Jovem de 15 anos presta depoimento nesta terça-feira, 28, em Belém. João Cruz estava desaparecido há cerca de um ano. Polícia investiga se jovem foi obrigado a participar de crimes.
O adolescente de 15 anos que foi levado do município de Redenção, no sul do Pará, por um falso olheiro de futebol, foi localizado na última segunda-feira (27), em Castanhal, município da região metropolitana de Belém.
João Cruz se apresentou na delegacia de Castanhal e foi conduzido até a Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA), em Belém, onde está sendo ouvido pelo delegado Marcos Fabiano Amazonas, nesta terça-feira (28). Ele teria contado que conseguiu fugir da localidade de Caratuama, no estado do Maranhão, até o município da Grande Belém para pedir socorro. Ele estava desaparecido há cerca de um ano.
De acordo com o delegado, o jovem será submetido ainda a exames médicos e psicológicos para avaliar suas condições físicas e emocionais. O inquérito está sendo conduzido pela Polícia Civil de Redenção, que investiga o caso.
“Na análise que a gente faz existem várias hipóteses, desde sequestro até alienação do adolescente, assim como a possibilidade do adolescente ter participação de outros eventos, que pode ter sido forçada ou não. Dependendo da análise, vamos ter um painel melhor”, pontua Amazonas.
O delegado não descarta ainda a hipótese do jovem ter envolvimento em fraudes que foram cometidas pelo aliciador em várias localidades por onde passou. “Ele pode ter sido obrigado a participar de fraudes”, ressalta.
Desparecimento
A mãe de João denunciou à polícia de Redenção que um homem que se apresentou como empresário e olheiro do Paysandu, levou o adolescente após prometer à família que iria investir na carreira do filho como jogador de futebol. Marcilon Lobo disse que traria João para jogar em Belém, mas após levá-lo do município do sul do Pará, não entrou mais em contato.
Ao sair da cidade, o jovem teria teria passado pelos estados do Maranhão, Piauí e Goiás. O caso estava sendo acompanhado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que considerou a hipótese de tráfico humano, pelas características do crime. (G1-PA)