A partir desta quinta-feira (15), a Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adepará) inicia a primeira etapa do vazio sanitário da soja no Pará, que se estenderá até o dia 15 de setembro. Nesse período, é proibido cultivar ou implantar cultivos de soja, bem como manter ou permitir a presença de plantas vivas da espécie em qualquer fase de desenvolvimento.
O calendário deverá ser cumprido nos seguintes municípios: Bannach, Conceição do Araguaia, Cumaru do Norte, Floresta do Araguaia, Pau-d’Arco, Redenção, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, Ourilândia do Norte, São Félix do Xingu, Tucumã, Água Azul do Norte, Rio Maria, Sapucaia, Xinguara, Brejo Grande do Araguaia, Itupiranga, Jacundá, Marabá, Nova Ipixuna, Palestina do Pará, Piçarra, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia, São João do Araguaia, Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado do Carajás, Parauapebas, Aveiro, Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, Trairão, além dos distritos de Cachoeira da Serra e Castelo de Sonhos.
Segundo a Adepará, essa medida é importante para fazer o controle de pragas que afetam a cultura, que é o principal produto de exportação do país. Em 2020, a exportação do grão alcançou o volume recorde de 119,4 milhões de toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a Adepará, no Pará a soja vem apresentando um ritmo de crescimento significativo nos últimos anos. Entre os anos de 2010 e 2020, a área cultivada expandiu de 85,4 mil para 603.473 mil hectares, tornando-se a cultura de maior representatividade no estado. O grão, atualmente, representa cerca de 25% do valor exportado pelo setor no Pará.
Diante da importância econômica do agronegócio para o estado, há uma demanda significativa para a prevenção e controle das pragas que atacam a cultura. A Adepará executa a defesa sanitária na sojicultura paraense, seguindo as diretrizes do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), assim como as demandas do Programa Estadual.
Vazio Sanitário: O objetivo do vazio sanitário é prevenir e controlar a principal praga que acomete as plantações de soja: o fungo Phakopsora pachyrhizi, que é o causador da ferrugem asiática, doença que pode ocasionar até 75% de perda da safra. O fungo possui alta capacidade de reprodução e disseminação. Por necessitar de hospedeiro vivo para sobreviver, ele prejudica a plena formação dos grãos, causando a queda prematura das folhas.
Por conta do alto risco que a ferrugem asiática representa à cultura, a Adepará alerta para o cumprimento do calendário, que impedirá danos às plantações, além de evitar perdas econômicas aos sojicultores. A gerente de Programas de Pragas de Importância Econômica do órgão, Maria Alice Thomaz Lisboa, reforça a importância da proibição como estratégia de controle da praga Phakopsora pachyrhizi.
“O vazio sanitário objetiva a redução da sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática e a diminuição de esporos desse fungo no ambiente, causando, com isso, o atraso de ocorrência da doença nos plantios. É uma estratégia muito importante, pois quebra a ponte verde que existe de uma safra a outra”, explicou a gerente.
Dentro das medidas de combate a praga, a Adepará destaca que, desde 2008, é obrigatório que todos os sojicultores paraenses, inclusive aqueles que utilizam quaisquer sistemas de irrigação, cadastrem-se anualmente na Agência. O registro do plantio deve ser feito por meio do preenchimento de formulário, que contempla informações sobre as áreas plantadas.
Segundo Maria Alice, o mapeamento das áreas produtoras de soja no estado é essencial para o planejamento das ações de defesa fitossanitária. “O cadastro de produtores de soja tem como objetivo a otimização dos recursos orçamentários, com conhecimento e mapeamento das áreas com soja no estado, dando condições para executarmos e planejarmos ações dos programas nacional e estadual do controle da ferrugem asiática da soja”, acrescenta a gerente.
Os produtores que não se cadastrarem irão responder às penalidades previstas na Lei Estadual de Defesa Vegetal, assim como aqueles que não cumprirem a obrigatoriedade do vazio sanitário estarão sujeitos a notificação e autuação.
Tina DeBord – com informação da Agência Pará