Parauapebas: falta de qualificação profissional preocupa empresas e trabalhadores

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CTPS O estado do Pará receberá R$ 130 bilhões em novos investimentos até 2016 e deverá gerar mais de 160 mil novas vagas de trabalho. A informação está contida no Guia Pará Investimentos 2012-2016 lançado ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA).

Dos R$ 130 bilhões, a região de Carajás – onde se concentram grande parte dos projetos minerais – deverá ficar com 53% desse total. Já a região do Tapajós, onde será construída a hidrelétrica de Belo Monte, receberá 23% dos investimentos e a região da Grande Belém, onde se destacam os projetos de ampliação nas plantas industriais de Barcarena e do Porto de Vila do Conde, ficará com os outros 24%.

Se esses números estiverem corretos, instituições públicas e privadas de Parauapebas precisarão investir mais na qualificação profissional dos que buscarão essas vagas, já que esse parece ser um grande gargalo que dificulta o crescimento das empresas e o cumprimento dos prazos estabelecidos em contrato.

Em Parauapebas quando se fala em oferta de emprego, a qualificação profissional é assunto muito discutido e que inquieta empresários que aqui resolvem investir ou prestar serviços nos setores onde é necessária mão de obra qualificada.

A situação é tão preocupante que até o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Sindicato da Construção Civil estão se mobilizando para oferecer mais cursos na região para qualificar pessoal.

Na outra ponta dessa discussão, os trabalhadores reclamam que as empresas exigem experiência em carteira e isso prejudica a maioria deles.

Segundo o diretor da Unidade do SENAI em Parauapebas, Rosivaldo Brito, o órgão “está trabalhando de uma forma bem apurada para atenuar da melhor forma possível essa carência, oferecendo vários cursos, como de iniciação profissional, aprendizado industrial, aperfeiçoamento, qualificação eletro eletrônica, informática, instrumentação, e manutenção de equipamentos, visando melhorar a qualificação profissional dos trabalhadores”.

Ele reconhece que a demanda é grande em função dos projetos desenvolvidos no município. “Desde que o SENAI foi implantado na cidade, em 2005, ainda de forma modesta, e a partir de 2007, de forma mais atuante, mais de 30 mil pessoas já foram capacitadas. Sabemos que há necessidade de qualificar pessoas na região. Atendemos uma média de mil a 1.200 pessoas por mês. Os cursos mais procurados são de eletricidade, eletrônica, instrumentação e segurança no trânsito”, disse Rosivaldo.

O diretor do SENAI informou ainda que muitos trabalhadores já concluem os cursos e são empregados imediatamente. “A maioria já sai empregado. O nosso percentual de empregabilidade chega a 97%. Muitos nem terminam o curso e as empresas já convidam para fazer uma avaliação”, destacou.

Os cursos oferecidos pelo SENAI variam de 20 a 60 horas ou de 900 até mil 1.200 horas e acontecem pela manhã, tarde e à noite. Os preços praticados são mais em conta do que os cursos oferecidos por escolas particulares e variam de R$ 50,00 a R$ 200,00.

Rosivaldo Brito destacou que o crescimento da cidade é muito bom, mas isso preocupa, porque nem todas as pessoas que chegam aqui são qualificadas. “Estamos fazendo parcerias com grandes empresas para atender essas demandas, que são provocadas pelos grandes projetos, e evitar que essas pessoas fiquem desempregadas, e no futuro, até caiam para caminhos errados”, alertou.

Ele disse ainda que há metas de expansão do SENAI na região. “Com certeza. Hoje o SENAI está trabalhando em algumas comunidades em parcerias com empresas, como, por exemplo, em Curionópolis, Eldorado dos Carajás e Canaã dos Carajás”, ressaltou.

Construção Civil
Oriovaldo Mateus - Sinduscon-Parauapebas Também preocupadas com o assunto, entidades se unem para amenizar o problema da falta de qualificação profissional em Parauapebas. Uma parceria inédita vai propiciar qualificação e treinamento para os trabalhadores da construção civil local.

A iniciativa envolve a Associação Comercial, Industrial e Serviços de Parauapebas (ACIP), o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), a Mineradora Vale (Inove), a Rede de Desenvolvimento de Fornecedores do Pará (Redes), o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Leve e Pesada de Parauapebas (Sinticlepemp) e o SEBRAE.

A informação é do presidente da ACIP, Oriovaldo Mateus (foto), que também é diretor regional do Sinduscon-PA. Segundo ele, com a iniciativa, trabalhadores de menor qualificação, como ajudantes e serventes vão ter a oportunidade de se prepararem para ocupar funções que exigem maior capacitação técnica, e, consequentemente, que oferecem melhores salários, como pedreiro, carpinteiro, encanador e eletricista. “As despesas com os cursos serão rateadas entre a mineradora Vale, parceira no projeto, e as empresas locais que aproveitarão essa mão-de-obra. Pela proposta inicial, a Vale cobrirá 65% dos custos e as empresas os 35% restantes”, destacou Mateus.

De acordo com o diretor do Sinduscon, “as entidades que estão envolvidas no projeto já estão trabalhando para que seja desenvolvido um projeto piloto. A expectativa é que o curso de pedreiro inicie já na segunda quinzena do mês de março”.

Algumas pessoas ouvidas na fila do Serviço Nacional de Emprego (SINE) na manhã desta quarta-feira alegaram que boa parte dos trabalhadores que chega a Parauapebas tem capacitação profissional e cursos técnicos, mas as empresas exigem experiência em carteira.

Lauro Silva Nunes, 30 anos, que mora em Eldorado dos Carajás e trabalha com máquinas pesadas, disse que não concorda que o problema seja a falta de capacitação profissional de um modo geral. “Não concordo. Tem muito profissional na área, mas as empresas fazem muitas exigências, como carteira assinada e muitas horas de trabalho”, disse ele, fazendo um apelo para que “haja mais cursos profissionalizantes e mais baratos na cidade”.

João Lopes de Araújo, 31 anos, topógrafo que veio de Colinas (TO), tem experiência em carteira e já conseguiu um encaminhamento para emprego, mas também comentou que as empresas exigem muitas coisas dos candidatos a uma vaga de emprego. “Há muita gente capacitada na região, mas as empresas estão exigindo muito experiência. Isso dificulta para muitos trabalhadores”, lamentou.

Serviço
Cursos de Qualificação Profissional – Maiores informações podem ser obtidas na sede da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Parauapebas (ACIP), que fica localizada na Rua 24 de março, número 02, no bairro Rio Verde. Se preferir, a equipe de colaboradores da ACIP está à disposição para atender nos telefones: (94) 3356-1871 / 3356-4040 ou através do e-mail: acipnet@flexanet.com.br.

SENAI – Rua F n° 164 Cidade Nova – Fone: (94) 3346-3284 – Parauapebas – PA

Com reportagem de Lima Rodrigues.

10 comentários em “Parauapebas: falta de qualificação profissional preocupa empresas e trabalhadores

  1. ANE MELO Responder

    serasta acontecendo que isso realmente eu vim dai por falta oportumidade tem tanta pessoas saindo dai e tem tantas ai desempregadas

  2. antonio ferreira e silva junior Responder

    Sou formado em ciências da computação não tenho experiência de trabalho, quero me profissionalizar mas gostaria o que mais é necessário na aréa da computação.

    antneciosamente!!

  3. Val Responder

    Conheço pessoas aqui em parauapebas q já terminaram o curso técnicos, mas as empresas nunca deram oportunidades se querem para essas pessoas estagiarem… O certo eras essas escolas técnicas garantirem estágios, porém muitas nem registrada são. É tenso isso está acontecendo numa cidade cheias d oportunidades, porém aindo vemos essa situação.

  4. Eduardo Responder

    Quanto ao SENAI DE PARAUAPEBAS, eu ja fui varias vezes em busca de um curso q pretendo fazer, mas, todas as vezes q chego la dizem q nao tem previsao de inscricao. FICA AI EM ABERTO PRA QUEM QUER IMAGINAR A RESPEITO…

  5. Eduardo Responder

    Tem q dar oportunidade pra quem corre atraz, a formacao vc aprande na empresa, é como um curso de operacao de maquinas vc precisa ter carteir D ai vc faz um curso pra atuar na area, se forma e corre atraz de exercer a fucao, mas, a empresa nao te contrata pq vc nao tem carteira de trabalho assinada na atuacao da area, se gasta uma fortuna pra fazer uma preliminar(principalmente em parauapebas). UMA SOLUÇÃO A ESSE CASSO É AS EMPRESAS CONTRATAREM E FORMAR O FUNCIONARIO PRA NAO AVER ESSE NEGOCIO DE FALTA DE MAO QUALIFICADA(as empresas vao dizer q é gastos d+ e q digam, mas q tenham vergonha em sair dizendo q falta qualificacao)

  6. Eduardo Responder

    Oportunidades de emprego tem, mas, o que adianta se o que falta mesmo é oportunidade pro jovem iniciante, hj as empresas sao assim: ou vc tem alguem q te indique ou entao vc vai ficar louco tentando entrar em uma firma e muitos pra nao ficar p traz esquentam a carteira de trabalho, é errado é, mas bastante utilizado. E tem gente q tem a cara de pau de dizer em redes publicar q o brasil nao tem gente qualificado pra certas obras, o arrogante o q falta mesmo é oportunidades pq ninguem nasce sabendo e se hj termino um curso tecnico amanha dizem q o mercado ta cheio. Pelo amor de deus

  7. Nome (obrigatório) Responder

    A MAIORIA DOS PROFISSIONAIS HOJE DE PARAUAPEBAS, PASSARIA FOME EM QUALQUER CAPITAL QUE TENTASSE CONSEGUIR EMPREGO. AS EMPRESAS DAQUI TEM QUE ACEITAR QUALQUER PORCARIA, POIS NÃO TEM OPÇÃO. PRONTO FALEI.

  8. não concordo Responder

    Na verdade o mercado de trabalho aqui em Parauapebas ta deixando muito a desejar, muita burocracia para trabalhadores proficionais; estou indo para o projeto da Hidrelétrica de Belo Monte, fui convidado e estou indo com trabalho garantido e muitos amigos também.

  9. Nome (obrigatório) Responder

    OQUE FALTA EM PARAUAPEBAS É INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO, NÍVEL TÉCNICO SÓ TEM ESCOLINHAS DE QUINTA, E OQUE ACONTECE É QUE A MAIORIA DOS RECÉM FORMADOS SAEM DESSAS ESCOLINHAS E QUEREM DISCURSAR EM PALANQUES!

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