ALERTA ECONÔMICO: Parauapebas volta a ser município que mais desemprega no Brasil

Desempenho da Capital do Minério foi catastrófico, com quase 1.800 demissões a mais que as admissões. Movido por postos temporários, Parauapebas puxou PA, a “exceção ruim” no Norte

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O tempo fechou neste início de ano na Capital do Minério de ferro. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) liberados pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira (10) mostram que Parauapebas foi o município que mais desempregou no Brasil em janeiro. Foram exatos 1.771 trabalhadores demitidos a mais que contratados. A informação foi levantada com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu. A notícia ruim de agora contrasta com aquela do final de janeiro, que trouxe números finais de 2021 e segundo os quais Parauapebas havia sido, no balanço do ano, o 31º que mais gerara postos de trabalho com carteira assinada. O município ganhou até destaque no Jornal Nacional (relembre aqui), o de maior audiência do país, por ter sido um dos três que mais criaram empregos formais por 100 mil habitantes no grupo dos 50 que mais empregaram no país, embora existissem centenas de outras localidades que tivessem empregado proporcionalmente mais sob os mesmos critérios.

Mas os tempos mudaram. E o sinal de alerta havia sido dado pelo Blog do Zé Dudu antes do ano virar (relembre aqui) e, também, quando o Blog notou que, em novembro, as demissões em Parauapebas passaram a ser maiores que as contratações (relembre aqui). No mês seguinte, dezembro, o número de demitidos a mais que contratados deu um salto para 1.403 trabalhadores. E, agora, para 1.771. Em apenas três meses, o município já botou na rua 3.213 trabalhadores, a esmagadora maioria da área da construção civil, o setor com os maiores volumes de demissão.

Acontece que Parauapebas disparou na geração de empregos na construção civil, por conta de obras nas minas de Carajás e na área urbana, mas eram e são todos postos temporários de curta duração, ou seja, com começo, meio e fim. À medida que as obras físicas avançam, as demissões crescem e são inevitáveis. Nos próximos dois ou três anos, os cerca de 11 mil trabalhadores temporários que foram adicionados ao estoque local serão demitidos.

Ainda assim, volumes grandes de demissões — como esse que tornou Parauapebas em janeiro o pior lugar para encontrar trabalho entre os 5.570 municípios brasileiros — chama atenção pelo fato de vir por dois meses consecutivos. Esse volume assustador de novos 3.213 desempregados em apenas três meses se repercute em retração de massa salarial de R$ 104,51 milhões em um ano para a economia local, sem contar as demais consequências deletérias causadas pelo desemprego.

O fato de Parauapebas começar a demitir em massa já era esperado, mas não se previu que fosse para tão logo, após três anos consecutivos de muito sucesso nas estatísticas nacionais de geração de emprego formal.

Canaã: 20º pior do Brasil

Outro que também demitiu “horrores” em janeiro foi Canaã dos Carajás. Também regado a postos de trabalho temporários, a Terra Prometida mandou para rua 437 trabalhadores, posicionando-se como o 20º que mais demitiu no país. Com isso, a microrregião de Parauapebas, da qual Canaã faz parte, fechou janeiro deste ano como isoladamente a pior do Brasil onde se empregar. E pela primeira vez na história a microrregião conseguiu desempregar mais de 2.100 trabalhadores de uma “lapada” só, tendo ganhado reforço adicional de Eldorado do Carajás, que viu 45 demissões a mais que contratações.

Na contramão dos indicadores ruins, Água Azul do Norte venceu o mês com 63 contratações a mais e Curionópolis também empregou 34 pessoas a mais que demitiu.

O desempenho de Parauapebas foi preponderante para fazer com que o Pará registrasse 796 demissões a mais que contratações, o pior — e único a fechar no vermelho — na Região Norte. Não fosse por Belém, que criou 1.357 postos com carteira assinada e foi o 14º maior empregador do Brasil, a situação teria sido ainda mais assustadora. A capital paraense, desta vez, salvou a pátria.

Em nota, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Canaã dos Carajás esclarece que:

O número de demissões em janeiro ocorre em consonância com a natureza das atividades produtivas da região e o período de chuvas. Canaã dos Carajás é um município no qual predomina as atividades de produção e bens e serviços industriais, nomeadamente, mineração e construção civil.

Essas atividades são afetadas durante o inverno amazônico. Sobretudo, neste ano, o volume de chuvas continua incomum, prejudicando o andamento dessas atividades. A previsão é que, com o fim das precipitações, as empresas voltem a contratar normalmente.

Vale lembrar que, em 2020, no ano da pandemia, Canaã realizou 8.354 contratações e criou 2.817 novos empregos. O bom resultado se repetiu em 2021: 15.801 adimissões e 5.339 novos postos de trabalho criados em Canaã dos Carajás.

O município continua com investimentos em diversificação econômica, por meio do Fundo Municipal de Desenvolvimento Sustentável que financia a juros baixos os empreendedores do município. Por meio do programa Procampo, o município disponibiliza apoio técnico e recursos a propriedades rurais. Canaã segue na busca pela atração de novos cursos superiores, como os da Unifesspa que já matriculam centenas de alunos no município, aprimorando a mão de obra local.

7 comentários em “ALERTA ECONÔMICO: Parauapebas volta a ser município que mais desemprega no Brasil

  1. João Victor Responder

    Por um lado é bom pra acaba com o supefaturamento de alimentos e aluguéis fora do normal, vergonha…

  2. OZEIAS GOMES DA COSTA Responder

    BOA TARDE,

    É NATURAL ESSA RECESSÃO NESTE PERÍODO (CHUVOSO), PORQUE A CONSTRUÇÃO CIVIL PERDE INVESTIMENTO.
    E TODOS NÓS SABEMOS QUE TAL SETOR EMPREGA MUITA GENTE.

  3. Oberdan Responder

    Essa retração no volume de postos de trabalho é natural tendo em vista a sazonalidade relacionada à geração de empregos na região.
    Para quem é residente fixo em Parauapebas, é até um certo alívio, tanto no bolso, devido ao aumento de exagerado nos aluguéis, quanto na questão de espaço, a cidade não tem infraestrutura pra suportar um volume muito de habitantes. levando em consideração a precariedade dos serviços públicos.
    Infelizmente, devido à especulação, quando a cidade está muito “cheia”, quem sofre são as pessoas que residem aqui há mais tempo e que não estão aqui só de passagem. Durante esses períodos não tem quem consiga sequer casa para alugar, imagina conseguir comprar uma casa ou um lote.

  4. Elton Responder

    Preocupante o cenário. Já temos percebido diminuição considerável na procura por aluguel de nossos imóveis nos últimos meses.

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