Custará aos cofres do Tesouro Nacional em 2025, R$ 16 bilhões o impacto dos acordos de aumento salariais celebrados entre o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) e 45 categorias do serviço público federal. A informação foi divulgada em comunicado pelo MGI na segunda-feira (2) que selaram as mesas de negociações dos reajustes e reestruturações de carreiras acordadas com os servidores do governo federal que contemplaram 98,2% dos servidores do Executivo.
Ocorre que a falta de transparência desse e de qualquer outro governo anterior, esse tipo de comunicado é uma formalidade legal, e omite do pagador de impostos, teoricamente o patrão dos servidores públicos de um país em seus três níveis de governo, qual foi o impacto da greve na economia nacional.
Por exemplo, quanto custou aos empreendedores do Brasil, a greve dos servidores ligados ao Meio Ambiente que, no período exagerado de greve — desde o final do ano passado — até meados desse mês de setembro, suspenderam a emissão de licenças ambientais, e demais autorizações das mais variadas exigências da legislação, causando bilhões em prejuízos a projetos de gás a petróleo, de mineração ao agronegócio, e até um pequeno produtor familiar no meio da Floresta da Amazônia? Os prejuízos foram “democráticos”, atingindo do menor ao maior empreendedor.
Com os acordos firmados, o governo prevê impacto orçamentário de R$ 16 bilhões para o ano que vem. O maior peso, de R$ 10 bilhões, é decorrente do reajuste salarial dos professores federais, que representam um terço do quadro dos servidores. O aumento foi concedido após uma greve por quase 70 dias.
Em 2026, o impacto é de R$ 11 bilhões. Todos os acordos precisam passar pelo Congresso Nacional.
Segundo o MGI, até a semana passada foram fechados 45 acordos nas Mesas Específicas e Temporárias de Negociação. Servidores ganharam aumentos salariais para 2025 e 2026, com diferentes índices de correção.
O secretário de Relações do Trabalho, José Lopez Feijóo, destacou o empenho do MGI em retomar o diálogo com os servidores. “As demandas ficaram represadas por muito tempo sem reajuste. Certamente as reinvindicações são maiores do que aquilo que foi o resultado dos acordos, mas tenho certeza de que todo os acordos foram positivos, pois repõem a inflação de um período inteiro e contemplam um aumento real”, afirmou.
Reajustes em 2023 e 2024
Em 2023, o governo concedeu um reajuste linear concedido a todos os servidores, no valor de 9%, além do aumento no auxílio-alimentação.
Não houve reajuste em 2024. Considerando o ganho de 2023, reajustes salariais variam entre as carreiras, mas em média o aumento será de 28% em quatro anos, até 2026. Porém, o ministério não divulgou o dado de 2025.
Em 2024, houve novos reajustes em benefícios:
- reajuste no auxílio-alimentação de R$ 658,00 para R$ 1.000,00 (aumento de 52%);
- aumento de 51,1% nos recursos destinados à assistência à saúde suplementar (“auxílio-saúde”);
- aumento de 51,1% na assistência pré-escolar (“auxílio-creche”), de R$ 321,00 para R$ 484,90
Acordos fechados nas Mesas Específicas e Temporárias:
- Carreiras da Fundação Nacional dos Povos Indígenas – FUNAI
- Carreiras da Agência Nacional de Mineração – ANM
- Analistas Técnicos de Políticas Sociais – ATPS
- Analistas em Tecnologia da Informação – ATI
- Delegados e Peritos Criminais da Polícia Federal – PF
- Agentes, Escrivães e Papiloscopistas da Polícia Federal – PF
- Policiais Rodoviários Federais – PRF
- Agentes Federais de Execução Penal (Policiais Penais Federais) – PPF
- Auditores-Fiscais e Analistas Tributários da Receita Federal – RFB
- Especialista Federal em Assistência à Execução Penal e Técnico Federal de Apoio à Execução Penal – PPF
- Analistas e Técnicos do Banco Central do Brasil – BACEN
- Plano de Carreira dos Cargos de Atividades Técnicas e Auxiliares de Fiscalização Federal Agropecuária – PCTAF
- Auditores Fiscais Federais Agropecuários – AFFA
- Magistério Federal – PROIFES Federação
- Plano Geral de Cargos do Poder Executivo – PGPE e PECs Setoriais – FAZENDA, CULTURA, entre outros – ERCE
- Carreiras da Previdência, Saúde e Trabalho – PST / Carreiras do Departamento Nacional de Auditoria do SUS – DENASUS / Agentes de Combate às Endemias – Lei nº 13.026, de 03/09/2014
- Magistério Federal – ANDES-SN/SINASEFE
- Cargos Técnico-Administrativos em Educação – PCCTAE
- Carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental – EPPGG
- CVM e SUSEP
- Carreira de Analista de Comércio Exterior
- Plano de Carreiras e Cargos do Hospital das Forças Armadas – PCCHFA
- Carreira de Planejamento e Orçamento
- Carreiras do IBGE
- Carreiras do IPEA
- Carreiras da PREVIC
- Oficiais e Agentes de Inteligência da ABIN
- Grupo DACTA
- Grupos de Apoio e de Informações da ABIN
- Carreiras do Meio Ambiente – IBAMA, ICMBio e MMA
- Médicos Peritos
- Tecnologia Militar – PCCTM
- DNIT – Carreiras e PEC
- INCRA/MDA – PCC Reforma e Desenvolvimento Agrário
- Peritos Federais Agrários
- Agências Reguladoras
- FNDE e INEP
- Assistentes e Oficiais de Chancelaria
- Diplomatas
- Carreiras da FIOCRUZ
- Carreiras do INMETRO
- Carreiras do INPI
- Carreiras da Ciência e Tecnologia, do Instituto Evandro Chagas – IEC e do Centro Nacional de Primatas – CENP
- Carreiras do INSS
- Analistas de Infraestrutura – AIE
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.
1 comentário em “Acordo de reajuste salarial com 98% dos servidores federais custará R$ 16 bilhões ao contribuinte, em 2025”
A maioria dos servidores públicos federais passaram mais de 5 (cinco) anos sem nenhum tipo de reajuste, não foi nem aumento que isso tem décadas que ninguém sabe o que é, a gente fala de reajuste que considera os índices inflacionários. Aí você imagina num período que em muitos lugares um litro de óleo de soja chegou a R$ 12,00, combustível a gasolina chegou a R$ 10,00. Aí esses últimos anos vem um pingadinho e ainda tem jornalista que coloca um título numa matéria desse parecendo que é uma heresia conceder reajustes a servidores públicos. A maioria desses reajustes só foi conseguido por pressão, inclusive por meio de greves. Pelo título da matéria e parece que servidor não é contribuinte, não tem direito, servidor só consome o orçamento público. Mas, ninguém faz uma matéria dizendo quantos bilhões por dia, não é por anos é por dia que os banqueiros consomem com os serviços da dívida pública, isso aí ninguém diz. Ninguém diz que pra ser servidor público efetivo, não digo aqueles servidores que ficam por aí puxando saco de um de outro pra ganhar carguim comissionado não, digo servidor efetivo, que dedica anos a fazer uma formação inicial, passar anos fazendo formação continuada, passar em concursos públicos dificílimos, e apesar de tudo isso ainda tem de uma hora ou outra ver nos meios de comunicação matérias como essa.