Em sessão do 2º Tribunal de Júri da Capital realizada nesta quinta-feira (10), o pecuarista Alessandro Camilo de Lima foi condenado a 24 anos de reclusão em regime fechado pela morte da comerciária Ana Karina Guimarães. A mulher dele, Graziela Barros de Almeida foi absolvida e Francisco de Assis Dias, o “Magão”, foi condenado a 3 anos de prisão em regime aberto pelo crime de ocultação de cadáver.
Francisco foi absolvido dos crimes de homicídio qualificado e aborto, já que a vítima estava grávida de nove meses. Alessandro Camilo foi condenado a 17 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado, três anos e 40 dias multa por ocultação de cadáver e 4 anos de reclusão por aborto.
O valor do dia multa foi fixado em um salário mínimo. A sessão de Tribunal de Júri foi presidida pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa. Atuou na acusação o promotor de Justiça Edson Cardoso.
O promotor pediu a condenação de Alessandro Camilo pelos crimes de homicídio qualificado, aborto e ocultação de cadáver. Crimes pelos quais foi condenado por maioria absoluta pelo Conselho de Sentença.
A defesa de Alessandro, Graziela e Francisco de Assis tentaram convencer o júri de que seus clientes não tiveram participação alguma no crime. Os advogados de Alessandro Camilo, inclusive, argumentaram que ele foi indiciado pelo crime devido ao grande clamor popular, por conta da grande repercussão que o crime teve na época.
Após defesa e acusação se manifestarem, foi dado um intervalo, no final da tarde. Na volta, no início da noite, foi feita a votação. Alessandro Camilo foi condenado por maioria de votos por todos os crimes de que era acusado e deverá cumprir a pena em casa penal da região metropolitana de Belém. Por enquanto, o pecuarista continua em liberdade enquanto seus recursos não sejam julgados.
Graziela foi absolvida por maioria de votos de todas as acusações. Já Francisco foi absolvido por maioria de votos dos crimes de homicídio qualificado e aborto e condenado, também por maioria, por ocultação de cadáver. A pena a que foi condenado será cumprida na Casa do Albergado. Ele também foi sentenciado a 40 dias multa, que foi fixada no valor de um trigésimo do salário mínimo o dia. O outro acusado de envolvimento no crime, Florentino de Souza Rodrigues, já tinha sido condenado e cumpre pena em Marabá.
A acusação considerou justo o julgamento e a sentença aplicada. Já a defesa de Alessandro Camilo deu a entender que vai recorrer da condenação.
A comerciária Ana Karina Guimarães foi assassinada em 2010, em Parauapebas. O julgamento estava incialmente marcado para acontecer na Capital do Minério. No entanto, a defesa dos réus alegou que o município não oferecia a proteção suficiente aos acusados e o TJPA atendeu ao pedido de desaforamento para a capital.
Quando foi morta, Ana Karina tinha 29 anos e estava grávida no nono mês de gestação. Alessandro Camilo era o pai da criança.
De acordo com as investigações, Alessandro matou Ana Karina a tiros de pistola 380 e, com ajudada de Francisco de Assis e Florentino, colocou o corpo dentro de um tambor, adicionou pedras e fez perfurações no recipiente e depois o jogou de uma ponte dentro do rio Itacaiúnas.
Até hoje, apesar das buscas que foram feitas e investigações, o corpo da jovem e do bebê nunca foram encontrados. Segundo o Ministério Público (MPPA), ele planejou o assassinato com o apoio de sua noiva, Graziela Barros de Almeida, e atraído à vítima para uma emboscada. O acusado, sob o argumento de que repassaria uma quantia em dinheiro à Ana Karina para as despesas do parto, marcou encontro com a vítima, levando-a para um local ermo, onde ela foi assassinada.
Tina DeBord