Ana Júlia (PT) manda cortar o ponto dos professores em greve

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Por Ronaldo Brasiliense

O estadista Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos que aboliu a escravatura, cunhou uma frase lapidar sobre o caráter das pessoas que meu saudoso amigo Euclides – Chembra – Bandeira repetia sempre. É assim: "Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder."

Ex-sindicalista, a hoje governadora Ana Júlia Carepa (PT/DS) construiu no movimento sindical um patrimônio de combatividade liderando greves dos bancários nos estertores da ditadura militar. É por isso que estranho ao ler, em matéria da Secretaria de Estado de Comunicação, o texto que se segue: "… a partir desta segunda-feira (31), o governo tomará as medidas administrativas cabíveis, como o corte de ponto dos professores que não comparecerem aos seus locais de trabalho. À comunidade escolar, o governo informa que vai cobrar com rigor a reposição das aulas, de forma a amenizar os prejuízos já provocados pela greve. Os dias parados serão descontados e somente após a reposição das aulas haverá o pagamento."

Isso mesmo, no Pará de Ana Júlia, supostamente "Terra de Direitos", o direito de greve é abolido pela intransigência dos negociadores do governo do PT. Onde vamos parar?

Intransigência do Sintepp leva governo a cortar o ponto dos grevistas

Secretaria de Comunicação

Para garantir o retorno imediato às aulas e evitar prejuízos aos estudantes da rede pública do ensino, o Governo já aceitou 15 das reivindicações apresentadas pelo Sintepp em relação ao PCCR – além da pauta específica de 24 itens, dos quais 14 já foram atendidos, cinco estão em negociação e quatro foram aceitos parcialmente. Mesmo diante do avanço das negociações, a direção do Sintepp se recusa a colocar em votação o fim da greve, cuja decisão foi adiada mais uma vez para uma assembleia da categoria na próxima terça, 1° de junho.
Diante disso, a partir desta segunda-feira (31), o governo tomará as medidas administrativas cabíveis, como o corte de ponto dos professores que não comparecerem aos seus locais de trabalho. À comunidade escolar, o governo informa que vai cobrar com rigor a reposição das aulas, de forma a amenizar os prejuízos já provocados pela greve. Os dias parados serão descontados e somente após a reposição das aulas haverá o pagamento. Para isso será formada uma comissão por cada escola para monitorar o cumprimento da reposição das aulas.
A greve se iniciou dois meses após o acordo que garantiu 6% de reajuste salarial para todo o funcionalismo e um dia após a governadora Ana Julia Carepa ter enviado à Assembléia Legislativa o Plano de Cargos Carreiras e Remuneração (PCCR), uma reivindicação histórica do magistério. A paralisação prejudica milhares de estudantes em todo o Pará, sobretudo os que farão vestibular este ano.
Governo do Estado e pais de alunos têm apelado reiteradamente para que a direção do Sintepp suspenda a greve, uma vez que as negociações estão em pleno curso e não há intransigência por parte do governo, cuja disposição para negociar tem sido inquestionável desde o início.
Retrospecto – No primeiro dia da paralisação, 7 de maio, em ato na Praça do Operário, em São Brás, a direção do Sintepp garantiu que os professores voltariam ao trabalho assim que fossem retomadas as negociações em torno do PCCR. Há mais de 20 dias, o governo negocia exaustivamente com a direção do sindicato, que sonega as informações sobre os avanços dessa negociação à categoria.
Os sintomas da manipulação política da greve ficaram violentamente evidentes no dia 16 passado, durante a inauguração do complexo viário Júlio Cezar, quando um pequeno grupo de ativistas atirou pedra e grama no carro da governadora Ana Júlia e foi contido pela PM. Uma dirigente do Sintepp admitiu à imprensa que estavam ali para "empanar" e "tirar um pouco do brilho da comemoração". As faixas pedindo "PCCR já!" também não tinham propósito, pois o governo já havia enviado o plano de cargos e carreira à Assembleia Legislativa.
No dia 17, o governo acatou a proposta que o Sintepp apresentou para encerrar a greve sem suspender a mesa de negociação. Em reunião com os professores, o secretário de Educação, Luís Cavalcante, entregou uma simulação dos contracheques, mostrando as vantagens que a proposta do PCCR vai garantir a 20 mil professores e técnicos em educação da rede estadual de ensino. A ideia equivocada de que o PCCR representará perdas de até R$ 600 no salário foi disseminada por uma simulação que omitia valores referentes às aulas suplementares e ao abono Fundeb. O documento, que não foi contestado pela direção do Sintepp, está disponível no portal da secretaria (www.seduc. gov.br)
Orçamento – No dia 19, em audiência pública no Legislativo, o secretário adjunto de Gestão da Seduc, Carlos Alberto Leão, explicou a mais de 300 professores presentes que, no momento, não é possível incluir no PCCR os servidores administrativos e de apoio, cujo enquadramento se dará no PCCR dos demais servidores públicos do Estado, em discussão com a Intersindical.
Ele informou que a folha de pagamento da Seduc, em abril, após a correção dos vencimentos dos servidores pelo salário mínimo, corresponde a mais de 80% do orçamento, o que torna essa inclusão inviável. O PCCR do magistério beneficia mais de 20 mil trabalhadores, como exige a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
Nas negociações, o governo aceitou que os critérios para avaliação de desempenho prevista no PCCR sejam negociados com a categoria; garantiu progressão horizontal e uma vantagem pessoal por escolarização aos professores AD1 e AD2, manutenção dos direitos do Estatuto do Magistério e Regime Jurídico Único, permanência do abono Fundeb, das aulas suplementares e inclusão dos Especialistas em Educação no quadro permanente do Magistério da Educação Básica.
Direito às aulas – Exasperados com a intransigência da direção do Sintepp, pais de alunos prejudicados pela greve procuraram o Ministério Público pare pedir o respeito ao direito de seus filhos terem aulas. Durante audiência, no dia 25, integrantes do conselho escolar da escola "Justo Chermont" explicaram ao promotor a necessidade da volta imediata às aulas e de fiscalização rigorosa da reposição dos dias parados.
No mesmo dia, em reunião intermediada por deputados, o governo cedeu em vários pontos para que a greve fosse suspensa, mas a direção do Sintepp novamente encaminhou pela manutenção da greve.
Na quinta-feira, 27, em reunião realizada na sede da Sepof, em Belém, o governo aceitou a criação de uma vantagem pecuniária para os professores do AD1 e AD2, último item no qual havia desacordo. Quatorze itens do Projeto de Lei do PCCR, que tinham discordância entre Seduc e o Sintepp, já haviam sido acordados na Assembleia Legislativa na quarta-feira (26).
Nos mesmo dia 27, estudantes protestaram em frente à Escola Antônia Paes da Silva, na Condor, exigindo aos professores que voltem às salas de aula. Cerca de 595 alunos de 5ª à 8ª séries estão sem aulas. No ensino médio, são 300 alunos interrompidos pela greve.
Entre 2007 e 2010 o governo concedeu reajuste de 46,57% no vencimento básico do professor que trabalha em regime de 200 horas; realizou concurso público; garantiu auxílio alimentação aos profissionais da educação; e enviou à Assembléia Legislativa o PCCR, uma reivindicação histórica da categoria.
Todos esses fatos demonstram o compromisso do governo de manter o diálogo respeitoso com os profissionais da educação, enquanto a direção do Sintepp coloca objetivos político-eleitoreiros acima do bem-estar da categoria e do futuro de milhares de jovens que dependem do ensino público gratuito. Fonte: Secom

2 comentários em “Ana Júlia (PT) manda cortar o ponto dos professores em greve

  1. EU Responder

    gente, acho corretíssimo cortar os dias q ñ trabalharam, se ñ trabalharam como querem receber? Brasil, Pará e Parauapebas está virando baterna com esse negócio dos governantes cederem a chatagens desse tipo. como sem terra, sem teto, e funcionários botando banca. quando se dispuzeram a esse cargo ñ sabiam o teto salarial? Nota 10 para atitude e firmeza da governadora. parabéns Ana Júlia

  2. david Responder

    É pura verdade meu amigo Dudu, para por a prova do carater de uma pessoa basta lhe dar poder, para que ela inicialmente esqueça seu passado, estamos cansados de saber que o secretariado, e inclusive o nosso ilustrissimo prefeito, vieram de grandes batalhas sindicais da “educação”. e agora tratam este povo que digo sem medo de errar, esta sendo escravisado dentro das salas de aula, trabalhando exaustivamente todos os dias sem o minimo de respeito e consideração da secretaria de educação do municipio. ate a merenda lhes é minuciosamente controlada ( 4ml de suco e 4 biscoitos) o tempo da escravidão acabou. Esta clase merece todo o noso respeito pois sem professor o Brasil concerteza não estaria onde se encontra, e pura ipocrisia chama-los de arroaceiros,pois arroasa e o que o governo faz com o dinheiro da e ducação, saúde,etc… o alunado de parauapebas apoa e sempre estará co esses mestres chamados professores. greve sim por melhores salarios e melorias na infra estrutura das escolas

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