Agência de Defesa Agropecuária do Estado Pará (Adepará) redobrou a fiscalizações nos municípios de Redenção, Santa Maria das Barreiras e Pau D’arco, no sul do Pará. As ações iniciaram no dia 3 deste mês e se estenderão até 9 de setembro, com o objetivo de proteger a safra de soja da doença Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi).
O vazio sanitário é o período de ausência total de plantio e cultivo da soja, com intuito de prevenir a disseminação da doença, que tem como agente causal o fungo Phakopsora pachyrhizi. Segundo a Adepará, as fiscalizações objetivam a redução da sobrevivência do fungo por meio da ausência de planta viva.
“Até o momento, nenhuma irregularidade foi constatada. Os produtores estão muito cientes das obrigações deles perante o vazio e também das penalidades que poderão sofrer com a desobediência da Portaria n° 2030/2021″, afirma a fiscal estadual agropecuária, Adra David Antônio.
Devido aos riscos que a ferrugem asiática representa, a Agência alerta para o cumprimento do calendário, que impedirá danos às plantações, além de evitar perdas econômicas aos sojicultores. A gerente de Programas de Pragas de Importância Econômica do órgão, Maria Alice Thomaz Lisboa, reforça a importância da proibição como estratégia de controle da praga Phakopsora Pachyrhizi.
“O vazio sanitário objetiva a redução da sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática e a diminuição de esporos desse fungo no ambiente, causando, com isso, o atraso de ocorrência da doença nos plantios. É uma estratégia muito importante, pois quebra a ponte verde que existe de uma safra a outra”, explicou a gerente.
De acordo com a Adepará, o mapeamento das áreas produtoras de soja no estado é essencial para o planejamento das ações de defesa fitossanitária e visa a otimização dos recursos orçamentários, dando condições para execução e planejamento de ações dos programas nacional e estadual do controle da ferrugem asiática da soja. A agência destaca que uma das frentes mais importantes nesse processo é a educação sanitária que realiza, que é fundamental para instruir o produtor sobre o manejo das plantações e notificações de doenças que possam atingir as lavouras.
A educação sanitária é desenvolvida de forma regular, levando ao público ações educativas desenvolvidas com as comunidades e entidades representativas de produtores rurais, além de escolas do meio urbano, feiras agropecuárias, universidades e outros eventos do setor. Segundo a Adepará, essas ações geralmente são elaboradas e executadas em parceria com as comunidades, valorizando a integração.
Para isso, a sua equipe técnica promove capacitações regulares, cuja proposta é conscientizar e sensibilizar agricultores sobre a importância em identificar e notificar doenças como a Fusariose da bananeira, a monilíase do cacaueiro (causada pelo fungo Moniliophthora roreri) e amarelecimento letal das palmeiras. Segundo a gerente de Educação Sanitária da Adepará, Karina Cardoso, as capacitações rotineiras nos municípios são importantes e contribuem para fortalecer a relação da Agência e os produtores.
“São temas que têm relação direta com o dia a dia do produtor, para que ele conheça e se atualizar sobre as doenças que podem atingir suas plantações, assim como proceder, caso identifique qualquer suspeita. É uma oportunidade de ouvir sugestões e ideias dos produtores, para melhorar ainda mais os serviços ofertados pela Adepará em seus municípios”, enfatiza Karina Cardoso.
De acordo com ela, o controle de qualidade, bem como de inspeção, padronização e armazenamento de produtos e subprodutos de origem animal e vegetal, são fatores fundamentais para garantir que os produtos paraenses atendam a exigência do mercado interno e possam competir em preço e qualidade no restante do país. A Agência também promove ações rotineiras de fiscalização, educação sanitária, monitoramento de pragas e doenças, entre outras frentes, para garantir o desenvolvimento sustentável e competitivo do agronegócio.
A Adepará ainda possui programas permanentes na área vegetal, desenvolvidos para garantir a sanidade aos produtos, para que estejam sempre aptos à comercialização. Entre essas atividades está essa de inspeções de pragas nas lavouras de soja e, os programas fitossanitários permanentes: da banana, do cacau e dos citros.
O diretor-geral da Adepará, Jamir Macedo, observa que a agricultura paraense tem papel de grande relevância para o desenvolvimento econômico do estado e, por isso, são tomadas as medidas para prevenção de pragas e melhorar a qualidade da produção. “O Pará tem características geográficas peculiares, que proporcionam o crescimento e expansão de diversas culturas, dentre as quais podemos destacar o rebanho bovino, que supera 21 milhões de cabeças, a produção de cacau e abacaxi, que são as maiores do Brasil, e o avanço crescente dos grãos e soja. Com isso, o Agro ganha força e maiores investimentos, tanto da iniciativa privada como do governo do estado, estimulando o desenvolvimento do setor em todas as etapas da produção de maneira perene e sustentável”, enfatiza Jamir.
Tina DeBord – com informações da Adepará