Por Eleutério Gomes – Correspondente em Marabá
O recente fechamento da unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Canaã dos Carajás, foi um fato isolado na história da instituição na região, devido à crise econômica que se instalou no país em 2009, entrando em seu momento mais agudo de 2014 para cá. Em Marabá, porém, o Senai segue formando, por ano, entre 8 e 9 mil alunos, alcançando as metas dos últimos três anos.
A diretora do Senai local, Carliane Saraiva Primo, lamenta que a sua equivalente de Canaã tenha fechado, afirmando que não estava havendo demanda para manter a estrutura.
Já em Marabá, embora a cidade também esteja vivendo a mesma crise, há empresas que estão cada vez mais conhecendo e buscando os serviços do Senai. “Mesmo tendo diminuído bastante, ainda há muita demanda. Deveríamos estar bem à frente, porque, conforme cresce a demanda, temos como investir mais em outras áreas. Paramos, mas não andamos para trás; estamos seguindo em ritmo mais lento,” afirma Carliane.
Em sua capacidade plena, o Senai de Marabá pode atender diariamente 1.500 alunos, mas está atendendo a 700, matriculados em vinte cursos: assistente administrativo; operação e manutenção de eletromecânica; eletromecânica; eletricidade industrial; eletricidade de rede; manutenção de computadores; informática básica; informática avançada; refrigeração; cozinha industrial; panificação; confeitaria; moda íntima; moda praia; modelista; mecânica de motocicletas; mecânica de automóveis; retroescavadeira; segurança na retroescavadeira; empilhadeira; munck; eletromecânica e eletrotécnica.
“Hoje temos onze áreas de atendimento, com laboratórios montados e capacidade para oferecer mais de 500 cursos dentro dessas áreas. O empresário pode vir, dizer que quer um curso específico para o seu ambiente de trabalho e a gente vai trabalhar para fazer esse curso customizado,” orienta Carliane Primo.
O bom do Senai, segundo ela, é isso: além dos cursos que já oferece, a instituição pode trabalhar com a demanda e a necessidade de cliente.
Nem todos os cursos do Senai, no entanto, são grátis; há uma meta de gratuidade. “Temos cursos pagos, mas, com valores bem abaixo do mercado. Comparando a estrutura que nós temos, o preço é bem acessível. Conforme o cliente pode pagar, não o deixamos sair daqui sem atendimento.” afirma ela.
“A gente convida a população marabaense, os empresários, para estarem próximos do Senai, provocar o Senai para atrair novidades. Queremos estar junto com os empresários, para atender e qualificar cada vez mais essa mão de obra, para que, realmente, a cidade de Marabá venha a desenvolver e crescer. Marabá tem muita mão de obra boa e nós precisamos aproveitar essa pessoal, mudar essa cultura de dizer que não temos mão de obra. Nós temos e precisamos usar e dar oportunidade,” salientou a diretora do Senai.