Legítima defesa. Foi o que alegou uma adolescente de 16 anos que, por volta de 1h30 deste domingo (21), matou com uma facada no peito, Manoel Pereira do Nascimento Neto, 50 anos, conhecido como “Negão”. O crime aconteceu no interior da quitinete do homem, na Rua Afonso Pena, Bairro Altamira, em Parauapebas. Segundo a garota, Manoel tentou estuprá-la, mas, como ela tivesse reagido ao assédio, ele a atacou com uma faca de mesa, a ferindo na mão direita. Também armada como uma pequena faca que carregava na cintura, a adolescente furou o peito do agressor, matando-o.
Conforme informações colhidas pela Reportagem com a vizinhança, era costumeiro os dois se reunirem para beber e usar drogas.
Na madrugada de hoje, segundo a mãe da garota, que estava trabalhando na hora do crime, a adolescente contou que estava em casa, alcoolizada, quando Manoel Neto chegou e a convidou para ir até a quitinete dele usar drogas. Porém, assim que entraram, ele trancou a porta e tentou manter relações sexuais forçadas com ela, que reagiu entrando e luta corporal com o homem.
Ouvidos pela Polícia Civil, vizinhos da quitinete de Manoel, ouviram gritos. Primeiramente da garota, clamando por socorro. Depois, de Manoel, dizendo: “Ela quer me matar, ela quer me matar”.
Depois de matar o homem, a adolescente permaneceu no local, aguardando a polícia e o Samu, que a levou até o Hospital Municipal para ser medicada e receber curativos, porque saiu do embate com vários outros ferimentos.
A mãe da garota contou que ela já havia sido apreendida pelo cometimento de pequenos atos infracionais e, há dois meses pediu ajuda a ela, pois havia entrado no mundo das drogas. “Na época pedi ajuda ao Conselho Tutelar e ao Creas. Trabalho muito para sustentar quatro filhos e quatro netos, todos na minha responsabilidade”, disse a mulher, afirmando que nada pode fazer pela filha e que espera apenas pelas autoridades para que ajudem a garota.
A adolescente, que cometeu ato infracional análogo ao homicídio, será transferida para uma das Unidades de Atendimento da Fasepa (Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará), em Belém.
(Caetano Silva)