Amazônia: Projeto Horizontes amplia ações de conservação em Carajás

Ação é desenvolvida pelo ICMBio em parceria com a Vale no sudeste do Pará

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Desenvolvido no sudeste do Pará, o Projeto Horizontes ampliou ações de conservação em extensa área que abriga parte da Floresta Amazônica e sua diversidade de espécies de fauna e flora e a mina de Carajás. Os avanços foram apresentados nesta quinta-feira (3), durante mostra de resultados de parcerias realizadas entre o Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade de Carajás (ICMBio) e a Vale. 

Durante dois dias, o evento reuniu gestores e técnicos do ICMBio, Vale e, também, da Fundação de Tecnologia Florestal (Funtec-DF), aliada na gestão do projeto, para apresentação dos resultados. A iniciativa faz parte de um acordo de cooperação entre o órgão ambiental e a empresa, com foco em estudos voltados para a conservação de longo prazo. Foram obtidos avanços em várias frentes como gestão ambiental, monitoramento da biodiversidade, desenvolvimento territorial, aumento da produção de conhecimento científico e ações de educação ambiental.

Presente no evento, o presidente substituto do ICMBio, Marcelo Marcelino de Oliveira, destacou que parcerias com a iniciativa privada como a realizada no Projeto Horizontes favorecem a conservação. “Essa parceria que nós temos com a Vale, já de bastante tempo, eu entendo como modelo ideal para se buscar sempre compatibilizar empreendimentos, aqui no caso minerário, e a conservação da biodiversidade. É um desafio super interessante, instigante, que mostra vários caminhos para que você possa conseguir compatibilizar essa harmonização entre o desenvolvimento e a conservação,” destacou.

Por meio do Horizontes, hoje são mais de 50 projetos desenvolvidos paralelamente pelo ICMBio, que dobrou sua capacidade de operacionalização e de gestão ambiental. As linhas de pesquisa se ampliaram de quatro em 2021 para 43 em 2024. Foi implantado o SisMonitora, sistema de gestão de dados de biodiversidade do Programa Nacional de Monitoramento, que permite automatizar todo o processo de coleta de dados voltados à análise e apresentação de resultados para a tomada de decisão. 

Entre outros avanços, houve aumento da área produtiva com modelo agroecológico em propriedades em comunidades da região de Carajás. Já são 30 famílias beneficiadas com o projeto agricultura de conservação com 44 hectares de sistemas agroflorestais implantados. Também ações para o desenvolvimento de cadeia produtiva da sociobiodiversidade como do açaí. Outro resultado em andamento é a implantação de Corredor Ecológico, unindo fragmentos florestais, para além, das unidades de conservação já protegidas, que hoje totalizam mais de 800 mil hectares de floresta amazônica. 

Iniciativas que servem como referência nacional, como explica o chefe do Núcleo de Gestão Integrada do ICMBio Carajás, André Macedo. “O Projeto Horizontes tem um papel muito importante de consolidar uma tradição que já é de Carajás, de buscar inovações socioambientais para o desafio, que é justamente buscar conciliar a agenda mineração e a agenda da conservação. É bastante desafiador, e nós lidamos buscando inovações, por meio de parcerias envolvendo academia, corpo técnico e diferentes atores. O projeto tem essa característica de buscar soluções locais para Carajás, que, uma vez constituídas, acabam tendo impacto nacional como referência para outros biomas, como é o caso do Corredor Ecológico, do Monitora, o incentivo a sistemas agroflorestais e o apoio à pesquisa científica. Todas as ações que temos em Carajás podem ser replicadas e servem de exemplos em outros contextos”, destaca André.

Lauro Amorim, diretor de Licenciamento da Vale, reafirmou o compromisso da empresa com uma atuação voltada para a coexistência entre mineração e conservação, reiterando também o compromisso com o combate à pobreza, a descarbonização e a proteção e recuperação de mais 500 mil hectares de floresta no Brasil. “Reforçamos nosso compromisso de pensar no futuro, com uma parceria frutífera como essa com o ICMBio que atua pautada nessa coexistência e na longevidade, mostrando que é possível ter uma atividade mineral com altíssima tecnologia, conservação, preservação ambiental e desenvolvimento”, afirma. 

O presidente substituto do ICMBio, Marcelino Oliveira, destacou ainda que essa parceria é fundamental também diante das mudanças climáticas. “As mudanças climáticas trazem um novo desafio, então, Carajás com toda essa parceria, sempre gerando novos conhecimentos, esse modelo desenvolvido aqui, que esperamos que incorpore também novos caminhos para que a gente possa lidar com as mudanças climáticas, não apenas responder a elas, mas se antecipar e nos adequarmos a elas,” explica.

(Ascom Acim)

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