A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira, em Brasília (DF), a criação de quatro novas universidades federais no Pará, Bahia e Ceará, além de novos campi universitários e 120 unidades dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia distribuídos por todo o País. Segundo a presidente, o objetivo é promover a interiorização do acesso à universidade e ao ensino técnico.
“Levar a educação para o interior do Brasil é o mesmo que construir um caminho para o desenvolvimento e para o conhecimento, para que esses jovens sejam capazes de produzir a inovação que precisamos”, disse Dilma. Segundo ela, a expansão do ensino federal é importante para que o Brasil “ocupe o seu lugar no mundo, de ser uma das maiores potencias”.
Segundo a presidente, o gasto em educação é um grande investimento para o País. “Vamos enfrentar a crise da forma mais eficaz: garantindo que nosso País permaneça no trilho do crescimento responsável. Crescimento baseado na ampliação dos investimentos, neste investimento significativo na área de educação. Porque o gasto, qualquer que seja ele, na área da educação, é um grande investimento para o País”.
A declaração da presidente ocorre poucos dias depois da polêmica frase do presidente do Chile, Sebastián Piñera. Ao falar sobre a demanda de estudantes chilenos, que fazem manifestações naquele país exigindo estudo superior gratuito, o presidente disse que “nada é de graça na vida” e que a educação não pode ser gratuita para todos. A proposta do governo chileno é conceder educação gratuita a 40% dos estudantes mais vulneráveis.
Para Dilma, o modelo brasileiro pode servir de exemplo para o continente. “Temos vagas públicas em universidades públicas e vagas públicas em universidades privadas. O espírito do Prouni (programa que dá bolsas de estudos em universidades particulares) é esse. Eu não estou aqui apenas me referindo ao que nós fizemos do ponto de vista da expansão da universidade pública no Brasil, mas ao que fizemos, ao expandir, do ponto de vista público, as vagas nas universidades privadas. Isso vai contra a corrente de um pensamento que dominou a América Latina e que tem mostrado, nas atividades estudantis em outros países, toda a importância do que estamos fazendo”.
A presidente voltou a destacar que o Brasil está em uma posição melhor do que os países desenvolvidos em meio à crise. “As empresas apostam no Brasil porque sabem que os países em desenvolvimento, sobretudo o Brasil, crescerão pelo menos o dobro que os demais países mais ricos do mundo. Temos de ter a consciência do que significamos hoje, num mundo com baixas oportunidades, num mundo que enfrenta problemas que vão desde revolta de jovens nas ruas até o fato de ter problemas sérios em seus sistemas financeiros e fiscais. Eles sabem que o Brasil tem baixo risco.”
Novas universidades
As novas universidades federais serão instaladas no Pará, na Bahia e no Ceará. A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) terá sede na cidade de Marabá, onde hoje funciona o campus Marabá, da Universidade Federal do Pará (UFPA). A Universidade Federal da Região do Cariri (UFRC), no Ceará, terá sede em Juazeiro do Norte – ela será instalada na atual estrutura do campus Cariri, que pertence à Universidade Federal do Ceará (UFCE).
A Bahia ganha duas instituições: a Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufoba) com sede em Barreiras, onde atualmente funciona o campus Barreiras, da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e a Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufesba), que terá sede em Itabuna.
Novos campi
Outras 12 universidades federais, de 11 Estados, ganharão 15 novos campi, completando 27 unidades: no Pará, a UFPA (1); na Bahia, a UFBA (1) e a UFRB (1); no Ceará, a UFCE (2); em Pernambuco, a UFRPE (1); em Goiás, a UFG (2); no Maranhão, a UFMA (1); no Mato Grosso, a UFMT (1); em Minas Gerais, a UFVJM (2); em São Paulo, a Unifesp (1); em Santa Catarina, a UFSC (1); e no Rio Grande do Sul, a UFSM (1).
Institutos Federais
Também serão construídos 120 unidades de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia em municípios dos 26 Estados e no Distrito Federal. A previsão é de que todas as unidades estejam em funcionamento até 2014, de acordo com MEC. As novas unidades se somam às 88, uma em Parauapebas, que estão em construção, com término previsto para o final de 2012. Ao final de 2014, portanto, o País terá 208 unidades de educação profissional.