4º FIA-Cinefront começa hoje em Marabá e vai até o dia 19

Este ano, o Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira acontece em três países: Brasil, Peru e Alemanha

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Começa nesta quinta-feira (12), em Marabá, o FIA-Cinefront (Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira), que este ano, na sua 4ª versão, mais uma vez coloca em evidência a ocupação territorial da Amazônia e a violência seguida de protestos, revolta e destruição. O festival também traz a temática da Guerrilha do Araguaia, uma ferida que nunca cicatriza e que até hoje tem sequelas entre a população rural da região conhecida como Bico do Papagaio, palco do massacre de militantes comunistas e de camponeses acusados de apoiar a causa comunista que ia de encontro ao governo militar.

Durante o 4º FIA-Cinefront, será homenageado o advogado Paulo Fonteles Filho, poeta, comunista, entusiasta do cinema de fronteira e ativista político com uma vida dedicada à defesa dos direitos humanos.

Em coletiva na manhã de hoje, o professor Amintas Lopes da Silva Júnior, diretor de Ação Intercultural da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), disse que o 4º FIA segue uma linha bem próxima das anteriores, onde a ideia é continuar dando visibilidade às lutas das populações que resistem em seus territórios ao processo capitalistas de expropriação.

“A gente tem, aqui na região, uma série de políticas governamentais de ocupação que levaram as pessoas a situações de conflito e a ideia é mostrar como essas pessoas resistem, não só a esses conflitos, mas também no cotidiano, produzindo alimentos e produzindo conhecimentos”, afirma Amintas.

Ele destaca que este ano o festival homenageia a professora universitária Edna Castro, que realizou “dois filmes fantásticos”: “Marias da Castanha” e “Fronteira Carajás”, produzidos a partir da visão dela em relação a essas populações e “são bastante representativos do que se pretende mostrar desde a primeira edição”.

Júlia Mariano, diretora do filme “Do Corpo da Terra”, convidada especial para o festival e que hoje ministra a alunos da Unifesspa e outros interessados um curso de “Introdução ao Cinema Documentário”, diz que durante as aulas é possível conhecer os diretores de documentários, saber as formas de fazer um filme, como é a linguagem cinematográfica, entre outras técnicas.

“Então, depois a gente sai, fazendo exercício com câmeras, aqui pelo campus mesmo, com o objetivo de que os alunos tenham a prática de pegar na câmera, fazer as entrevistas e depois discutir isso em sala de aula”, salienta Júlia, que frequenta Marabá desde 2011, “filmando e apoiando os movimentos sociais de diversas formas”.

 A coordenadora de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis da Unifesspa, Claudiana Guido, falou da programação do Cinefront. Disse que a programação é extensa, acontece em três países – Brasil, Alemanha e Peru – e, nesta região, além de Marabá, os filmes será exibidos em aldeias, acampamentos, em Santana do Araguaia, São Félix do Xingu, Xinguara e Rondon do Pará.

Fora do Estado, ainda segundo Claudiana Guido, o 4º Cinefront tem exibições no Amapá, em Araguaína (TO) e em Santa Catarina. “Então, é uma produção gigantesca, em Marabá e na região toda são 22 sessões, as principais no Cine Marrocos, aqui no campus 1, no campus 2, no campus 3, em escolas públicas e no presídio feminino, onde será exibido, na sexta-feira ‘Maria da Castanha’”, concluiu.

Programação

MARABÁ

Quinta, 12 Abril | Cine Marrocos – 19h

Filmes: Marias da Castanha (1987), Fronteira Carajás (1992) e

Manu: essa História não é minha só (2018)

Debate: Programa Grande Carajás, ontem e hoje.

Edna Castro (NAEA/UFPA) e Emanuel Wambergue

Sexta, 13 Abril | Unifesspa Campus Marabá

Auditório Unidade II – 15h

Filme: Marias da Castanha (1987)

Filme: Fronteira Carajás (1992)

Auditório Unidade I – 19h

Filmes: Soldados do Araguaia (2017)

Debate: O Exército Brasileiro contra Guerrilha do Araguaia e os impactos sobre a vida da população no sudeste Pará

Sezostrys Alves da Costa (ATGA) e Naurinete Fernandes (UNIFESSPA) Prédio Multiuso – Unidade III

Filme: Marias da Castanha (1987) | Horário: 10h

Filme: Fronteira Carajás (1992) | Horário: 16h

Sábado, 14Abril | Unifesspa Campus Marabá

Auditório Unidade I – 16h

Filme: Marrio

(2017)

Sábado, 14 Abril | Cine Marrocos – 19h

Filme: Aikewára, a ressurreição de um povo (2017)

Debate: O Cinema, a Ditadura Militar e os Povos Indígenas na Amazônia

Luiz Arnaldo e Célia Maracajá (Diretores de Aikewára)

Segunda, 16Abril | Unifesspa Campus Marabá

Prédio Muluso

I Unidade III – 10h

Filme: Manu: Essa história não é minha só (2018)

Auditório Unidade I – 15h

Filmes: Chama Verequete (2000) e Híbridos: Os espíritos do Brasil (2017)

Debate: Religiosidade, Arte e Cultura Cabocla na Amazônia.

Jerônimo Silva (UNIFESSPA) e Cinthya Marques (UNIFESSPA)

 Auditório Unidade I – 18h

Filmes: O Vento das Palavras (2001), Runan Caycu (1973), Do Corpo da Terra (2017) e Terra é Vida (2018)

Debate: Luta pela Terra e a Reexistência Indígena e Camponesa na América Lana

Fernando Michelo (UNIFESSPA) e Ginno Perez

Quinta, 19Abril |SESC Marabá

Filme: Aikewára, a ressurreição de um povo (2017) I Horário: 15h

Filme: Marrio

(2017) I Horário: 19h

Oficina: Introdução ao Cinema Documentário, Teoria e Prática

Período: 9 a 13Abril

Sessões ESCOLAS PÚBLICAS

Programação Local – 12 e 20Abril

sessões Campi Unifesspa

São Félix do Xingu, Xinguara, Rondon do Pará e Santana do Araguaia

Programação Local – 12 e 16 Abril

SÃO GERALDO DO ARAGUAIA

Terra Indigena Suruí-Aikewara

Sexta, 13 Abril | Aldeia Sororó – 18h

Filme: Aikewára, a ressurreição de um povo (2017)

ELDORADO DOS CARAJÁS

Acampamento da Juventude Sem Terra

Sexta, 13Abril – 19h

Filmes: Fronteira Carajás (1992) e Manu (2018)

Domingo, 15Abril – 19h

Filmes: Runan Caycu (1973) e Terra é Vida (2018)

Segunda, 16Abril – 19h

Filme: Aikewára, a ressurreição de um povo (2017)

Por Eleuterio Gomes – Correspondente em Marabá

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