“O tempo não para e,
No entanto, ele nunca envelhece!”
(Caetano Veloso, Força Estranha)
Desde que se passou o pleito geral de 2010, temos procurado, nesta nossa coluna, delinear o estado que se encontram as forças e lideranças políticas de Parauapebas, especialmente aquelas que, há muito, têm se proposto como alternativa à sucessão da administração municipal. Não é, pois, nenhuma novidade que ora retomemos tal assunto.
Dizem todos os que vivem de/por/para política que “a próxima disputa eleitoral começa quando acaba a anterior”. Por isso, em conformidade com o saber popular, entendemos que, embora ainda a quase dois anos das próximas eleições, a campanha já começou.
E, não obstante, ainda estejamos em pleno processo de análise mais profunda do recado das urnas parauapebenses, mais distante e, por isso mesmo, menos emocional; e que possamos dizer que, devido àqueles resultados, este ou aquele nome/candidato(a) tenha se saído melhor que os demais; o fato é que o tempo corre contra todos os pretendentes ao Paço Municipal.
Em verdade, se fato é que o tempo, em política, tem um ritmo diferenciado, conforme a força sócio-eleitoral do pretendente, não é menos verdadeiro que, depois dos resultados eleitorais de 2010, em Parauapebas, ele está mais acelerado para, no caso, contra, os “governistas”. E vários fatores têm contribuído para esta situação.
Em primeiro lugar, já batido e martelado outras tantas vezes neste mesmo espaço, isso se deve aos problemas político-administrativos em que se enredou o Governo Cidadão, fato que, a cada dia, vem desgastando sua imagem junto à população, o que, muito provavelmente, refletirá sobre quem quer que seja seu/sua candidato/a.
Mas, há mais! Também tem contribuído para a periclitante situação governista a ausência de alternativas, isto é, de nomes/candidaturas que possam apresentar viabilidade eleitoral e que, ao tempo em que se mostrar como opção, possa também separar sua “imagem política” da “imagem administrativa do governo”. E, temos que convir, não será uma tarefa fácil!
Não será/seria (neste caso, julgando-se pelo momento atual do Governo Cidadão), por exemplo, uma missão muito “tranqüila” para quaisquer dos secretários/as de “primeira linha”, posto que terá/teria que tentar fazer um discurso eleitoral ambíguo, tendo que apontar as falhas, e suas propostas de correção de rumos, do governo a que serve/serviu/servia, dependendo do caso.
Importante frisar que, sendo de “primeira linha”, e, acreditamos que só assim sendo poderia pretender-se candidato/a, sempre lhe sobraria o questionamento do “porque não o fez quando estava no governo”; ou, o que lhe pode ser pior, “de só está falando (se por este viés optar) porque é candidato/a, mas nada fez/fazia/fará quando era/será governo” (neste caso, de novo). Poderia, então, ser considerado “um lobo em pele de cordeiro”; o que, convenhamos, não é nada bom para um/a candidato/a.
Outro problema que deve ser enfrentado por qualquer pretensa candidatura governista à Prefeitura de Parauapebas é a diluição da “base aliada”, agora agrava pelo inevitável (?) rompimento do acordo para a composição de Mesa Diretora da Câmara Municipal, vez que, ainda de se resolvesse e se equacionasse os diversos interesses que hoje se digladiam, sobraria muitas desconfianças, especialmente nos que fossem preteridos.
Temos que nos lembrar que, uma vez que já se deu a ameaça de rompimento do acordo, mesmo que não venha se cristalizar, alguns de nossos nobres edis, especialmente os governistas, acreditando na fissura, iniciaram, cada um per si, intentos para se tornar o novo presidente e, aí, “as mágoas vêm à flor da pele”. Não há como não sobrar rusgas!
E mais: o rompimento do acordo governista na Câmara de Vereadores só confirma as rachaduras em toda a estrutura da base aliada do Governo Cidadão, que, agora terá que “rebolar” com a dupla preocupação de manter a governabilidade, compondo nova base política, e de construir uma candidatura sólida e viável para não dispersar os “aliados sobrantes”; se algum sobrar.
Mais uma vez: o tempo é curto para tão grandiosa tarefa! Nada indica que o Governo Cidadão terá e envidará esforços e condições capazes de lograr tamanho êxito. Eis uma “sinuca de bico”: fazendo-o poderá perder a governabilidade; não o fazendo, perderá, de certo, a sucessão!
Isto, entretanto, diferentemente do que pensam alguns, poderá não se verter em favor da oposição, partindo-se, lógico, de que alguma oposição aja ao Governo Cidadão. O tempo também não lhe favorece, pois, a ela também está reservada uma não menos árdua tarefa política.
Em primeiro lugar, unificar um discurso alternativo, que se faça acompanhar de práticas políticas, capazes, esta e aquele, se sobrepor à descrença política geral em que se encontra a população de Parauapebas depois de tantas esperanças já depositadas nas mais diversas lideranças de todos os credos políticos.
Em segundo lugar, em complemento necessário do primeiro, aparar vaidades, aglutinar forças em torno de uma opção viável, compondo um amplo leque de aliança, e encontrar um único nome que assimile e elimine as desconfianças mútuas. Isto também é muito difícil.
Talvez, mesmo, até mais difícil para a oposição do que para o governo, pois, quem tem a “caneta na mão”, certamente é capaz de oferecer mais atrativos. O tempo dirá; é esperar pra ver!
Por Leônidas Mendes
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4 comentários em “O Tempo contra todos”
Prezado Zé Dudu,
Como escrevi o texto ontem em um boteco, lamentavelmente não tão desclassificado como você diz ser o do Baixinho, reenvio o texto com algumas correções.
Abraços
“Talvez, mesmo, até mais difícil para a oposição do que para o governo, pois, quem tem a “caneta na mão”, certamente é capaz de oferecer mais atrativos. O tempo dirá; é esperar pra ver!” Leônidas Mendes
Caro Zé Dudu,
O último parágrafo do texto do Leônidas Mendes, que reproduzo acima, deveria ser leitura obrigatória e diária para todos aqueles que se dizem “da oposição” e almejam o Poder Executivo de Parauapebas.
Por mais que, segundo notícias, o Governo Municipal esteja desgastado, o candidato governista é, hoje, o franco favorito e quem larga disparado na frente (dependendo de quem seja estará mais ou menos na frente).
Conforme muito bem explanado pelo articulista L. Mendes, ao contrário do que muitos imaginavam, o tempo é e será muito mais implacável, impiedoso e escasso para os oposicionistas do que para os governistas. E, não tenha dúvidas que, por mais que haja problemas, divergências e as ameaças de “debandada” na base governista, os oposicionistas, em Parauapebas, estão muito mais desarticulados que a aludida base.
As mesmas disputas observadas entre secretários e caciques governistas existem entre os oposicionistas. Estão dançando a mesma música e criticando a forma de dançar do outro. É samba de crioulo doido! É samba de uma nota só!
Os oposicionistas têm a clara e enorme desvantagem alertada por Leônidas: a oposição não tem a “caneta na mão”! (a oposição tem uma dívida enorme com Leônidas Mendes só por, através desta frase, resgatá-la ao mundo real).
O Prefeito, parece, não tem mais como corrigir os rumos de sua administração, mas, tem mais estrutura, apoio, poder e tempo de corrigir o rumo de sua sucessão. Portanto, maiores condições que a oposição tem de se estruturar, articular e se entender.
Se os oposicionistas não se despirem das vaidades individuais indevidas, “baixando a bola” dos inúmeros, inexpressivos e insignificantes postulantes à sucessão do Executivo Municipal, vão amargar mais alguns mandatos na oposição e, óbvio, longe do Poder que almejam.
Com o início de 2011, a corrida para a sucessão começará prá valer e estarei atuando de forma mais direta e incisiva nos caminhos da sucessão. Tenho o dever cívico de fazer isto!
De que lado? O que for melhor para Parauapebas. Hoje não saberia dizer qual é a melhor opção para Parauapebas: se a situação ou a oposição. Talvez nenhum destes. Provavelmente, se começarem a dançar músicas ou sambas diferentes, fique mais fácil avaliar e identificar.
Mais do que partidos políticos ou posições ideológicas – até pela desesperanças e decepções que estes trouxeram a esse povo – creio que a próxima eleição vai depender, mais que nunca, da credibilidade pessoal do candidato.
Creio também – e isto é bom – que isto inviabilizará a pretensão de inúmeros postulantes ao cargo de Prefeito, principalmente daqueles que já ocupam ou ocuparam cargos no Legislativo e Executivo Municipal. Salvo raras exceções, perdem tudo quando assumem o Poder, principalmente a credibilidade. Talvez seja sinal de uma verdadeira renovação, diferente da farsa de 2004. Talvez renovação não resolva mais e o que se prece seja uma revolução.
A oportunidade está para o novo! Podem ser novas lideranças comunitárias, empresariais, estudantis, de classe ou outras. Talvez sejam lideranças ainda não identificadas.
Chega um momento de desesperança, decepção e desilusão que é melhor arriscar no novo, mesmo que desconhecido, do que naquilo que já se conhece, não se aprova e que fez parte do elenco, como ator principal ou coadjuvante – ainda que disfarçado – do enredo que tentou destruir os sonhos de uma cidade melhor.
Acredito que nas próximas eleições não fará tempo bom paras as “lideranças políticas” antigas e já identificadas. Acredito que figuras carimbadas serão carta fora do baralho.
Como se pode extrair do texto que transcrevi: ”quem viver verá”!
Parabéns ao Leônidas Mendes pela bela análise.
Parabéns a você pelo Blog que é um dos seis que considero leitura diária obrigatória.
Abraços,
Welney Lopes
“Talvez, mesmo, até mais difícil para a oposição do que para o governo, pois, quem tem a “caneta na mão”, certamente é capaz de oferecer mais atrativos. O tempo dirá; é esperar pra ver!”
Por Leônidas Mendes
Caro Zé Dudu, o último parágrafo do texto do Leônidas Mendes, que reproduzo acima, deveria ser leitura obrigatória diária para todos aqueles que se dizem da oposição e almejam o Poder Executivo de Parauapebas. Por mais que, segundo notícias, o Governo Municipal esteja desgastado, o candidato governista é hoje, disparado, o favorito e quem larga na frente. Conforme muito bem explanado pelo articulista Leônidas Mendes, ao contrário do que muitos imaginavam, o tempo é e será muito mais cruel e escasso para os oposicionistas do que para os governistas. E, não tenha dúvidas que, por mais que haja problemas, divergências e “debandada” na base governista, os oposicionistas em Parauapebas estão muito mais desarticulados que a aludida base. As mesmas disputas observadas entre secretários e caciques governistas existem entre os oposicionistas. Estão dançando a mesma música e cada um pensando que o outro é que está dançando errado. É samba de uma nota só. Os oposicionistas têm a clara e enorme desvantagem alertada por Leônidas: a oposição não tem a “caneta na mão”! O Prefeito não tem mais como corrigir os rumos de sua administração, mas tem mais tempo de corrigir o rumo de sua sucessão do que a posição de se articular e se entender. Se os oposicionistas não se despirem das vaidades indevidas, baixando a bola dos inúmeros inexpressivos e insignificantes postulantes à sucessão do Executivo Municipal, vão amargar mais alguns mandatos na oposição ao executivo. Com o início de 2011, a corrida para a sucessão começará prá valer e estarei atuando de forma mais direta e incisiva nos caminhos da sucessão. De que lado? O que for melhor para Parauapebas. Hoje não saberia dizer qual é a melhor opção para Parauapebas, se a situação ou a oposição. Mais do que o partido político creio que a próxima eleição vai depender, mais que nunca, da credibilidade do candidato. Creio que isto inviabilizará a pretensão de inúmeros postulantes, principalmente daqueles que já ocupam ou ocuparam cargos no legislativo e executivo. A oportunidade está para novas lideranças comunitárias, empresariais e de classe. Acredito que não será tempo bom paras as “lideranças” políticas. Como dito no texto que transcrevi:”quem viver verá”!
Meu caro Ze
Vem a este fazer um denucia, sou aluno do PROJOVEM URBANO, e eu sei neste programa tem merenda escolar para o aluno, só que até hoje não tivemos, mas segundo boatos já vieram 03 (três) remessa de merenda para o municipio de parauapebas, segundo eles COORDENADOR DO PROJOVEM URBANO (coordenador da casa da juventde de parauapebas) e diretores das escolas( Antonio Matos, Elisaldo Ribeiro e Domingos Cardoso) a merenda não e feita porque não tem onde preparar. Agora eu lhe pergunto AONDE ESTA ESSA MERENDA, NU DEPOSITO, LEVARAM PRA CASA , ESTÃO ESPERANDO VECER? Pra vc ter certeza que não boatos, 1° verifique se este progrma tem merenda escolar? 2° Quantas vezes foi enviado a este municipio, 3° Pergunte aos alunos? Aguardo providencia!