Muito aguardada pelo comércio local, acontece no próximo sábado (26) a posse da nova diretoria da ACIP, Associação Comercial e Industrial de Parauapebas. Assumirá a presidência o empresário Oriovaldo Mateus.
Ele chegou a Parauapebas em 1981 como engenheiro da Vale. Treze anos depois, deixou a empresa para montar seu próprio negócio e sabe o que é enfrentar dificuldades. Formado em engenharia mecânica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, passava 30 dias ininterruptos trabalhando na mina de ferro da Vale em Parauapebas. Só depois disso ganhava uma semana de folga para ficar em casa. “Falar com a família era um sofrimento, para conseguir usar o telefone público tinha de enfrentar horas de fila”, lembra Mateus, que trabalhou na Vale durante 17 anos e chegou ao cargo de gerente de departamento. Quando a empresa abriu um programa de demissão voluntária, em 1994, viu uma oportunidade para mudar de vida. “Percebi que ganharia muito mais prestando serviço”, diz Mateus.
Mateus na fábrica de brita: das filas no orelhão ao faturamento de R$ 15 milhões ao ano
Ele estava certo. O capital para abrir a primeira empresa veio da rescisão de R$ 135 mil que recebeu da Vale. O empresário usou parte do dinheiro (R$ 45 mil) para comprar um apartamento em Belém, capital do Pará, e o restante investiu numa empresa de sondagens. Batizada de Séculos, o empresário passou a fazer pesquisas de solo na mina de ferro de Parauapebas, onde tinha muitos contatos. Logo ele seria contratado para prestar serviços em outras minas da Vale. A Séculos atuou em Paragominas e Canaã dos Carajás, no Pará, e São Félix e Pitinga, na Bahia. “No auge do trabalho, faturávamos R$ 25 milhões ao ano”, afirma Mateus. Em 2009, receita da empresa caiu para metade desse valor.
A história de sucesso da Séculos animou Mateus, que passou a investir em novos negócios. Ao lado de seis sócios, abriu em 2002 a Geoterra, que faz beneficiamento e comércio de brita e fabricação e transporte de concreto. O negócio também prosperou. A empresa tem capacidade para produzir até 60 mil metros cúbicos de brita por mês, suficiente para construir 20 prédios de 30 andares, e tem 35 funcionários. Sua receita anual é de $ 18 milhões. Para quem tem vontade de trabalhar, Mateus acredita que Parauapebas oferece muita oportunidade. “Principalmente na área de lazer”, diz o empresário. “As pessoas vêm para a cidade só para trabalhar e se esquecem de cobrar opções melhores na hora de se divertir”.
A experiência empresarial adquirida ao longo desses 30 anos em Parauapebas e o conhecimento das necessidades do empresariado local serão de extrema importância para a nova empreitada à frente da ACIP, acredita Mateus, que quer poder dar continuidade no muito que já foi feito e avançar ainda mais. Telefonia, internet e energia elétrica de qualidade, promoção de qualificação de pessoal e uma relação mais hábil entre as empresas e a mineradora Vale são algumas das metas de Oriovaldo Mateus na ACIP. Oxalá ele seja tão vitorioso quanto o é na vida profissional!