Imprudência, impaciência, brutalidade, agressão desnecessária. Esses foram os ingredientes da tragédia que culminou com a morte de Meiry Rose Rodrigues Lima, de 34 anos de idade. Os protagonistas foram o motociclista Orcélio Cruz de Sousa, 26, e a motorista Thayanny Kaminsk Alves. A fatalidade aconteceu na noite deste domingo (20), por volta das 19h30, na Avenida Presidente Kennedy, no Bairro Beira Rio, próximo do Terminal Rodoviário.
Consta em Boletim de Ocorrência (BO) registrado na Polícia Civil, que Thayanny Alves dirigia o automóvel VW Voyage, placas OFU-2886/PA, pela avenida. Logo atrás, no mesmo sentido, seguia a motocicleta Honda CG Titan, paca QEV-7834/PA, pilotada por Orcélio de Sousa, que levava na garupa Meiry Lima.
Em determinado instante, Orcélio pediu passagem a Thayanny, mas esta não liberou a ultrapassagem, pois, segundo ela, naquele momento não era possível, ainda de acordo com BO. Porém, segue o Boletim, o motociclista, primeiramente, bateu no vidro do carro, passando a despejar palavrões contra a condutora.
Depois, ultrapassou de qualquer maneira e, ao fazê-lo, desferiu um chute no retrovisor do automóvel. Thayanny, então, passou a seguir a moto de muito perto, com o intuito de anotar a placa do veículo, mas, ao fazê-lo, acabou batendo na roda traseira da motocicleta, derrubando o veículo na pista e atirando os passageiros para o outro lado da rua. Ambos caíram embaixo de uma caminhonete estacionada. Em seguida, a motorista saiu do local. Depois, pela placa do carro, a polícia conseguiu localizá-la.
Na versão do motociclista Orcélio de Sousa, em Termo de Declaração na Delegacia de Polícia Civil, ao ultrapassar o automóvel VW Voyage, ele discutiu com a condutora, que jogou o carro para cima dele e chegou a bater na moto, mas não atingiu em cheio, tendo o piloto conseguido manter o equilíbrio e acelerou a moto. Porém, ainda de acordo com a narrativa do motociclista, a motorista acelerou e conseguiu atingi-lo da traseira. Depois disso, Orcélio diz não lembrar de mais nada.
O casal chegou a ser socorrido pelo Samu e removido ao Hospital Municipal de Parauapebas, onde Orcélio foi atendido com várias escoriações pelo corpo, mas Meiry Rose, não obstante os esforços dos socorristas ainda na ambulância e dos médicos que a atenderam na casa de saúde pública, não sobreviveu.
Thayanny Kaminsk Alves ficou presa em flagrante delito e, na manhã desta segunda-feira (21), foi transferida para o Centro de Recuperação Feminino de Marabá, uma vez que a Cadeia Pública de Parauapebas, cujo investimento na construção foi de mais R$ 13 milhões, não dispõe de uma ala feminina, apesar ser considerada de alto padrão.
(Caetano Silva)