As aldeias indígenas, que ficam na Terra Indígena Xikrin do Rio Cateté, começaram a receber auxílio em mecanização agrícola para melhorar a produtividade e o cultivo agrícola nas comunidades nativas. O trabalho, que começou na semana passada, é realizado por uma equipe da Secretaria Municipal de Produção Rural de Parauapebas (Sempror).
Estão sendo realizados os serviços de destoca e gradagem de áreas nas aldeias Kateté, Djudjêkô, Ôôdjã, Pokrô e Krimey. As aldeias recebem auxílio em projetos desenvolvidos e acompanhados pela Sempror.
“Essa mecanização das roças é bem-vinda. Aqui na aldeia Ôôdjã, a gente pretende plantar mandioca, batata, inhame, banana e cacau”, diz Kaiorê Xikrin, representante da Ôôdjã.
As comunidades também estão recebendo sacolas, para que produzam suas próprias mudas para plantio. De Acordo com Sinara Albuquerque, engenheira agrônoma responsável pela assistência técnica nas aldeias, a secretaria já está adquirindo as sementes de cacau de alta qualidade para que esses produtores indígenas consigam produzir, dentro das aldeias, as mudas que serão plantadas nessas áreas que estão sendo mecanizadas.
Segundo a Sempror, em janeiro deste ano, 14 mil mudas de açaí BRS e cacau, além de cerca de 240 quilos de sementes de milho foram entregues às comunidades, para a implantação de sistemas agroflorestais dentro das aldeias. Todo o trabalho realizado pelos índios também recebe acompanhamento técnico especializado periodicamente.
“Eu quero plantar cacau, café, açaí, cupuaçu e laranja. Do jeito que os brancos estão fazendo eu quero fazer. Eu quero aproveitar o pasto que já está pronto, porque eu não quero mais fazer desmatamento. A Prefeitura mandou e eu recebi, com carinho, sacos para fazer mudas, plantar e melhorar a vida do povo Xikrin, melhorar a vida da minha comunidade”, ressalta o cacique Karangré Xikrin, da aldeia Kateté, considerada a aldeia mãe do Povo Xikrin do Rio Cateté.
De acordo com a Sempror, a produção cacaueira tem sido a principal demanda da etnia, seguida do açaí, já que eles utilizam sistemas ecológicos de cultivo agroflorestal nas roças, como o modelo cabruca, aproveitando as árvores já existentes nas matas nativas para fazer o sombreamento necessário para o cultivo da amêndoa.
“Para os Xikrin, a produção de cacau será uma fonte promissora de renda para as comunidades, além de ser um modelo sustentável. O projeto é a longo prazo, mas receberá acompanhamento mensal de uma equipe especializada para garantir resultados positivos”, assegura o secretário de Produção Rural, Elson Cardoso.
Ele acrescenta que o trabalho já é realizado desde o ano passado, com o atendimento das demandas sugeridas pelas lideranças indígenas com foco no aumento da produtividade agrícola. As propostas são sugestões das famílias que desenvolvem agricultura de consumo próprio e comercialização.
Fora o apoio da Sempror, o Centro Tecnológico de Agricultura Familiar (Cetaf) vai entregar às aldeias mais de 70 mil sementes de cacau e sacos para mudas, para que eles mesmos produzam suas mudas nos viveiros das comunidades.
(Tina Santos- com informações da Sempror)