Após 3 anos, Minas volta ultrapassar Pará na produção mineral

Estado do Sudeste perdeu cetro de maior produtor nacional em 2019, mas agora está de volta ao topo e R$ 2 bilhões à frente do estado do Norte, que viu o movimento de Carajás cair 10,5%

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O fraco desempenho de Parauapebas e Canaã dos Carajás no tocante à produção de minério de ferro tem repercutido nas estatísticas da economia mineral brasileira e levado à revisão de um cenário que se imaginou difícil de acontecer: Minas Gerais acaba de retomar o pódio de maior produtor nacional de recursos minerais após perder o bastão para o Pará em 2019. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu após analisar números da Agência Nacional de Mineração (ANM) referentes às operações minerais registradas até o momento.

Minas produziu desde o primeiro dia deste ano R$ 47,187 bilhões em recursos minerais, enquanto o Pará vem R$ 2 bilhões atrás, com R$ 45,101 bilhões. No ano passado, o Pará reportou R$ 146,573 bilhões em movimentação mineral, enquanto Minas Gerais contribuiu com R$ 142,962 bilhões. Essas cifras não se repetirão este ano.

O movimento tacanho do Pará, que o fez ficar atrás do estado do Sudeste, tem a ver com a desaceleração operacional abaixo do esperado nas minas da Serra Norte de Carajás, localizadas em Parauapebas, e da mina da Serra Sul, em Canaã. Nesses dois municípios, onde a mineradora multinacional Vale extrai minério de ferro, a produção física diminuiu 10,5% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com relatório divulgado recentemente pela companhia.

Além da diminuição da produção física, a movimentação financeira também caiu drasticamente em comparação com 2021 em razão da queda abrupta — mas esperada por analista de commodities — da cotação internacional do minério de ferro, que alcançou ápice de 230 dólares por tonelada em maio do ano passado, mas atualmente gira em torno de 100 dólares.

Minas Gerais, cuja economia também gravita em torno do minério, está vulnerável aos mesmos ventos da cotação do produto que o Pará. No entanto, conseguiu ultrapassar o estado do Norte porque a sua produção física está ascendente, principalmente após a ressaca dos efeitos deletérios do rompimento da barragem de Brumadinho.

Ainda é cedo para garantir que Minas consiga fechar o ano à frente do Pará, em se tratando de produção mineral, mas a distância numérica que impôs no primeiro semestre deste ano para o titular de Carajás é considerável e de difícil alcance no atual patamar de produtividade de ambos os estados. O desempenho de Parauapebas e Canaã dos Carajás é quem vai definir esse campeonato.

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Confira a produção mineral dos principais estados do Brasil até o momento:

1º Minas Gerais — R$ 47.187.137.646,41

2º Pará — R$ 45.100.795.854,89

3º Bahia — R$ 5.428.151.695,12

4º Goiás — R$ 4.494.741.734,69

5º São Paulo — R$ 3.724.054.519,50

6º Mato Grosso — R$ 3.137.615.771,72

7º Mato Grosso do Sul — R$ 1.528.388.245,97

8º Santa Catarina — R$ 1.179.457.703,69

9º Rio Grande do Sul — R$ 1.081.748.093,34