Da primeira vez em que foi acusado de estupro de vulnerável, Joel Pereira da Rocha, 38 anos, mais conhecido como “Caveira”, conseguiu ser tão dissimulado a ponto de quase enganar a polícia; e se fazer de vítima para a Imprensa. Declarou, inclusive, a este Blog, no último dia 10, que estava sendo alvo de uma campanha de difamação motivada por perseguição e, no auge do cinismo, chegou até ameaçar levar os supostos caluniadores às barras da Justiça. A mentira porém, de pernas curtas, não o deixou ir muito longe.
Após receber mais denúncias contra Joel Caveira, o delegado de Polícia Civil Jorge Carneiro, que não havia acreditado muito na inocência dele, aprofundou as investigações e já identificou quatro vítimas do tarado, entre crianças e adolescentes.
“Após termos indícios suficientes de autoria e prova da materialidade, foi instaurado inquérito policial e, nesse caso concreto, confirmada a autoria do crime. Joel Pereira da Rocha, vulgo ‘Caveira’, teve sua prisão preventiva decretada pelo Poder Judiciário, após manifestação favorável do Ministério Público”, explicou a autoridade policial.
De acordo com o delegado, foram realizadas diligências com o intuito de localizar e prender o acusado. Contudo, foi constatado que ele não se encontra-se na cidade e ninguém sabe de seu paradeiro há vários dias.
Joel Pereira da Rocha é assessor parlamentar do vereador Walter Diniz (MDB), membro da Mesa Diretora da Câmara Municipal, e irmão de um conselheiro tutelar que preside a Associação de Moradora do Bairro Santa Vitória.
As primeira denúncias contra o assessor começaram a surgir ainda no início do mês. Procurado pela Reportagem do Blog, “Caveira” disse que tudo não passava de boato e que estava sendo alvo de perseguição política.
Segundo o delegado, as vítimas vulneráveis de crimes sexuais são amparadas por uma rede proteção que inclui acompanhamento por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, assistentes sociais e acompanhamento médico.
“Caveira” já é considerado foragido da Justiça e o delegado Carneiro pede a ajuda da população para que possa prendê-lo. “As pessoas que souberem informações do paradeiro do acusado podem ligar para o disque denúncia no telefone 181. Destaco que esse canal mantém sigilo total e anonimato da pessoa. Ou, ainda, podem me procurar diretamente na delegacia de Canaã dos Carajás e também assegurado o sigilo e anonimato”.
O delegado ressalta ainda que quem estiver dando cobertura ao acusado também pode responder judicialmente. “A polícia conta com o apoio das pessoas de bem e com aquelas que querem ver a justiça ser feita para chegar ao paradeiro do criminoso. Solicita que possíveis novas vítimas compareçam a unidade policial para prestarem depoimento e alerta que dar ‘cobertura ou prestar auxílio’, também é crime”, adverte o policial.