Ala oncológica do Hospital Regional de Marabá não terá radioterapia

Obras para instalações no HR estão 50% concluídas, mas comunidade não sabe que novo serviço chegará incompleto
Hospital Regional do Sudeste, em Marabá, está em obras para a implantação do serviço de oncologia, que terá custo estimado de R$ 2 milhões mensais

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Tema muito debatido e questionado há anos em Marabá, a especialidade de tratamento contra o câncer já foi cobrado seguidas vezes ao governo estadual, em função da grande quantidade de pacientes que precisam recorrer a outras localidades para realizar consultas, cirurgias e sessões de quimioterapia e radioterapia.

O que os líderes comunitários e políticos não sabem é que o serviço que está em implantação no Hospital Regional Público do Estado Dr. Geraldo Veloso chegará sem radioterapia. Ou seja, muitos pacientes que dependem desse tipo de tratamento vão continuar sofrendo em busca dele em Belém, Tucuruí, ou até mesmo em outros estados, como Maranhão, Goiás e São Paulo.

A Reportagem do Blog esteve esta semana em visita às obras da ala oncológica, que tiveram início em 2022. Na ocasião, foi informado que o serviço a ser entregue pelo governo do estado terá apenas os 20 leitos de internação, espaço para cirurgias e para realização de quimioterapia. 

O presidente do Legislativo Municipal, Pedro Corrêa, lembrou que o assunto oncologia sempre é muito discutido e a expectativa é grande por parte da população pela implantação do serviço de saúde na cidade. Vereadores enviaram documento no final do ano passado à Secretaria de Saúde do Pará (Sespa), a qual informou que, por enquanto, a referência para Marabá nesse tratamento são Belém e Tucuruí. No entanto, quando a população busca o serviço nesses municípios há muita dificuldade.

O governo do estado reconheceu a importância de ofertar o serviço em Marabá, visto que o número de pacientes que buscam esse tipo de serviço é enorme e o deslocamento por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) é bastante precário, tanto pela distância quanto pela logística, que acabam debilitando ainda mais os pacientes. 

O novo serviço terá 418 m² e contará com ambulatório, sala de quimioterapia com 12 poltronas e 20 leitos de internação, além de áreas de convívio e acolhimento humanizado. Serão 90 profissionais de saúde atuando no setor, que funcionará 24 horas por dia. Quando entregue, o espaço terá a capacidade de realizar cerca de 750 sessões de quimioterapia por mês. 

A obra da ala de oncologia, segundo a Sespa, também irá proporcionar ao Regional do Sudeste uma nova cozinha industrial moderna, lavanderia e refeitório. No momento, 45% do projeto está concluído, e a expectativa é de entrega ainda este ano. O custo é de quase R$ 3 milhões. 

Para implantar o serviço de radioterapia, o governo do estado precisaria investir mais recursos, principalmente na aquisição de um acelerador nuclear, equipamento mais caro desse serviço. “Vejo que espaço para implantar temos aqui na área do HR, mas precisaria de um novo esforço político de líderes locais frente ao governo do estado,” afirmou um médico que trabalha na unidade de saúde à Reportagem do Blog.

Policlínica

Paralelamente à obra da ala de oncologia do Hospital Regional, também está sendo construído pelo governo do estado uma policlínica. A nova unidade de saúde oferecerá 35 especialidades médicas, além de um polo completo de diagnóstico com tomografia, ressonância e área cardiológica. Localizada no Novo Horizonte, a estrutura da Policlínica tem área de 2.380 m² e 56 salas de atendimento.