é o coveiro (a) do PT, que só elegeu um vereador. Confira quem sentará nas 23 cadeiras da Casa:

MDB – 5 vagas (10,98%)
UNIÃO BRASIL – 3 vagas (6,12%)
PSD – vagas 3 (4,34%)
PP – vagas 3 (3,63%)
REPUBLICANOS – 2 vagas (3,04%)
PRD – 2 vagas (2,56%)
PL – 2 vagas (1,98%)
PDT – 1 vaga (1,38%)
PT – 1 vaga (1,21%)
PSB – 1 vaga (0,79%)

Com viés do eleitorado mudando para o Centro do espectro político, as eleições de 2024 ainda carecem de análise mais aprofundada, mas uma coisa é certa, o eleitorado do Pará, está cada vez mais propenso ao Centro, e não à esquerda.

* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.