A música ao longo do tempo

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Uma análise da evolução da relação de conquista e do amor do homem para a mulher, através das músicas que marcaram época. Não é saudosismo, mas vejam como os quarentões, cinquentões tratavam seus amores. É por isso que de vez em quando vemos uma mulher nova enroscada no pescoço de um quarentão.

Década de 30:
Ele, de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde ela mora, canta:
"Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa! Do amor por Deus esculturada.
És formada com o ardor da alma da mais linda flor,
de mais ativo olor, na vida é a preferida pelo beija-flor…."

Década de 40:
Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na algibeira,escreve para Rádio Nacional e, manda oferecer a ela uma linda música:
"A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua,costuma se embriagar. Nos seus olhos eu suponho, que o sol num dourado sonho, vai claridade buscar"

Década de 50:
Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de uma bela bossa:
" Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça.
É ela a menina que vem e que passa, no doce balanço a caminho do mar.
Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema. O teu balançado é mais que um poema.
É a coisa mais linda que eu já vi passar."

Década de 60:
Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do braço, ajeita a calça Lee e coloca na vitrola uma música papo firme:
"Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que o meu amor, nem mais bonito. Me desespero a procurar alguma forma de lhe falar, como é grande o meu amor por você…."

Década de 70:
Ele chega em seu fusca, com roda tala larga, sacode o cabelão, abre porta pra  mina entrar e bota uma melô jóia no toca-fitas:
"Foi assim, como ver o mar, a primeira vez que os meus olhos se viram no teu olhar….
Quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha pra ficar…."

Década de 80:
Ele telefona pra ela e deixa rolar um:
"Fonte de mel, nos olhos de gueixa, Kabuki, máscara. Choque entre o azul e o cacho de acácias, luz das acácias, você é mãe do sol. Linda…."

Década de 90:
Ele liga pra ela e deixa gravada uma música na secretária eletrônica:
"Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz. Mas já não há caminhos pra voltar. E o que é que a vida fez da nossa vida? O que é que a gente não faz por amor?"

Em 2001:
Ele captura na internet um batidão legal e manda pra ela, por e-mail:
"Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão! Eu vou passar cerol na mão, vou sim, vou sim! Eu vou te cortar na mão! Vou sim, vou sim! Vou aparar pela rabiola! Vou sim, vou sim"!

Em 2002:
Ele manda um e-mail oferecendo uma música:
"Só as cachorras! Hu Hu Hu Hu Hu!
As preparadas! Hu Hu Hu Hu!
As poposudas! Hu Hu Hu Hu Hu!"

Em 2003:
Ele oferece uma música no baile:
"Pocotó pocotó pocotó…minha éguinha pocotó!

Em 2004:
Ele a chama p/ dançar no meio da pista:
"Ah! Que isso? Elas estão descontroladas! Ah! Que isso? Elas Estão descontroladas!
Ela sobe, ela desce, ela da uma rodada, elas estão descontroladas!"

Em 2005:
Ele resolve mandar um convite para ela, através da rádio:
"Hoje é festa lá no meu apê, pode aparecer, vai rolar bunda lele!"

Em 2006:
Ele a convida para curtir um baile ao som da música mais pedida e tocada no país:
"Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha!!!
Calma, calma foguetinha!!! Piriri Piriri Piriri, alguém ligou p/ mim!"

Em 2010:
Ele encosta com seu carro com o porta-malas cheio de som e no máximo volume:
" Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina que eu vou atrás.
Pra que você quer saber?
Eu sou o lobo mau, au, au
Eu sou o lobo mau, au, au
E o que você vai fazer?  
Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer"

ONDE FOI QUE NÓS ERRAMOS? SERÁ QUE AINDA É POSSÍVEL PIORAR?

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13 comentários em “A música ao longo do tempo

  1. PEBENSE Responder

    A descontração sempre é colocado como argumento para difusão dessas procarias e elas acabam sendo tidas como o máximo da produção fonográfica. Tem muita gente boa por aí, Teatro Mágico, Rita Ribeiro, Cordel do Fogo encantado… Mas se a Arara Azul não toca quem vai ouvir e começar a gostar?

  2. Sabrina Responder

    Realmente as musicas das decadas passadas influenciavam os homens na hora da conquista. Eu que tenho meus vinte e poucos anos coheci um de 50 anos, po ele eh maravilho, romantico, sabe conquistar, dizer na hora certa, enfim, troco dois 20 por um de 40 rsrsrsr.

  3. Nome (obrigatório) Responder

    Descordo de quem diz que não se faz música como antigamente, o problema é a difusão do que é produzido com qualidade. Como a mídia é que monopoliza a difusão dessas produções acaba priorizando aquilo que é descartável e ruim. Mas tem muita gente boa por aí fazendo arte e música com muita qualidade.

    A jabá é imoral!!!!!!!!!!!!!!!!!

  4. Sapiens Responder

    Falta do que publicar a terça de manhã é realmente terrível…
    Isso aí sobre a música, que é óbvio e essa do Milton são mesmo GRANDES pautas..

    FIKDIK.

  5. Anônimo Responder

    Não se faz música como antigamente, as mulheres são muito desvalorizadas e desrespeitadas com tais letras, e o pior, é que os jovens gostam dessas porcarias! Resta a nós pais e mães selecionármos as músicas que ouvimos no nosso lar….

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