Judiciário: “ problema não está na Lei, está na postura! ”

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Dia desses um procurador de São Paulo ameaçou prender uma aluna que questionava seus métodos de ensino na aula. Num outro, um magistrado do Rio processou o condomínio onde mora para ser chamado de “doutor” pelo porteiro. Comportamentos como esses tornaram-se alvo de um trabalho de uma associação dirigida por juízes, promotores e advogados espíritas.

Em entrevista à Folha de S.Paulo o presidente da AJE – Associação Jurídico-Espírita de SP, promotor Tiago Essado, afirmou que esse é um dos problemas crônicos do sistema de Justiça brasileiro, que envolve vaidade e prepotência. “Não estamos nos excluindo desse comportamento. Estamos reconhecendo o problema e a necessidade de modificá-lo. Fazemos reformas nas leis, mas, às vezes, o problema não está nela. Está na postura”.

Fonte: Migalhas

9 comentários em “Judiciário: “ problema não está na Lei, está na postura! ”

  1. anônimo Responder

    Infelizmente, ainda prevalece um outro jargão: faça o que eu falo e não o que eu faço. Pq mesmo quem defende não se confundir autoridade com autoritarismo, já foi flagrado usando o jargão: “Você sabe com quem está falando? Peedeu a noção?”…

    E engana-se quem acha que juiz pensa que é Deus. Quem pensa dessa forma são os advogados. Quanto aos juízes, elem têm CERTEZA!!!!!!! É deplorável.

  2. Senna Responder

    A questão é que, com raras exceções, todos os que fazem parte, direta ou indiretamente, do Judiciário sentem-se com um “rei na barriga”… Ao cidadão comum cabe o “sim sr(a). doutor(a)!” O que essas autoridades tem que fazer rapidamente é não se achar que estão acima de tudo e de todos, falta-lhes muito respeitar ao cidadão.
    Com toda consideração e respeito aos responsáveis e competentes profissionais da Justiça, repito aqui o que disse a Procuradora da República: “tem muitos bandidos que se escodem atrás das togas”.

  3. anônimo Responder

    Imagina só se o Brasil não fosse um país que se diz democrático!!! Pessoas prepotentes, que pensam ser donos do mundo. Morrem e fedem até mais do que uma pessoa humilde…

  4. frede silveira Responder

    Meu caro Ze Dudu,

    Uma pequena história que vem muito bem a propósito do fato em foco.
    Certa feita, morando em Belém, indo do trabalho, no centro, para casa, no conjunto Bela Vista, em Val de Cans, uma condutora de um veículo importado tentou por várias vezes ultrapassar-me pela direita numa via de apenas uma mão de tráfego. Como não tinha condições estruturais pela natural estreiteza da rua buzinei para que a apressada condutora entendesse. De nada adiantou e a mulher na tentativa de ultrapassagem quase encostou seu veículo no meu.Na verdade ainda houve um toque entre os retrovisores. Aí, percebi que a vistosa senhora havia baixado o vidro do seu carrão e estava falando e gesticulando muito. Resolvi tentar ouvir o que ela dizia e baixando o vidro do meu carro também ouvi perfeitamente ela dizer que iria me seguir e onde eu parasse mandaria me prender porque era juíza de Direito. Na época ainda advogando e conhecendo meus direitos e deveres facilitei a vida dela parando logo em seguida em um acostamento. Ato contínuo a nervosa senhora parou atrás e já veio me ofendendo tentando me intimidar mostrando suas credenciais de juíza. Tentei estabelecer um diálogo mais ela não me deixava falar usando e abusando do velho clichê: você vai ver com quem está falando. Como ela tinha ligado do seu celular para a polícia militar, que nada tinha com o caso e continuasse a vociferar perguntando se eu sabia com quem estava falando, já nervoso, respondi: Sim, estou falando com uma vagabunda de merda indigna de representar a Justiça do meu país. Ato contínuo informei aquela mulher que eu também era parte integrante, como advogado, da Justiça. Até hoje não sei o que fez aquela perua entrar no seu importado e sair cantando pneus! Tenho como testemunhas minha ex-mulher e meu filho, à época ainda com tenra idade.

  5. Líbio Araujo Moura Responder

    Caro Zé Dudu,

    Como magistrado e representante da Associação dos Magistrados do Estado do Pará, na qualidade de vice-presidente, senti-me na obrigação de postar acerca da matéria veiculada.

    Em primeiro lugar, não podemos inverter a discussão para admitir que comportamentos excepcionais possam ser considerados a regra da judicância.
    Somos 16000 juízes e juízas no Brasil e os casos relatados não chegam a 0,1% dos magistrados. Equívocos profissionais e arrogância são falhas humanas e não privilégio de uma classe (vão desde um prestador de serviço a um diplomata), arraigadas em questões que variam da mera prepotência até laços familiares e alterações psíquicas.

    Além disso, sempre necessário verificar que, diferentemente da maioria das profissões, o ofício da magistratura acarreta o descontentamento social de uma das partes atingida pelo julgado, o que faz nascer a inconformação natural, a ser suportada por nós mesmos.

    De qualquer forma, o que não se pode permitir é que, ao argumento de que juízes são arrogantes, pessoas interessadas em enfraquecer a independência do Poder Judiciário passem a confundir autoridade com autoritarismo, pois, afinal, somos nós os responsáveis, diariamente, pela manutenção do Estado Democrático de Direito, em qualquer rincão desse pais.

    Atenciosamente,

    Líbio Moura
    Juiz de Direito da 3ª Vara Penal de Parauapebas
    Vice-Presidente de Prerrogativas da Amepa

  6. anônimo Responder

    O Poder judiciário, dentre outras mazelas,possui no corporativismo petrificado e arcaico uma de suas maiores metástases.
    Absolutamente divorciado da comunidade, seus ungidos integrantes,como arianos do saber,vivem num mundo da fantasia,movidos aos indefectíveis “Doutor” e “Excelência”.
    Na esfera federal, um oficial de justiça, uma espécie de carteiro de luxo,atividade anacrônica e em total decompasso com estes tempos de comunicação instantânea, com 15 anos de “paraíso” recebe mensalmente cerca de 17 mil reais(não,não é delirio não!),
    Mas eles não são os únicos!
    A eles se juntam a categoria dos médicos ,campeões da falta de compromisso com a população.
    Quem já viu um médico atender um paciente no horário marcado,ou então se desculpar pelo atraso?
    Quem traduz seus garranchos nas receitas, mesmo havendo uma Lei que os obriga a escrever de forma legível?
    Para a população, os médicos e os membros do judiciário vem tendo sua atuação perigosamente comparadas ás da classe política,no que de pior ela possui, o corporativismo messiânico,o distanciamento do que deveriam representar na construção de um país melhor.
    Mas isso, “data vênia”, nada mais é do que o “murmúrio das ruas” ,esse ruídozinho incômodo a mostrar que,além de cega, a justiça se faz de surda.

  7. Gustavo Nepomuceno Responder

    Além de mudar as leis, que são ultrapassadas, há a necessidade de mudar a mentalidade de “certas autoridades”, a maioria delas deixou o poder subir a cabeça e pensam que são Deus… Resta a nós, meros mortais, suportar a TPM de todos elas…

    As leis são feitas pelo poder legislativo, portanto, feitas por políticos, quase todos corruptos, não há de se esperar muita coisa, “ELES NÃO VÃO PRODUZIR PROVAS CONTRA SÍ PRÓPRIOS…”

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