Do ano de 2016 para 2017, o número de passageiros que passaram pelo Aeroporto Joao Correa da Rocha, em Marabá, caiu 37.462 em embarques e desembarques. Essa nova realidade é reflexo da diminuição do número de voos da Gol e TAM para o município, o que causou várias manifestações políticas, mas pouco resultado expressivo. Como consequência, o número de pousos e decolagens também despencou. Em 2016, o céu de Marabá viu subir e descer 8.291 aeronaves de janeiro a dezembro, enquanto no ano seguinte foram apenas 7.134 voos. Com isso, foram menos 1.157 pousos e decolagens no João Correa da Rocha. E a tendência é diminuir mais ainda em 2018.
Os dados são da própria Infraero, que avalia número de voos domésticos, nacional, regional e até internacional. A primeira companhia Aérea a retirar voo de Marabá foi a TAM, que sacou dois e ficou com apenas um; a Gol veio depois, com a mesma estratégia. A Sete, que fazia linha regional, fechou completamente na região e acabou com seus voos e retirou a estrutura que tinha no Aeroporto de Marabá. Em todos esses movimentos, sempre houve demissões.
Apenas a título de comparação, o número de voos nacionais em 2016 no Aeroporto de Marabá foi de 1.619 aeronaves, enquanto em 2017 despencou para 1.490. Os chamados voos domésticos alcançaram a marca de 1.768 em 2016, contra 1.568 em 2017.
O volume de cargas também diminuiu. Em 2016 foram transportados 850.248 quilos, contra 596.688 quilos no ano seguinte, representando queda de 29,82%. A queda no número de passageiros também foi representativa. Saímos de 317.636 pessoas transportadas em 2016 para 280.174 em 2017, com diminuição de 12%.
2018 AINDA PIOR?
A tendência é que o número de voos, passageiros e de carga transportada, via aérea, caia mais ainda este ano. Comparando janeiro de 2018 com o mesmo período de 2017, já se percebe uma nítida mudança. No primeiro mês do ano passado a Infraero registrou no Aeroporto de Marabá 607 pousos e decolagens, enquanto em janeiro deste ano foram apenas 496 no total.
Isso tudo é um reflexo do aumento surpreendente do valor da passagem aérea, mas principalmente a queda de demanda. As companhias aéreas duplicaram voos acreditando que o Projeto Alpa, depois Cevital sairiam do papel, mas com o fracasso de ambos, as empresas também bateram em retirada.
No final da década passada e início desta, houve aumento excepcional no número de voos e decolagens no Aeroporto de Marabá, o que obrigou a Infraero a melhorar e ampliar as instalações acanhadas do prédio antigo. O local ganhou investimento de R$ 5,9 milhões em obras para a reforma de todo o terminal de passageiros, incluindo a sala de embarque, que quadruplicar de tamanho, passando de 76,96 m² para 342,86 m². Foram construídos novos banheiros, incluindo sanitários para pessoas com deficiência e um novo fraldário.
As obras ampliaram, também, o espaço para os balcões de check-in, a instalação de duas novas esteiras de bagagens, novas salas para as companhias aéreas, ampliação da área comercial e a modernização das instalações elétricas, hidráulicas e de ar condicionado.
Até os taxistas sentiram o baque. José Orlando Sobrinho confirma que o fluxo de passageiros caiu muito nos últimos meses e aguarda o anúncio de um novo projeto da Vale (ressurreição da ALPA) para trazer mais pessoas para a cidade por via aérea. “A gente quer ver nossa cidade crescer, mas a economia só vai tomar novo fôlego se esse projeto vingar”, avalia o taxista, que também reclama da concorrência “desleal” do Uber.