Cerca de 500 mil romeiros tomaram as ruas e novamente lotaram o trajeto até a Basílica, no Centro de Belém, na 229ª procissão do Círio de Nazaré, no domingo (10). As grossas cordas especialmente encomendadas a um fabricante do nordeste que são atreladas à Berlinda que conduz a imagem milagrosa de Nossa Senhora de Nazaré — um dos símbolos do evento — pelo segundo ano seguido, devido a pandemia da Covid-19, não foi acionada pela Diretoria da Festa. Os fiéis da Santa, improvisaram a romaria de fé e esperança pelo segundo ano seguinte.
Do alto de um helicóptero, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré abençoou os fiéis, no segundo ano seguido sem a maioria das procissões devido à pandemia. Só uma das doze romarias tradicionais foi realizada.
Um sobrevoo da imagem às 8h30 do domingo levou a multidão às ruas, que se manteve até a realização do percurso do círio num sobrevoo, a partir das 11h00.
Fiéis pagando promessas e devotos foram às ruas como habitualmente acontece no segundo domingo de outubro de todos os anos. Pequenos comerciantes também estavam lá.
Antes da pandemia, o Círio de Nazaré recebia cerca de 2 milhões de pessoas anualmente, que percorriam o trecho entre a catedral e a praça Santuário de Nazaré.
As celebrações da 229ª edição do Círio foram intensas nos últimos dias na capital paraense. Na sexta-feira (8), a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré percorreu ruas de Marituba e Ananindeua, na região metropolitana de Belém, logo após a missa solene na Basílica-Santuário, no início da manhã.
O trajeto, de 47 quilômetros, é o mais longo e com maior duração de toda a programação, e é seguido por fiéis a pé, de bicicleta, em motos ou carros.
No sábado (9), depois da pregação na basílica, houve a descida da imagem original de Nossa Senhora do Glória, sem o tradicional manto, que foi levada para fora da igreja para que fiéis que acompanhavam a missa num telão pudessem vê-la.
Caças supertucanos da FAB, pilotados por oficiais aviadores da Esquadrilha da Fumaça, sobrevoaram a Basílica, arrancando aplausos do público.
A transladação, que deixou de ocorrer oficialmente devido ao novo coronavírus, foi celebrada pelos fiéis sem a imagem de Nossa Senhora. O trajeto tem 3,6 quilômetros, entre a avenida Nazaré e a igreja da Sé, que foi interditado pela Semob (Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém) também lotou as ruas com os promesseiros rezando, entonando cânticos religiosos em homenagem à Mãe de Jesus, segurando velas acesas que iluminaram o trajeto.
O percurso é o inverso do realizado na manhã de domingo, e foi marcado por muitas pessoas sem máscaras, justamente o que a Diretoria do Círio quis evitar.
A primeira celebração do Círio de Nazaré ocorreu na tarde de 8 de setembro de 1793. Em 1854, ele passou a ser celebrado de manhã e, desde 1901, a data passou a ser o segundo domingo de outubro.
Val-André Mutran – É correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.