Vinícius Nogueira Gatti, 32 anos, que matou o amigo Fabbllu Ohara de Lima Gonçalves, 30, no último dia 29 de janeiro, com um tiro na cabeça, durante brincadeira com uma pistola calibre 380, se apresentou na manhã desta segunda-feira (3) à Polícia Civil em Marabá. Após prestar depoimento ao delegado William Crispim, titular do Departamento de Homicídios, ele ficou preso preventivamente.
Embora tenha se apresentado na companhia do advogado Erivaldo Santis, Gatti já tinha contra si um Mandado de Prisão Preventiva, expedido pela Justiça Estadual.
Conforme noticiou o Blog do Zé Dudu na sexta-feira (31 de janeiro), devido ao fato de Vinícius Gatti não ter se apresentado à Polícia Civil espontaneamente, até então, o delegado Crispim coordenou diligências para tentar localizá-lo, mas sem sucesso, anunciou que representaria na Justiça pela preventiva do rapaz, o que de fato aconteceu tendo o delegado seu pedido deferido.
Erivaldo Santis afirmou que a tragédia foi o resultado de uma sucessão de erros, que começaram quando Gatti comprou a pistola de um caminhoneiro. O advogado revelou ainda que a arma foi jogada no rio por seu cliente.
A tragédia
A fatalidade aconteceu na casa de Gatti, na Rua Fortunato Simplício Costa, Bairro Novo Horizonte, e Marabá, onde ele, Fabbllu e outros amigos bebiam e batiam papo. Gatti passou a exibir a arma e foi aconselhado pelos amigos a guardá-la, temendo que, inadvertidamente, ele apertasse o gatilho e viesse a atingir algum deles. O que de fato aconteceu.
Vinícius Gatti não atendeu aos amigos e, em vez disso, passou a apontar a arma para cada um deles, em tom de brincadeira. Ao dirigir o cano da pistola na direção do amigo Fabbllu acabou apertando no gatilho atingindo a cabeça do acadêmico de Direito, que iria se formar em junho próximo e deixou viúva e uma menina de dois anos de idade órfã de pai.
Após o suposto acidente, todos os demais amigos que estavam na casa correram do local, imaginando que Gatti estava acometido de um surto nervoso e poderia matar mais alguém. Logo após ele saiu e ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), comunicando o fato e pedindo socorro ao amigo, mas disse que a porta estava fechada e que teria de ser arrombada, sendo repreendido pelo médico regulador.
Na oportunidade, ele disse que havia atirado no amigo acidentalmente, mas, logo em seguida, mudou a história afirmando que a arma havia caído e disparado. Ademais, identificou-se como Vítor e, depois disso, desapareceu.
O delegado William Crispim representou pela prisão preventiva, considerando que Gatti, ao apontar a arma para a cabeça de várias pessoas e, por último, acabar matando o amigo, assumiu o dolo eventual – crime que ocorre quando o agente, mesmo sem querer efetivamente o resultado, assume o risco de o produzir.
Por Eleuterio Gomes – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Marabá