“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. O provérbio popular foi usado pelo goleiro do Águia, Bernardo, ainda no intervalo, quando o jogo contra o São Raimundo, em Santarém, estava zero a zero. A partida ocorreu no início da noite deste domingo (4), no Colosso do Tapajós, onde o Azulão de Marabá mostrou a falta de controle emocional de seus jovens atletas e foi goleado por 4 a 0.
O time santareno já dominava amplamente a partida no primeiro tempo e o goleiro Bernardo não se mostrava nada feliz com o fato de estar sendo o melhor jogador do Águia até então. “Quando o goleiro aparece muito, tem alguma coisa errada no time”, alertou.
O jovem Felipinho, cérebro da equipe do Águia, não conseguiu colocar seus atacantes em condições de marcar no primeiro tempo. O adolescente Guga, atacante, de 17 anos, também não mostrou serviço e foi sacado da equipe ainda no intervalo do jogo. Em seu lugar, o técnico João Galvão colocou o experiente Joãozinho.
No segundo tempo veio o baile do São Raimundo, começando aos 8 minutos, quando Leo Magalhães cobrou no ângulo esquerdo do goleiro Bernardo, que ainda tocou na bola, mas não evitou o gol adversário.
Aos 12 minutos, o Pantera do Tapajós foi implacável e marcou o segundo gol em contra-ataque veloz. Monte Alegre recebeu em bela jogada de Wendel e chutou de pé direito para o fundo do barbante.
Preocupado, aos 15 minutos o técnico João Galvão promoveu, de uma só vez, suas duas últimas substituições: Felipinho saiu para entrada de Leo Pará e Thairon entrou no lugar de Samuel. Mas, para a infelicidade do Azulão, dois minutos depois o zagueiro Leo Azevedo levou cartão vermelho e foi expulso, deixando o ambiente mais difícil ainda para o time marabaense.
E como era esperado, aos 25 minutos o São Raimundo aproveitou os espaços vazios e marcou o terceiro. Wendel, camisa 10, amorteceu no peito dentro da grande área do Águia e, na caída da bola, mandou para o fundo do gol.
Aos 40 minutos, de fora da área, Wendel marcou seu segundo gol e o quarto do Alvinegro do Tapajós, chutando no canto direito do goleiro azulino.
Já não havia mais fôlego por parte dos meninos do Galvão. O São Raimundo levou o jogo até o final sem se expor e esperou o apito final do árbitro aos 49 minutos.
Ao final da partida, o meia Di Maria definiu bem a apatia do time em campo: “É até difícil de explicar uma atuação dessa. Não tem justificativa o que nosso time jogou hoje”.
João Galvão reconheceu que a equipe não se encontrou em campo e disse que não adiantava desculpa de ninguém. “O São Raimundo aproveitou e ganhou a partida com maestria. Às vezes, num grupo pequeno, se uma peça não funciona, é ruim. Imagina quando quatro ou cinco atletas não jogam bem”, comparou.
Compareceram ao Estádio Colosso de Tapajós 2.475 torcedores e a renda foi de R$ 20.040,00. O São Raimundo chegou a 7 pontos, enquanto o Águia estacionou em quatro.