Águia de Marabá liga “modo turbo” no fim, vence em casa e dorme líder

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Por Ulisses Pompeu – de Marabá

“Quando não dá na técnica, a gente vai na raça. É melhor ganhar jogando ruim do que perder jogando bem”. Embora clichês, as palavras do técnico João Galvão, após o apito final do árbitro Djonatan Costa, resumem com exatidão o que foram os 95 minutos de jogo, que terminou 2 x 1 para o Águia de Marabá sobre o Paragominas.

O Azulão não fez uma boa partida em sua estreia dentro de casa, na noite deste sábado, 2 de fevereiro, e a torcida que foi ao Estádio Zinho Oliveira ficou bastante irritada com os erros do time, principalmente no meio de campo.

Quando o jogo iniciou, o Águia parecia que dominaria toda a partida, já que os atletas do Paragominas vinham de uma semana desmotivada pela falta de pagamento de salários. Mas depois dos 10 minutos a equipe visitante foi se soltando e passou a controlar as ações ofensivas.

O Azulão perdia muitas bolas no meio de campo e o “cérebro” do time (Ramonzinho) não conseguiu criar nenhuma grande jogada, causando grande irritação nos torcedores. Os volantes idem, pareciam inseguros e o meio de campo do Paragominas se aproveitou dessa fragilidade e pressionou os donos da casa.

Aos 40 minutos de jogos, veio o que a torcida e o técnico João Galvão temiam: o gol do adversário. Tanto que saiu na frente com Bené, aos 40 minutos. Perdido em campo, sem dar um chute a gol, o Azulão foi para o intervalo atrás no placar. Quem estava próximo ao vestiário ouviu um Galvão furioso, que ralhou feio com os jogadores, cobrou mais atitude e usou um repertório de palavrões para deixar o time com mais sangue nos olhos.

E não é que deu certo? Os atletas voltaram para o campo com espírito renovado e aos 10 minutos a equipe empatou o jogo, com uma bela jogada individual de Júnior Rato, que limpou a zaga na esquerda e chutou cruzado, guardando a bola no ângulo do goleiro adversário.

Depois daí, o jogo ficou morno, mesmo com as substituições das duas equipes. A história mudou para o time marabaense aos 48 minutos do segundo tempo, quando Júnior Rato fez um “Control C + Control V” do primeiro gol, driblando pela esquerda e chutando no canto invertido do goleiro, só que rasteiro. Com a bola no fundo da rede, Rato não se aguentou. Tirou a camisa, correu em direção ao banco do Águia, comemorou muito com os colegas e levou o merecido cartão amarelo pela atitude não permitida pela regra.

DIRETOR ANIVERSARIANTE

Aniversariante deste sábado, Tárcisio Marques, diretor e patrocinador do Águia de Marabá, disse que o presente foi o mais importante desta data especial. “Todos sabemos que o time não jogou bem, mas a vitória no fim trouxe alívio e a liderança provisória pra gente,” disse.

Com o resultado, o Paragominas se manteve com seis pontos e na segunda colocação do Grupo A2. O Águia conquistou o primeiro resultado positivo na competição e assumiu a liderança provisória do A1 com quatro pontos. O Remo, que era líder, joga neste domingo e, caso empate, pode assumir a dianteira do grupo novamente.

Na quarta rodada do Parazão da temporada, o Águia de Marabá atuará novamente no Zinho Oliveira. O próximo adversário será o Independente Tucuruí, no dia 16, um sábado, às 19h. O Paragominas segue jogando fora de casa, dessa vez em Santarém, onde enfrenta o São Francisco no dia 12, terça-feira, no Colosso do Tapajós, a partir das 20h.

ANÁLISE DOS BASTIDORES

A partida entre Águia e Paragominas, na noite deste sábado, foi o jogo das singularidades. Acompanhe algumas delas:

  1. Quem chegava ao estádio pela arquibancada coberta era revistado com a “cara” na parede pela PM, o que causou muita reclamação;
  2. Teve Hino Nacional cantado por Júnior do Teclado na abertura;
  3. Todos os refletores do Estádio Zinho Oliveira estavam funcionando (milagre!);
  4. O árbitro, Djonatan Costa, era marabaense. Ele nunca tinha apitado uma partida do Águia na competição. Na tentativa de mostrar imparcialidade, exagerou em algumas marcações contra o time da casa;
  5. Galvão praticamente calado o jogo inteiro, movimentando-se em um raio de apenas 1,5 metro sempre com as duas mãos no bolso.