Entre dezembro de 2018 e o mês passado, o Brasil recebeu o equivalente a quatro cidades do tamanho de Marabá entupidas de desempregados. São mais 892 mil pessoas de cara para cima, na primeira apuração de desocupação do ano, divulgada na manhã desta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua a desocupação avançou 7,3%, passando de 11,6% em novembro para uma taxa de 12,4% agora. É a primeira divulgação cheia após a vitória do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de outubro de 2018.
Em números absolutos, o país tem hoje uma multidão composta por 13,1 milhões de desempregados. Além disso, há 27,9 milhões de trabalhadores que vivem de fazer bico ou que até gostariam de trabalhar, mas não encontram oportunidade qualquer. A taxa de subutilização da força de trabalho atingiu recorde histórico e já afeta 24,6% da força de trabalho disponível.
A Pnad Contínua divulgada hoje não traz recorte regional, por isso, não há dados consolidados para estados, cujos números referentes ao primeiro trimestre deste ano devem ser conhecidos em maio. Ainda assim, como já reportado pelo Blog do Zé Dudu, o Pará encerrou 2018 com 391 mil desocupados, o equivalente a duas cidades do tamanho de Parauapebas lotadas de trabalhadores sem oportunidade. Além disso, mesmo entre os que estão ocupados, há 566 mil trabalhando sem carteira assinada.
O rendimento médio de um trabalhador ocupado no Pará, no valor de R$ 1.512, é o 3º pior do Brasil e fica muito abaixo da atual média nacional, de R$ 2.285. Veja mais informações sobre os dados do mercado de trabalho paraense, conforme a última Pnad do IBGE, em reportagem do Blog publicada aqui.