Por Dilse Maia
Pode se cobrar neutralidade, no meu ponto de vista sim, mas não da imprensa. Por exemplo, é triste ver um Presidente da república que tem um respaldo popular tão grande, se engajando em disputas, entrando de corpo e alma no ‘jogo”, pedindo voto com desespero. Isso sim é triste e define o estadista do político menor. No mínimo ele deveria se colocar em uma posição mais discreta em razão de ser o presidente de todos.
O Presidente da República não está no patamar dos outros cidadãos mas parece que o Lula não sabe disso. O negócio é que não temos opção. Dilma é muito pior do que Lula, Serra é sujeito de gabinete que não conhece a realidade do povo e Marina uma grande covarde neutra, uma SUJEITA INDETERMINADA; aquela sem opinião definida, sem coragem para se posicionar. Nem sei porque ganhou alguma simpatia. Talvez por sua “cara de fome” ( que ela faz questão de ressaltar), como bem disse alguém. Uma das maneiras de se desvirtuar idéias é se colocar sempre na posição de ser o tal, o bam bam bam, o maioral, o de idéias “supimpa”, o “fera neném”. Aquele que bajula sempre, que sempre se coloca em posição de agradar, de colher elogios, de provocar exclamações por uma inteligência ‘superior’. Podemos ver isto o tempo todo por aí, nos posts de blogs, nos comentários pseudo-intelectuais e etc; mas onde vejo com mais frequencia é naquela esquerda antiga que ainda existe por aí com aquele discurso surrado de ‘ nunca na história deste País…”.
Não vejo méritos em inteligência, todos a temos, é inerente ao ser humano. A mim me encanta a maneira de utilizá-la; menos a inteligência, mais a sabedoria. Todos estes políticos safardanas que existem por aí, os líderes do crime ‘organizado’, os corruptos, tem uma inteligência considerável mas não vejo mérito nenhum nela. A fibra de se colocar no front com posicionamentos ideológicos nem sempre simpáticos mas coerentes com a personalidade é que dá o tom da coisa, fellows.
[ad code=4 align=center]
5 comentários em “Voz ao leitor”
Caro Leônidas. É triste, sim. Triste um presidente ver apenas o umbigo e ainda mais um presidente que, reconheço, fez mais que os outros. Se perdeu no momento pol´pitico menor. Foi ridículo ouvir ele vociferando, implorando um presente de aniversário: o voto nos candidatos do partido. Aliás, o nome “partido” já diz tudo. Ele não é de nenhum partido, ele, como Presidente, representa o TODO. Quanto a ser Porta-voz da direita, vamos lá: Sarney é porta voz de quem? Renan é porta voz de quem? Tiririca é porta voz de quem? E por aí vai: Hélio Costa, Collor, Crivella… De direita e de Esquerda é um discurso acabado, meu caro Léo. Para com essa bobagem. Não, vc não está nos anos 80. Lá sim, essa postura tinha até um charme. Que bom ler Jacques Bousset e/ou Jean Bodin, nas altas da madruga, divagar intelectualidades e teorias políticas de nuvens de algodão. Lula não é de esquerda, se convença disso, moço. Mas não sofra muito com essa realidade como vc vem sofrendo com “outras” que ajudou construir senão sua decepção não vai ter mais fim. Eu quero que Lula use de sua popularidade para defender não o seu projeto político mas o seu povo, sofrido, que carrega este país nas costas. Eu não quero que ele seja imparcial mas esteja ACIMA das disPUTAS( perdão pelo trocadilho, não resisti). Estar acima das disputas não é se isolar delas mas contribuir com a consolidação da democracia e da consciência amadurecida de cidadania que todos precisamos e queremos. Ele não tem que ter candidato de sua preferência, a sua preferência tem que ser pelo poder de escolha do povo, ele tem que confiar nisso pois fez parte desse processo. Vc falou em “Resquicio autoritário” e me fez ter certeza de que infelizmente vc não saiu mesmo daquele período pós-ditadura. Este termo é de lá. Só faltou dizer que existem “filhotes da ditadura”….. Medite tu. É bom ler a própria consciência, viu meu caro.
Dilse Maia
Dilse querida,
Eu ia comentar, retirando o excesso de beligerância, mais ou menos a mesma coisa que o Leo já comentou. O que tenho a acrescentar é o que sinto diante da neutralidade: me sinto como se estivesse diante de um prato de chuchu. O chuchu tem um nome ótimo pra se falar, mas não tem gosto de nada. Pra quem gosta das coisas demasiadas, fortes, intensas, a neutralidade passa ao largo.
O Diego falou algo que é interessante. O governo Lula foi bom pra sociedade e pros filhos dele. É uma declaração forte que me lembra uma passagem de Montesquieu, com a qual me encerro nesse comentário:
“Se eu soubesse de alguma coisa útil à minha nação que fosse danosa a uma outra, eu não a proporia, porque sou homem antes de ser nacional ou ainda porque sou necessariamente homem, não sendo nacional senão
por acaso. Se soubesse de alguma coisa que me fosse útil e prejudicial à minha família, meu espírito a rejeitaria. Se soubesse que alguma coisa que fosse útil à minha família e que não o fosse à minha pátria, buscaria esquecê-la. Se soubesse de alguma coisa que fosse útil à
minha pátria e que fosse prejudicial ao meu continente ou que fosse útil ao meu continente e prejudicial ao gênero humano, eu a veria como um crime”.
Dilse,
Digitou muito, mas não disse nada justamente por sua neutralidade. Infelizmente a corrupção é o maior carcinoma incluso na nossa política, mas temos de “botar na balança” o que foi mais benéfico para o País. Falo por mim, que a minha situação econômica e profissional se consolidou após a entrada da esquerda (diga-se Lula) na presidência. Se a gente se beneficia por certos atos políticos, administrativos ou judiciários, a tendência é nos paternalizar para quem a benfeitou. Posso ser taxado de egoísta, mas quem não puxa a sardinha para o seu lado, hein? Seria hipocrisia não dizer isto. Não importa Dilma, Serra ou Marina “cara de fome”. Importa é o que houve de bom não só para a sociedade, mas para com meus filhos.
PS: Não quero incitar desejo de voto a ninguém; Cada um com a sua célebre consciência.
Zé…
desculpa aí: mas, como é triste? Triste, por que? O que porta-vozes da direita não admitem (nem que seus argumentos são de direita; aliás, um deles diz que não existem estes polos no pensamento político) é que Lula use de sua popularidade para defender seu projeto político. Por que seconsidera triste que um político, que foi de fundamental importância na formulação e aplicação de um projeto político, defende a continuidade deste projeto politico? Onde está a lógica? Era para ser contra? Ou queriam é que ele se declarasse tão imparcial quanto a mídia nativa para ver se conseguiriam emplacar seu candidato? Ninguém deixa de ser cidadão quando se torna presidente. Dizer que ele está acima dos outros cidadãos é resquicio autoritário. Faltou defender o “direito divino”. Medite. É bom lê Jacques Bousset e/ou Jean Bodin, que diziam que os reis estavam mais perto de Deus que os outros homens, por isso não podiam se misturar aos seus vãos problemas.
Leo