Brasília – Produtores de cacau do Pará, elogiaram a portaria da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) que estabeleceu procedimentos operacionais para as ações de prevenção da monilíase, uma praga quarentenária que infecta os frutos do cacaueiro. A medida proíbe o trânsito e o comércio de materiais vegetais oriundos de estados onde existem focos da doença, dentro das fronteiras do Estado.
A normativa aplica-se ao trânsito de carga, terminais de transporte de carga, portos marítimos e fluviais, aeroportos e fronteiras. O trânsito interestadual de semente, mudas, frutos ou qualquer parte propagativa de espécies vegetais hospedeiras da monilíase deve comprovar a origem através de nota fiscal e termo de conformidade.
Até o momento, não há registro da doença no território paraense. Porém, casos já foram detectados em Cruzeiro do Sul, no Acre, e em Tabatinga, no Amazonas. A Adepará intensificou a fiscalização do trânsito agropecuário nas áreas de fronteira e orienta o setor produtivo que o descumprimento da norma poderá acarretar em apreensão, destruição das cargas, incineração e multa.
“É uma das barreiras para que essa praga não chegue ao Pará. É um alerta que nós queremos deixar para os cacauicultores, para as pessoas que visitam o Acre, o Amazonas, principalmente as áreas de foco, para que não tragam nenhum tipo de fruto de cacau ou cupuaçu ou qualquer material propagativos para o estado do Pará, para evitar a entrada da praga no estado”, explicou a diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará, a engenheira agrônoma Lucionila Pimentel.
Produção em alta
O estado do Pará é o maior produtor de cacau do país. Dados consolidados de 2020 da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) revela que no Pará a área cultivada passa de 149.918 hectares e produção de 145 mil toneladas de amêndoas. Em 2019, a área cultivada foi de 146.918 hectares e a produção de 133.489 mil toneladas de amêndoas, o que representa 52% da produção nacional.
Medicilândia, Uruará, Altamira, Placas, Anapu, Brasil Novo, Novo Repartimento, Vale do Xingu, Tucumã, Tomé-Açu são os 10 municípios que mais produzem cacau no estado do Pará, segundo a Ceplac.
Geração de empregos
A cadeia produtiva do cacau gera atualmente 60.980 empregos diretos e 243.920 indiretos.
Fruta sagrada
Povos ameríndios como os Incas e os Astecas consideram o cacau uma fruta sagrada e a ciência descobriu que a crença ancestral tem lá as suas razões. O cacau pode oferecer inúmeras vantagens à saúde.
É capaz de atuar na prevenção de anemias, em razão do seu alto quantitativo de ferro. É o responsável pelo combate a doenças neurológicas, bem como sistema nervoso que se descontrola fácil.
Entre os principais e mais conhecidos benefícios do cacau, podem ser citados: melhora de humor, combate à ansiedade e depressão; prevenção de tromboses; combate ao colesterol alto; previne aterosclerose; previne o acúmulo de colesterol nos vasos de sangue; previne anemias; reduz o risco de diabetes; previne problemas como derrame e demência; melhora a memória; promove a redução da pressão, em razão de melhor qualidade dos vasos de sangue; auxilia a regular a saúde intestinal e auxilia no controle de inflamações, além de ser delicioso quando elaborado na forma de chocolate.
Segundo os estudiosos da fruta, o cacau é famoso por proporcionar sensação de prazer e bem-estar, porque é uma fonte de flavonoides e de substâncias antioxidantes. Esse fruto pode solucionar diversos problemas de saúde, mas é importante ter em mente os benefícios da fruta natural.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.