Na manhã desta terça-feira, a partir de 9h30, um grupo de cerca de 100 estudantes do Campus da UEPA, em Marabá, realizam uma manifestação com fechamento parcial da BR-230, a Transamazônica, em frente ao Fórum da Comarca e também da sede do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
Participam do movimento os alunos e centros acadêmicos de Medicina (CAMMAB), de Biomedicina (CABIM), de Engenharia Ambiental e Sanitária (CAEASMAB) e de Engenharia Florestal (CAEFMAB), os quais aderiram às manifestações que estão sendo realizadas por estudantes na maioria dos campi da universidade por todo o estado.
As manifestações em Marabá têm como principais reivindicações a contratação de mais professores no quadro docente, a reforma do prédio do bloco IV e a emancipação do campus VIII, visando à instalação de uma nova universidade (UESSPA), independente de Belém.
Segundo Lucas Amorim, acadêmico de medicina, a comunicação entre o Campus de Marabá e a reitoria da UEPA, sediada na capital do estado, é precária. “Há tempos a gente busca diálogo e soluções concretas para a falta de professores do campus, entretanto só ouvimos promessas que nunca foram cumpridas”.
Ele observa que o quadro de docentes da UEPA em Marabá é majoritariamente composto por professores temporários e, ainda que tal fato contrarie o estatuto da universidade — que estipula um máximo de 20% de contratos temporários —, nada tem sido feito para mudar a situação. “Assim, esse alto número de professores provisórios exige articulação constante dos movimentos estudantis, pois a todo tempo há contratos se encerrando, o que gera incertezas e a necessidade de manifestações a cada semestre letivo”, observa ele.
O reitor Clay Chagas passou a informar aos estudantes que o concurso para docentes transcorreria no mês de março, que depois passou a ser prometido para o mês de maio, em seguida para junho, porém, até o momento não há previsão de lançamento de edital.
Por outro lado, na avaliação dos estudantes, as vagas para esse futuro concurso são insuficientes para atender a demanda de disciplinas. “Apenas o curso de medicina precisa de pelo menos 28 professores para funcionar adequadamente, entretanto, a reitoria pretende solicitar apenas quatro vagas para o curso, um número que não resolve o problema dos estudantes”.
Os alunos de medicina já realizaram uma manifestação no início do ano para solicitar a contratação de professores que haviam sido aprovados em um processo seletivo simplificado, entretanto a universidade se recusava a dar andamento às contratações. Com a repercussão dos atos na imprensa, os contratos foram firmados de imediato.
Além disso, o bloco IV, o mais recente do campus, precisa de uma reforma urgente, haja vista que o forro ameaça cair, o elevador não funciona, os banheiros estão interditados com goteiras enormes que impedem o uso dos sanitários e há manchas de mofo espalhado pelo gesso, atestando a insalubridade do ambiente acadêmico. “Apesar desse caos, a reitoria ainda não liberou o início das obras, que deveriam ter começado no mês de abril”, explica Lucas.
Os estudantes afirmam que sofrem com a displicência e com a constante dependência de Belém para ter suas atividades básicas asseguradas e reivindicam a emancipação do Campus de Marabá e a criação da Universidade Estadual do Sul e Sudeste do Pará – UESSPA, que já conta com projeto de lei na ALEPA, de autoria do deputado Dirceu ten Caten.
A Reportagem do Blog enviou e-mail para a reitoria da UEPA relatando as principais reclamações dos alunos e aguarda retorno.