Muitos condutores de Redenção estão preocupados com as ações do DMTT (Departamento Municipal de Trânsito e Transporte), que vêm acontecendo com apoio da Polícia Militar, por meio das Rocam (Rondas Ostensivas com o Apoio de Motos), diariamente, na cidade. De acordo com informações repassadas a Reportagem do Blog, Agora, além das viaturas o DMTT, tem à disposição quatro motocicletas da PPM.
As blitze relâmpago ocorrem, como o nome já diz, a qualquer momento e em qualquer bairro e rua da cidade. Quando acontece de um condutor não parar, os policiais militares imediatamente vão atrás e fazem com que ele volte ao local da abordagem.
Foi o que aconteceu com Paulo Cezar da Silva, que teve sua moto recolhida após pilotar sem o uso de capacete. “Nem cheguei a passar pelo local, quando eu os avistei, dobrei a rua e três policiais em motos seguiram atrás de mim e me fizeram voltar até o local onde ocorria a blitz. Daí eles removeram minha moto e agora vou ter que pagar o guincho”, reclamou o jovem, sem motivo, no entanto, uma vez que, ao exigir que o condutor use o capacete, os agentes e os policiais estão visando, principalmente a preservação da vida deste, em caso de acidente.
Durante todo o dia do último domingo (17), o foco principal do Departamento de Trânsito foi o Setor Jardim Ipiranga, onde os agentes fizeram quatro rondas, recolhendo oito motos em situação irregular.
De acordo com o Departamento de Transito, as operações vão se intensificar ainda mais nos próximos dias, mantendo a mira em motocicletas com documentação vencida, motos com registro de roubo e, principalmente, em motociclistas sem capacete. “A maioria das pessoas de Redenção, que estão internadas no Hospital Regional, sofreram acidente de moto e, boa parte delas, não estavam usando capacete”, explica um agente de trânsito.
Na semana passada, após o Blog noticiar que o DMTT e Polícia Militar vão trabalhar em parceria na fiscalização do trânsito, as opiniões ficaram divididas nas redes sociais. Pesquisa realizada pela Reportagem, baseada nas postagens, entre os dias 13 e 17 passados, mostrou que centenas de condutores temem que as operações, agora realizadas, em parceria, pelas duas corporações, fiquem mais rigorosas.
Nas ruas da cidade de Redenção, foram ouvidos 550 condutores de motos, dos quais apenas 110 admitiram ter Carteira Nacional de Habilitação, 440 disseram à Reportagem que não são habilitados, o que se constitui uma afronta ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Quanto ao licenciamento anual de suas motos, somente 215 disseram estar em dia com essa obrigação e 335 admitiram que andam com documentação vencida, outra irregularidade grave também prevista no CTB.
Seu Sebastião Gomes é leiteiro e disse que o licenciamento da motocicleta está atrasado há nada menos que 10 anos. “Comprei esta moto para puxar o leite, para sustentar minha família, ganho pouco e é com isso que tiro o sustento lá de casa. Se eles quiserem pegar a minha moto, que peguem, mas vão pegar sabendo que vai tirar o pão da boca de crianças”, reclamou o homem, cuja explicação não justifica o fato de andar na ilegalidade há uma década.
Outro condutor, Leandro Mota de Oliveira, disse à Reportagem, que as lojas de motos e carros deveriam vender somente para condutores habilitados e diz que isso deveria ser lei. “A Carteira de Habilitação é um absurdo de caro, o IPVA, altíssimo, o trabalhador ganha apenas R$ 998,00. Como ele vai manter? Deveria ser lei para as pessoas que comprassem qualquer tipo de veículo. As lojas devem vender somente para os habilitados”, opinou.